domingo, 19 de junho de 2022

Justiça para Bruno e Dom

 Por Eliane Brum

Chico Mendes – irmã Dorothy Stang – Bruno Pereira e Dom Phillips 

Esta é uma guerra. Bruno Pereira e Dom Phillips são vítimas de guerra. Precisamos lutar pela vida: 

1) Só existirá justiça para Dom e Bruno quando o crime for elucidado e os mandantes identificados, julgados e punidos; 

2) é obrigatório virar cada voto nesta eleição. Se quisermos seguir vivos, Bolsonaro NÃO pode ser reeleito nem podemos permitir que dê um golpe; 

3) é urgente fazer pressão massiva contra o pacote de maldades que tramita em Brasília para abrir ainda mais a floresta para a destruição; 

4) é imperativo apoiar os povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia e dos outros biomas em todas as suas lutas. Eles não podem ficar sozinhos. 

5) Cada pessoa ameaçada na floresta tem que ser tratada como se fosse da família. Nem um a menos. Cada dia é dia de luta. Chega de sangue! 

Bruno e Dom são vítimas do projeto de Bolsonaro para a Amazônia, que temos denunciado sem parar. O que restou deles só foi encontrado porque os indígenas os procuraram desde o primeiro minuto. Todos os não indígenas têm uma dívida profunda com os indígenas. Sempre tivemos, porque se ainda existe natureza sobre esse chão que chamamos Brasil é pela resistência deles. Agora, essa dívida se tornou ainda maior. Fizeram por dois homens brancos o que o Estado e suas forças de segurança sustentadas por dinheiro público não fizeram. Profunda gratidão à Univaja e a todos os que se envolveram nesta busca.

Se a execução de Dom e Bruno ficar impune, todos nós que estamos na Amazônia lutando pela floresta estaremos com um alvo na cabeça. Os suspeitos são só a ponta mais fácil de prender e condenar. São peões num jogo muito maior e que costuma ser decidido bem longe da Amazônia. É preciso encontrar, julgar e punir os mandantes. A mobilização por Dom e Bruno precisa seguir. Pela vida. A nossa e a da floresta. 

P.S. Se este texto não é importante, a Amazônia e a Terra não são importantes para você. Então, não há motivo para você ler este almanaque.

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