quinta-feira, 12 de maio de 2022

Exaltação a Tiradentes

 Samba Enredo 1949

G.R.E.S. Império Serrano (RJ) 

Composição: Estanislau Silva / Mano Décio / Penteado. 

Joaquim José da Silva Xavier

Morreu a 21 de abril

Pela Independência do Brasil,

Foi traído e não traiu jamais

A Inconfidência de Minas Gerais. (bis) 

Joaquim José da Silva Xavier

Era o nome de Tiradentes.

Foi sacrificado pela nossa liberdade,

Este grande herói

Pra sempre há de ser lembrado. (bis) 

******* 

Considerado obra prima o samba “Exaltação a Tiradentes”, de autoria de Mano Décio da Viola, Estanislau Silva e Penteado, rendeu o Bi-campeonato à escola da Serrinha no carnaval de 1949. 

O Império Serrano, fundado três anos antes, em 1947, resultado de uma cisão da Prazer da Serrinha, viria a partir desta vitória consolidar-se como a terceira força do carnaval carioca e talvez a principal escola dos anos 50.

De acordo com levantamento feito pela psicóloga francesa Monique Augras em seu livro “O Brasil do Samba-Enredo” (FGV, 1998), Tiradentes foi o vulto nacional mais citado em sambas-enredo no período em que as escolas de samba eram obrigadas a abordar temas da História nacional (1948-75). 

Mas foi só uma vez que o herói teve uma homenagem exclusiva. No bicampeonato do Império Serrano, em 1949, com o antológico “Exaltação a Tiradentes” (Mano Décio da Viola – Penteado – Estanislau Silva): “Joaquim José da Silva Xavier/ Morreu a 21 de abril/ Pela independência do Brasil/ Foi traído e não traiu jamais/ A inconfidência de Minas Gerais”. 

Mano Décio tinha especial apreço pelo alferes, pois já no ano anterior apresentara, junto com Silas de Oliveira, nada menos que três sambas sobre ele. A escola preferiu apostar no tema “Antônio Castro Alves” (Altamiro Maio – Comprido). Mas 49 foi o ano de “Exaltação a Tiradentes”, apresentado por Mano Décio e Penteado num ensaio que arrebatou a escola. Estanislau entrou na parceria porque, tendo ouvido o samba, foi a Madureira pedir autorização para divulgá-lo no asfalto. Desta forma, foi o primeiro samba-enredo que sobreviveu ao desfile, sendo gravado por Roberto Silva apenas como “Tiradentes” e voltando a fazer sucesso no carnaval de 1955. 

“Exaltação a Tiradentes” foi um grande sucesso e chegou a ser gravado por diversos grandes nomes da música, como Elis Regina, Cauby Peixoto, Chico Buarque de Holanda, Nara Leão, Jorge Goulart e Martinho da Vila. 

Fonte: 

Nelson da Nóbrega Fernandes − Escolas de samba: Sujeitos celebrantes e objetos celebrados – Memória carioca Vol. 3. 

Site oficial do G.R.E.S. Império Serrano:

http://www.imperioserrano.com/historia.html 

P.S. Conta-se que os enredos das escolas de samba eram obrigados a ter temáticas relacionadas à História do Brasil, incluído nisso a música que seria cantada na avenida. Em 1949, os compositores Mano Décio e Penteado, compositores da G.R.E.S. Império Serrano, foram pesquisar em livros de História sobre a vida de Tiradentes. Começaram a sublinhar as frases mais importantes e perceberem a rima que elas davam ao tema proposto: 

Joaquim José

da Silva Xavier

morreu a 21 de abril

pela independência do Brasil,

foi traído e não traiu jamais

a Inconfidência de Minas Gerais. 

Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, 12 de novembro de 1746, Ritápolis, Minas Gerais − 21 de abril de 1792, Rio de Janeiro, foi um dentista, tropeiro, minerador, comerciante, militar e ativista político nascido no então Estado do Brasil, ainda uma colônia portuguesa, que atuou nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

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