Nilson Souza
Plínio é um nome masculino.
Gramática é palavra feminina.
E a primeira lição que ele ensina:
‒ Não se usa crase antes de palavra masculina.
Ela fulmina, sem rima:
‒ Trocadilho à Plínio Nunes.
Ele adora trocadilhar, ela adora complicar.
A vírgula, por exemplo. Ele dita:
‒ Separar vírgula do sujeito, jamais!
Ela contradita:
‒ E os sujeitos oracionais?
Que não faz, leva. Quem começa, termina.
Ele recorre ao hífen, em busca de autoestima.
‒ Com bem e mal, só tendo H ou vogal! ‒ avisa.
Ela ironiza:
‒ Bem-me-quer. Malmequer.
Ele questiona a mulher:
‒ Por que você sempre implica?
Ela replica:
‒ Quer saber mesmo o porquê?
Ele indica:
‒ Sim, diga por quê?
Ela, por fim, se explica:
‒ Implico porque gosto muito de você.
*******
(Prefácio do livro “À crase, os meus respeitos!”, de
Plínio Nunes)
Nenhum comentário:
Postar um comentário