sábado, 16 de abril de 2022

O churrasco

 Luiz Coronel

Nos tempos de antigamente,

era galopar sem parar,

pois do suor da montaria

saía o sal, para salgar.


Eis, a lo largo, o churrasco:

chão de brasas e o espeto,

límpida lança de paz

assando a carne, a preceito.

 

Deite-se o carvão, noite escura,

com pendores para aurora.

Dois dedos de canha pura,

venha o mate, sem demora.

 

A farinha, em justa medida.

A picanha é uma medalha

ao esmero e precisão

do assador que a prepara.

 

Louve-se então a costela

e a maminha, com certeza,

convidando ao vinho tinto,

rubra rosa, sobre a mesa.

 

Tudo começa no afiar

das facas de bom talho.

Deite-se os pratos da lua,

nas nuvens, brancas toalhas.

 

O churrasco, já se viu,

é bem mais que refeição.

Churrasco, para o gaúcho,

faz do amigo um irmão.

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