sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Dicas práticas para beber espumantes

 

O espumante é uma bebida coringa. Combina com diferentes ocasiões − com praia, com um jantar mais elaborado ou com um happy hour com os amigos. Além de ser flexível quando o assunto é harmonização. 

A melhor maneira de encontrar seu estilo de espumante favorito é provando. Conversamos com Maurício Roloff, do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), sobre o ABC dos espumantes e separamos algumas dicas para quem está aprimorando o paladar.

Primeiro, abra a garrafa 

A maneira mais fácil é segurar a garrafa com as duas mãos, posicionando uma na rolha e outra na base da garrafa. O mais fácil é torcer a garrafa, e não a rolha. Assim é preciso empregar menos força na tarefa. Deixe para torcer a rolha só no final, quando ela já estiver quase saindo, para controlar o barulho do espocar. A etiqueta formal pede que a abertura de um espumante aconteça sem que se faça barulho, ou o menos possível, e também diria para não sacudir a garrafa. O importante mesmo é garantir uma boa experiência, e um pouco de barulho atrai a atenção e convida as pessoas para compartilhar um brinde, então não é de todo mal. 

O melhor espumante é aquele que você gosta

Preste atenção principalmente em categorias de doçura (seco/meio-seco/doce), método de elaboração (Charmat/Tradicional/Moscatel) e preço (aquele que caiba no seu bolso). Identificando seus parâmetros favoritos, fica mais fácil acertar na escolha. Na dúvida, anote os rótulos que você mais gostou. 

Beba sempre gelado

Quanto mais leve o espumante, mais gelado ele deve estar. Para acertar a temperatura (o ideal é ficar entre 6 C e 10 C), use um balde de gelo ou ice bag para refrescar as garrafas. Coloque o espumante em bastante gelo e um pouco de água (até cobrir o rótulo) dentro do recipiente por 20 minutos antes de servir. 

Geladeira só em último caso 

A geladeira não é amiga dos vinhos. A temperatura é irregular, há trepidação e o aroma dos alimentos pode impregnar na garrafa ou na rolha e atrapalhar a degustação. Evite também usar o freezer, pois pode congelar a rolha. 

Guarde o espumante em local fresco

As regras para conservar são as mesmas de um vinho: as garrafas devem ser mantidas em um local arejado, de temperatura fresca e constante (em torno de 15 C é o ideal), sem incidência de luz. A maior parte dos espumantes disponíveis no mercado são feitos para serem bebidos logo, então só estoque garrafas em casa se tiver o hábito de degustar com frequência ou já tiver previsão de consumir. 

Garrafa deitada ou de pé?

O melhor é deixar a garrafa deitada, assim a rolha fica sempre em contato com a bebida, tendo menor risco de a cortiça ressecar e permitir que entre ar na garrafa. Mas essa regra vale principalmente para garrafas que permanecerão guardadas por muito tempo, o que não é o caso da maior parte dos espumantes. 

A taça faz toda a diferença

Há taças que favorecem a expressão do perlage (como chamamos a formação de bolhas na taça – já pode anotar esse termo). Outras, nem tanto. Em geral, taças de cristal são melhores para a degustação mais especializada. Peças de vidro não são problema, desde que transparentes. Cálices coloridos são bons apenas em situações descontraídas, em que não há a intenção de analisar seriamente o que se está bebendo. E uma das últimas modas do setor são as taças de acrílico, coloridas. Elas permitem uma degustação bem informal, sendo ideais para situações como beira de praia ou de piscina, piqueniques e encontros com os amigos. 

Sobrou espumante na garrafa, e agora?

Os espumantes são mais difíceis de serem mantidos com qualidade depois de abertos do que outros vinhos, basicamente pela rápida perda de gás das garrafas depois de abertas. Há algumas tampas especiais que selam o gargalo para segurar as bolhas (perlage), mas elas não garantem uma sobrevida muito longa. O tempo máximo de conservação depois de aberto é de um dia para o outro. Isso não quer dizer que o que sobrou deva ir pelo ralo. O restante da garrafa pode ser usado em substituição a vinhos brancos nas receitas. 

(Em Zero Hora, fevereiro de 2016) 

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