segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Frases Engraçadas



01) Quem quiser gostar de mim tem que ser por amor, porque dinheiro eu não tenho e beleza está em falta.

02) Se você é uma dessas pessoas que não tem sorte, quando vir a luz no fim do túnel, corra, pois é um trem.

03) No dia que suor der dinheiro, pobre nasce sem sovaco.

04) O cara era tão feio, mas tão feio, que foi comprar uma máscara para o carnaval e só lhe venderam um elástico.

05) Arrumo a casa para a minha mãe quase todos os dias. Quase arrumo na segunda, quase arrumo na terça, quase arrumo na quarta...

06) Se o mundo fosse bom, bebê não nascia chorando.

07) 12 de junho é o dia dos namorados; os outros 364 dias são nossos...

08) Ao discutir com uma mulher, ou ela está certa, ou você está errado.

09) Se eu for eleito prometo tirar os mendigos da ruas e colocá-los na calçadas.

10) Se você quer ser reconhecido, não se preocupe... Quando você errar isso ocorrerá.

11) Reflexão de Lavoisier ao descobrir que lhe haviam roubado a carteira: nada se perde, tudo muda de dono.

12) Existem dois tipos de mulheres: As que me amam e as que não me conhecem.

13) Pior do que político em época de eleição, só eles mesmos durante os anos de mandato.

14) É claro que uma relação platônica é possível; mas só entre marido e mulher.

15) Sou do tempo em que brincar de passar anel era uma brincadeira inocente de crianças, e sentar na boneca era apenas quebrar um brinquedo.

16) Já não aguento mais, há 30 anos minha mãe sempre me faz a mesma pergunta: − Filho quando você vai trabalhar?

17) Em terra de alcoólatra, álcool em gel é patê!

18) Meu amor por você é como visita de gente chata: nunca acaba!

19) Azarado é o Saci que nunca começa nada com o pé direito.

20) Amigo não é aquele que impede você de fazer algo que vai se arrepender, é aquele que faz junto.

21) Minha mãe diz para eu evitar más influências, mas eu ignoro porque não quero perder todos os meus amigos.

22) Meus amigos são perfeitos; uns perfeitos idiotas.

23) Simpatia para ganhar dinheiro: acorde cedo, tome banho e vá trabalhar.

24) Comida gordurosa é romântica... Vai direto pro coração.

25) Se a vida estiver muito amarga, dá uma rebolada. Às vezes, o açúcar está no fundo.

26) Se o seu problema é dinheiro, e você não tem dinheiro, então você não tem problema.

27) Quem inventou a seriedade, só podia estar de brincadeira...

28) O primeiro sentimento de quem está de dieta é o de revolta. Dá vontade de acabar com tudo, a começar pelo que tem na geladeira.

29) Se sou indeciso? Sim. Só que não. Porém. Talvez. Não, peraí...

30) O grande problema do Brasil atualmente, é que estamos tentando explicar a diferença entre Democracia e Ditadura, para quem confunde FGTS com STF.

31) Nada contra a cidade que eu moro. O problema está nos habitantes.

32) Foto da minha namorada comigo: 35 curtidas. Foto da minha namorada sozinha: 200 curtidas. Estou de olho, hein rapaziada!

33) A minha arrumação de quarto consiste em pegar a bagunça que está na cama e colocar na cadeira.

34) Regra básica da discussão: se estiver perdendo, corrija o português da pessoa.

35) Se eu fizer planos para amanhã, já dá errado hoje.

36) Chamar o ex-marido de demônio é fácil. Quero ver assumir que já foi possuída por ele.

37) Deitado, olhando pro nada e imaginando como seria a minha vida com um emprego.

38) Se eu colocar uma paranoia na minha cabeça, acho mais fácil eu tirar a cabeça, do que a paranoia.

39) Quando você tiver quase me esquecendo, vou passar em frente à sua casa e pedir água.

40) Estou fazendo a dieta da fé. Como de tudo e fico à espera de um milagre.

41) Quem inventou o deboche, mirou todo em mim.

42) Quem não me conhece, pensa que eu sou chato. Quem me conhece, tem certeza.

43) Tanta coisa pra eu desistir hoje, que nem sei por onde começar...

44) Está tão quente, que ao invés dos fantasmas aparecerem com um lençol branco, estão aparecendo só de cueca.

45) Não sou de dar palpites. Mas se quiser uma sugestão, eu dou.

46) “Você não vai conseguir!” é a frase mais motivadora que existe.

47) Transar todo mundo gosta. Mas buscar a garrafa de água, ninguém quer.

48) Atenção: não adianta postar frases como “Rezando pela Amazônia” ou “Salvem nossa flora”, se nem a samambaia da sua casa você molha.

49) Só é corno, quem é curioso.

50) A prova que a mulher ama mais o marido que os filhos, é que ela deixa os filhos com a vizinha, mas o marido não.

51) Desculpe pelo atraso. É que eu não queria nem ter vindo.

52) Cobrar é fácil, quero ver é contribuir.

53) Finja que eu sou motorista de ônibus e me fale somente o necessário.

54) Você gosta de funk? Não, prefiro ouvir música.

55) Lembrando que no Dia dos Pais só pode postar foto com o filho quem pagou a pensão.

56) Sim. Cada um tem uma opinião, e a sua está errada.

57) Não é por você ter me negado aquele Toddynho na 3ª série, numa manhã ensolarada de 6 de março de 2003 às 09:40, que eu guardo rancor de você!

58) Dizem que com a idade vem a sabedoria. Mas no meu caso veio a velhice, mesmo.

59) Se você quer espaço, vira astronauta.

60) Se você não tem boletos para pagar, você está vivendo errado.

61) Amizade é igual tênis da Nike: todo mundo tem, mas poucos são verdadeiros.

62) Quando vocês me oferecerem comida, me ofereçam de novo. A primeira vez eu recuso por educação.

63) Você foi a melhor coisa que sumiu da minha vida.

64) Oi! Vem aqui em casa pra gente assistir só o começo de um filme?

65) Hoje em dia, demoramos 16 anos para saber se o filho é menino ou menina.

66) Fala na cara! Nas costas você faz mensagem!

67) Odeio quem fala “Tô chegando”, quando ainda nem saiu de casa.

68) Gosto de pessoas doces, gosto de situações claras – e por tudo isso – ando cada vez mais só.

69) Espelho, espelho meu... por que as pessoas se preocupam mais com a minha vida do que eu?

70) Um brinde aos nossos defeitos. Porque com as nossas qualidades ninguém se importa mesmo.

71) O final de semana deveria levar uma multa por excesso de velocidade.

72) Se quem ama cuida, muita gente deve me amar. Porque o que tem de pessoas cuidando da minha vida, não é brincadeira!

73) Até a bateria do meu celular dura mais do que o amor eterno de certas pessoas!

74) Quando a mulher diz: Faz o que você quiser, ela quis dizer: Experimenta fazer pra ver o que te acontece.

75) Quanto mais coisas eu tenho pra fazer, mais tempo eu passo no Facebook.

76) Frase de um banheiro público: “Olha só a cagada que você está fazendo!”

77) Puxe a descarga com força. Há um longo caminho até o Congresso Nacional.

78) Eu até me avisei... mas não me ouvi.

79) Parei com esse negócio de uma mão lava a outra: quando chega na minha vez, nunca tem água.

80) Bala perdida tem mais rumo que eu!

81) Horrível ser pobre e não poder quebrar as coisas quando se está com raiva.

82) Oi! Notei que você só fica com pessoas bonitas, quer experimentar algo diferente?

83) Queria dormir com quem eu gosto, mas, infelizmente, não cabem todas na minha cama.

84) Quando era criança morria de medo de bêbado, hoje sei que a gente não faz mal a ninguém!

85) Se você cair, eu estarei aqui – disse o chão!

86) Ninguém é obrigado a gostar de mim, afinal, nem todos nascem com bom gosto.

87) A única boca que eu estou beijando este ano é a boca da latinha de cerveja...

88) Fui sacudir a poeira e dar a volta por cima… aí a rinite me atacou!

89) Minha posição favorita é em pé, na frente de um caixa eletrônico, sacando dinheiro!

90) Não sou desorganizado, apenas dou liberdade para minhas coisas ficarem onde elas quiserem!

91) Pobre é como pneu, quanto mais trabalha, mais liso fica!

92) Procure alguém que me entenda e depois me explique.

93) Você pensa: Um presidente não pode ser tão sem noção… Sim, ele pode!

94) Vocês que já tomaram um rumo? Ele tem gosto de quê?

95) Sua mensagem foi recebida, visualizada e ignorada com sucesso!

96) O dia que alguém correr atrás de mim, podem ter certeza, é assalto!

97) Vamos amar o próximo, que o anterior a gente sabe que não deu certo.

98) A esperança é a última que morre, e a minha paciência é a primeira.

99) Por que o governo não proíbe de uma vez os jogos de azar e libera só os que dão sorte?

100) Nada contra você, mas se quiser passar o resto da vida sem aparecer na minha frente eu agradeço!

101. Se você ouvir um tropel de cavalos, à noite, na sua rua, muito cuidado: pode ser um trote!

102. Esta desgraça que está acontecendo no Brasil irá acabar em 31 de dezembro de 2022, quando mudar o governo.


domingo, 29 de setembro de 2019

Português não é para amador



A diferença de doida e doída é um acento.

Assento não tem acento.

Nunca assento num acento, porque dói.

Assento é embaixo, acento é em cima.

Embaixo é junto, e em cima é separado.

Na sexta comprei uma cesta, logo após a sesta.

É a primeira vez que tu não o vês?

Vão tachar de ladrão se alguém taxar muito alto a taxa da tacha.

Asso um cervo na panela de aço que será servida pelo servo.

Vão cassar o direito de caçar de dois pais no meu país.

Por tanto nevoeiro, portanto, na serraria, a cerração impediu a serração de madeira.

Para começar o concerto, tiveram que fazer um conserto no piano.

Ao empossar o novo gerente, permitiu à esposa empoçar a sala de lágrimas.

Uma mulher vivida é sempre mais vívida; profetiza a profetisa.

O que é correto? Como se deve dizer:
Ele calça as botas?
Ele bota as botas?
Ele bota as calças?
Ele calça as calças?

A mãe para a filha mais nova:
− Calça você a bota.
E para a filha mais velha:
− Bota você a calça.

A palavra Oxítona é proparoxítona.

O carteiro, que as cartas sela, fugiu da cela em um cavalo sem sela.

No caminho, teve sede, e, avistando uma fazenda, a sede, correu para lá, onde encontrou uma senhorinha que andava devagar e gostava de divagar.

Ela começou a falar ao cavaleiro viajante sobre um cavalheiro andante que os homens do Capitão estavam a procurar, dizia ela que se ele fosse rumo à capital, sem capital, dificilmente chegaria lá.

Ela ofereceu-lhe uma torta, e ele, de cara torta, logo aceitou.

Na fábrica, ele fabrica bolos com gosto que eu gosto.

No concelho, ele deu um conselho, na seção, durante a sessão sobre a cessão de alvarás.

Eu canto em qualquer canto, até no forte verão, vocês verão!

No barraco, ele vela o defunto com uma vela na mão.

Ele saiu do hospital depauperado, porque foi operado de fimose.

Foram usadas duas brochas para segurar o salto do sapato do homem tachado de broxa!

− Quantas botas trazes calçadas?
− Duas.
− Não, três. Bota e meia em cada pé.

Quando eu saio cedo de casa, eu cedo o meu lugar sentado aos mais velhos.

Os alpinistas estão escalando o morro. Não vou porque morro de medo de morro alto!

A abobada viu a abóbada da igreja, quando estava na área em frente ouvindo um ária musical.

Depois da sessão das 15 horas, fui a uma loja, e na seção de calçados, pedi à moça a cessão de algumas caixas vazias.

Hoje ele pode sair mais cedo, mas ontem ele não pôde

− Você tem alguma forma de fazer bolo para me ensinar?
− Não, mas posso lhe emprestar a minha fôrma de bolo, que você fará qualquer bolo.

Este detalhe me passou despercebido, porque estava desapercebido de óculos.

Ele espiava pela janela o preso que expiava sua pena condenatória.

Os alunos, só de sacanagem, apelidaram o professor pedante de peidante!

Um poeta escreveu: “Entre doidos e doídos, prefiro não acentuar”.

Eu, por exemplo, prefiro a carne ao carnê.

Assim, como, obviamente, prefiro coco ao cocô.

Pense no cágado, por exemplo, o ser vivo mais afetado quando alguém pensa que o acento é mera decoração.

Eu não me medico. Eu vou ao médico.

Quem baba não é a babá.

Vou à secretaria para falar com a secretária.

Será que a romã é de Roma?

E você, prefere ser um a pessoa vívida ou vivida?

Seus pais vêm do mesmo país?

Seria maio o mês mais apropriado para se colocar um maiô?

Quem sabe mais entre a sábia e o sabiá. Você sabia a resposta?

O que tem a pele do Pelé?

O que há em comum entre o camelo e o camelô?

Tudo que se musica vira música?

Enquanto ele absorvia a água da esponja, o padre absolvia os pecados dos fiéis.

Ele vendeu uma vista à vista, agora não avista quase nada.

Eu quero duzentos gramas de presunto, para comer na grama. O grama está caro, mas a grama está verdinha.

Percentagem ou porcentagem? Tanto faz. A palavra agrada a gregos e troianos.

Se não sabes a diferença entre “vês” e “vez” é porque vês sempre muita televisão em vez de leres um bom livro. Agora já vês? Ou repito outra vez?

Na reforma de um armário, o pintor utilizou a broxa para fazer uma primeira pintura rápida; e o carpinteiro usou pequenas brochas para fixar o fundo da gaveta. Brigaram, um chamou o outro de broxa. O outro respondeu: Brocha é você! Os dois tinham razão.

Ao ir ao encontro da namorada, ele foi, com seu carro, de encontro a um muro alto.

Quem é destro não é sinistro, e quem é sinistro não é destro. Destro é quem tem habilidade na mão e no pé direito. Sinistro é quem tem habilidade na mão e no pé esquerdo. O sinistro é vulgarmente chamado de canhoto.

*Ambidestro: que ou o que se serve, com a mesma eficiência, de ambas as mãos, ou ambos os pés.

O craque Messi, além de seu jeito sinistro, é sinistro!

O Ministro da Fazenda, que também foi comerciante, não vendia fazendas para as fazendas.

Estava fazendo muito frio. Ele convidou-a a entrar num bar para se aquecer. Ele pediu uma garrafa de cachaça e dois copos. Depois de enchê-los, disse:
− Esta cá é meu e este aqui é seu.
Ela aquiesceu de novo. Bebeu e se aqueceu.

Ela trouxe o presente para eu desembrulhar? Que bom que ela trouxe o presente para mim!

Quem fala que não tem nenhum “pobrema” é mentiroso ou ignorante? Eis a questão do problema!

− Por que faltaste as aulas, diga, eu quero saber por quê?
− Faltei porque estava doente. Eis o porquê das faltas.

Interessante... todas as vezes que o “que” bate num ponto final, (qualquer sinal de pontuação) ele usa chapéu para não machucar a cabeça...

Na semana passada, fui a Brasília e à Bahia, logo estive em Brasília e na Bahia. Depois de dez dias, voltei de Brasília e voltei da Bahia. Percebeste que quem vai à, volta da; e quem vai a, volta de? E quem em fica sem, e quem fica na, acento no à?

É preferível vivermos confinados, do que com finados!

Há cerca de 10 anos, ele já falava acerca de uma praça de nossa cidade que fica a cerca de 20 km do centro, ao lado de uma casa que tem uma cerca branca.

Uma andorinha só não faz verão. Digo isso, porque no verão vocês verão!

Por ora eu quero saber a hora que você chegará em casa, ora bolas!

O menino, sapeca, chegou no posto e cheirou a gasolina. Saiu dali cheirando à gasolina.

O menino foi ao zoológico e queria muito ver elefantes e elefoas, também viados correndo na mata. A moça da informação, corrigindo o garoto, disse a ele que ali só havia elefantes e elefantas, e informou ao garoto que ali não tinha veados.

Plural é uma palavra singular, e adjetivo é substantivo.

O homem, mal-educado, por não querer sentar-se à mesa, sentou a mesa no garçom do restaurante. 

Catequese se escreve com s, mas catequizar é com z. Esse português...

Coser significa costurar. Cozer significa cozinhar.

Não esqueça: retificar é corrigir, e ratificar é comprovar, reafirmar: “Eu ratifico o que disse e retifico meus erros”.

Quando disser ruim, diga como se a sílaba mais forte fosse “im”. Não tem cabimento outra pronúncia.

Já se disse muitas vezes, mas vale repetir: televisão em cores, e não a cores.

Não adianta teimar: chuchu se escreve mesmo é com ch.

O aluno perguntou ao professor se podia dar uma telefonada. O mestre retrucou: “Na cabeça de quem?”. “Talvez você queira é dar um telefonema, não é mesmo?”

Gramática é aquilo que ensina a escrever certo o que já se fala errado.

O professor, no seu primeiro dia de aula, numa escola noturna de segundo grau, revelou aos seus alunos que era heterossexual. A maioria ficou pasma!

O funcionário do cartório pediu-me que colocasse a minha “rúbrica” em todos os documentos que eu estava assinando. Eu disse a ele que não poderia fazer isso, pois não sabia o que era “rúbrica”. Se fosse para colocar a minha rubrica, com ênfase na sílaba “bri”, eu saberia o que era para fazer.

No último Natal, quando visitava a cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, ouvi de uma criança: “A rua está cheia de luzezinhas.” Todos riram, e eu fiquei envergonhado... Não da criança, que na sua inocência falara da maneira correta, mas daqueles que riram. Os brasileiros costumam falar luzinhas. Esta forma é muito usada, mas desrespeita a regra. A criança estava certa.

O cozinheiro, na frente de todos, fritou as gemas às claras.

Onde eu digo “digo”, eu não digo “digo”, eu quero dizer Diogo.

Quem monta num cavalo cavalga. Quem toma uma barca embarca.

Mas não se cavalga num burro, nem se embarca num transatlântico.

Um freguês interessado em comprar um queijo, pergunta ao vendedor:

Quantas gramas têm esse queijo?

Brincando, o feirante responde:

– Nenhuma, ora... Ele é feito de leite. Mas se o senhor tivesse perguntado quantos gramas têm esse queijo, aí eu saberia responder... 

Quem toca violão é violonista; quem toca violino é violinista; quem toca viola é violista e quem toca violoncelo é violoncelista.

Vendo o pôr do sol. O pôr do sol está à venda? Ou alguém está observando o pôr do sol?

Ela fabrica vestidos na sua fábrica caseira. Notaram que fabrica é verbo e é uma palavra paroxítona; enquanto fábrica é substantivo e é proparoxítona?

Na sua agência, ele agencia novas modelos. Notaram que agência é trissílaba e substantivo e termina num ditongo crescente, enquanto agencia é polissílaba e verbo, pois termina num hiato, que é o encontro de duas vogais em sílabas separadas?

No lugar onde moro faz muito calor, isto é, no lugar em que moro tem temperatura muito alta, pois no lugar aonde cheguei faz calor, isto é, no lugar a que cheguei faz calor.

Por que há cinco sílabas na palavra monossílaba?

Se eu afirmar que esta frase não é uma pergunta, ele continuará sendo?

A vida é feita de fases. Ou fazes ou não fazes.

Um famoso político foi a um asilo de velhinhos iniciar a campanha de vacinação. Ele começou assim o seu discurso: 

“Meus prezados anciãos, digo, anciães, ou melhor, anciões.” Se autocorrigindo sem saber que a palavra ancião tem três plurais. Os três, que ele utilizou, estavam certos. 

A mãe bateu na filha porque estava bêbada. Afinal, quem estava bêbada?

Soldados! Em frente e enfrente o inimigo! 

A palavra idiossincrasia tem uma peculiaridade que é significar peculiaridade.

Às vezes tem crase, mas não todas as vezes. 

Quem gosta de doce-de-coco sabe a importância de um circunflexo. (Sérgio Porto)

Iremos ao Guarujá por Santos para pôr uns santos numa igreja.

Foste escolhido porque és assaz inteligente, pois assas churrasco muito bem. 

Ele gosta de noz importada; já nós, da brasileira. 

sexta-feira, 27 de setembro de 2019

Poemas de Gioia Junior*



Não negues nunca o pão ao que te bate à porta,
nem o trates jamais de maneira violenta.
Amar é o sumo bem e, se o pão alimenta,
o gesto vivifica e a palavra conforta.

Vê no desconhecido a velha folha morta
que, às tontas, voluteia agarrada à tormenta;
ama-o como a ti mesmo. O amor constrói, sustenta,
encoraja, encaminha, ensina, instrui e exorta.

Não o faças, porém, visando recompensa:
o interesse amesquinha e desvirtua a crença.
Ama pelo prazer que o próprio amor produz.

Ao que te pede o pão não o negues jamais,
nem queiras ver, depois, teu nome nos jornais;
faze-o, com humildade, em nome de Jesus!

Oração da maçaneta


Não há mais bela música
que o ruído da maçaneta da porta
quando meu filho volta para casa.

Volta da rua, da vasta noite,
da madrugada de estranhas vozes,
e o ruído da maçaneta
e o gemer do trinco,
o bater da porta que novamente se fecha,
o tilintar inconfundível do molho de chaves
são um doce acalanto,
uma suave cantiga de ninar.

Só assim fecho os olhos,
posso afinal dormir e descansar.

Oh! a longa espera,
a negra ausência,
as histórias de acidentes e assaltos
que só a noite como ninguém sabe contar!

Oh! os presságios e os pesadelos,
o eco dos passos nas calçadas,
a voz dos bêbados na rua
e o longo apito do guarda
medindo a madrugada,
e os cães uivando na distância
e o grito lancinante da ambulância!

E o coração descompassado a pressentir
e a martelar
na arritmia do relógio do meu quarto
esquadrinhando a noite e seus mistérios

Nisso, na sala que se cala, estala
a gargalhada jovem
da maçaneta que canta
a festiva cantiga do retorno.
E sua voz engole a noite imensa
com todos os ruídos secundários.
− Oh! os címbalos do trinco
e os clarins da porta que se escancara
e os guizos das muitas chaves que se abraçam
e o festival dos passos que ganham a escada!
Nem as vozes da orquestra
e o tilintar de copos
e a mansa canção da chuva no telhado
podem sequer se comparar
ao som da maçaneta que sorri
quando meu filho volta.

Que ele retorne sempre são e salvo,
marinheiro depois da tempestade
a sorrir e a cantar.
E que na porta a maçaneta cante
a festiva canção do seu retorno
que soa para mim
como suave cantiga de ninar.

Só assim, só assim meu coração se aquieta,
posso afinal dormir e descansar.

Sê corajoso e forte


Quando estiveres fatigado e triste
e meditares na terrível sorte,
não temas, pois Jesus é teu amigo:
Sê corajoso e forte!

Se te apanharem pelo mar da vida,
da dor cruenta o vendaval e a morte,
não desanimes, Cristo está contigo:
Sê corajoso e forte!

Se, no trajeto pelo mundo incauto,
vires perdida a orientação, o norte,
segue a Jesus e Ele será teu guia:
Sê corajoso e forte!

Se o dissabor, que fere a humanidade,
no coração abrir-te fundo corte,
pede a Jesus, pois Ele dá o alívio:
Sê corajoso e forte!

Se forem tantas as dificuldades,
que a tua força já não mais suporte,
roga ao Senhor que te mantenha firme:
Sê corajoso e forte!

Se vacilares, pela vida escura,
e com teu mal o mundo nem se importe,
ora com fê − e te erguerás contente:
Sê corajoso e forte!


*Gioia Júnior foi um dos maiores nomes do nosso rádio e da nossa televisão. Rafael Gioia Junior nasceu na cidade de Campinas, interior de São Paulo, no dia 9 de agosto de 1931.  O grande radialista, jornalista, advogado e político faleceu em 3 de março de 1996. Estava com 64 anos de idade.

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

A última visita

Euclides da Cunha


Casa no Cosme Velho, onde faleceu Machado de Assis.

Na noite em que faleceu Machado de Assis, quem penetrasse na vivenda do poeta, em Laranjeiras, não acreditaria que estivesse tão próximo o desenlace de sua enfermidade. Na sala de jantar, para onde dizia o quarto do querido mestre, um grupo de senhoras – ontem meninas que ele carregara no colo, hoje nobilíssimas mães de família – comentavam-lhe os lances encantadores da vida e reliam-lhe antigos versos, ainda inéditos, avaramente guardados em álbuns caprichosos. As vozes eram discretas, as mágoas apenas rebrilhavam nos olhos marejados de lágrimas, e a placidez era completa no recinto, onde a saudade glorificava uma existência, antes da morte.

No salão de visitas viam-se alguns discípulos dedicados, também aparentemente tranquilos.

E compreendia-se desde logo a antilogia de coração tão ao parecer tranquilos na iminência de uma catástrofe. Era o contágio da própria serenidade incomparável e emocionante em que ia a pouco e pouco se extinguindo o extraordinário escritor. Realmente, na fase aguda de sua moléstia, Machado de Assis, se por acaso traía com um gemido e uma contração mais viva o sofrimento, apressava-se a pedir desculpas aos que o assistiam, na ânsia e no apuro gentilíssimo de quem corrige um descuido ou involuntário deslize. Timbrava em sua primeira e última dissimulação: a dissimulação da própria agonia, para não nos magoar com o reflexo da sua dor. A sua infinita delicadeza de pensar, de sentir e de agir, que no trato vulgar dos homens se exteriorizava em timidez embaraçadora e recatado retraimento, transfigurava-se em fortaleza tranquila e soberana.

E gentilissimamente bom durante a vida, ele se tornava gentilmente heroico na morte...

Mas aquela placidez augusta despertava na sala principal, onde se reuniam Coelho Neto, Graça Aranha, Mário de Alencar, José Veríssimo, Raimundo Correia e Rodrigo Otávio, comentários divergentes. Resumia-os um amargo desapontamento.

De um modo geral, não se compreendia que uma vida que tanto viveu outras vidas, assimilando-as através de análises sutilíssimas, para no-las transfigurar e ampliar, aformoseadas em sínteses radiosas – que uma vida de tal porte desaparecesse no meio de tamanha indiferença, num círculo limitadíssimo de corações amigos. Um escritor da estatura de Machado de Assis só devera extinguir-se dentro de uma grande e nobilitadora comoção nacional.

Era pelo menos desanimador tanto descaso – a cidade inteira, sem a vibração de um abalo, derivando imperturbavelmente na normalidade sua existência complexa, quando faltavam poucos minutos para que se cerrassem quarenta anos de literatura gloriosa...

Neste momento, precisamente ao enunciar-se este juízo desalentado, ouviram-se umas tímidas pancadas na porta principal da entrada.

Abriram-na. Apareceu um desconhecido: um adolescente, de 16 a 18 anos no máximo. Perguntaram-lhe o nome. Declarou ser desnecessário dizê-lo: ninguém ali o conhecia; não conhecia, por sua vez, ninguém; não conhecia o próprio dono da casa, a não ser pela leitura de seus livros, que o encantavam. Por isto ao ler nos jornais da tarde que o escritor se achava em estado gravíssimo tivera o pensamento de visitá-lo. Relutara contra essa ideia, não tendo quem o apresentasse: mas não lograra vencê-la. Que o desculpassem, portanto. Se não lhe era dado ver o enfermo, dessem-lhe ao menos notícias certas do seu estado.

E o anônimo juvenil – vindo da noite – foi conduzido ao quarto do doente.

Chegou. Não disse uma palavra. Ajoelhou-se. Tomou a mão do mestre; beijou-a num belo gesto de carinho filial. Aconchegou-o depois por algum tempo ao peito. Levantou-se e, sem dizer palavra, saiu.

À porta José Veríssimo perguntou-lhe o nome. Disse-lho.*

Mas deve ficar anônimo. Qualquer que seja o destino dessa criança, ela nunca mais subirá tanto na vida. Naquele momento o seu coração bateu sozinho pela alma de uma nacionalidade. Naquele meio segundo – no meio segundo em que ele estreitou o peito moribundo de Machado de Assis – aquele menino foi o maior homem de sua Terra.

Ele saiu – e houve na sala há pouco invadida de desalentos uma transfiguração.

No fastígio de certos estados morais concretizaram-se às vezes as maiores idealizações. Pelos nossos olhos passara a impressão visual da Posteridade.

(30 de setembro de 1908 – Jornal do Commercio)

 

Astrojildo Pereira

* Em 1964, a casa de nº 11 da rua do Bispo, no Rio Comprido, bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, foi invadida e saqueada pela polícia. Ali morava um perigoso subversivo chamado Astrojildo Pereira Duarte Silva, o jovem que visitou Machado de Assis, em seu leito de morte, de 74 anos e armado de livros até o teto.

Durante quase 30 anos Astrojildo moitou sobre a identidade da “última visita” de Machado, afinal revelada por Lúcia Miguel Pereira em 1936. Àquela altura, ele já era um nome bem conhecido, junto às esquerdas principalmente. Fazia então quatro anos que o Partido Comunista o afastara de seus quadros, por considerá-lo um “intelectual pequeno-burguês” e “oportunista”. Além do mais, prestista. Foi por seu intermédio que o tenente Luís Carlos Prestes, exilado na Bolívia, teve acesso aos primeiros clássicos do marxismo-leninismo.

Autodidata desde a adolescência, o “revolucionário cordial” nem concluiu o curso ginasial. Como tantos jovens da sua geração, foi civilista, anarquista, e antes mesmo de desviar para o comunismo, em 1921, já não via com bons olhos o Águia de Haia. Quando este morreu, em 1923, foi todo ironia: “O proletariado não perdeu nada com isso, antes pelo contrário”. Mas a Machado e ao comunismo permaneceu fiel a vida inteira. Nasceu em Rio Bonito, RJ, 8.11.1890 e faleceu no Rio de Janeiro em 20.11.1965. 

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Professor



Um professor sempre será melhor do que o Google.

Porque o professor não dá uma informação, conta histórias.
Porque o professor funciona mesmo sem wi-fi, mesmo sem luz, mesmo no temporal.
Porque o professor não facilita a busca, exercita a memória.
Porque o professor não cria dependência, mas possibilita amizades.
Porque o professor pode mudar o destino de um assunto, voltar atrás, recomeçar de novo, dependendo das necessidades da turma.
Porque o professor não realiza só o que você deseja, vai além com detalhes e comparações.
Porque o professor lê a sua alma quando levanta o dedo para a pergunta, não apenas recebe uma dúvida.
Porque o professor também se importa com aquilo que não entendeu mais do que aquilo que quis perguntar.
Porque o professor escolhe falar do que ama. Você não está apenas tendo uma aula sobre um conteúdo, e sim testemunhando uma história de amor.
Porque o professor não coloca o seu salário acima da vocação, não coloca as circunstâncias acima dos indivíduos.
Porque o professor não julga, é todo feito para compreender, e enxerga a nota como um retrato provisório de sua curiosidade. Aposta na recuperação milagrosa quando nem mais a família tem esperança.
Porque o professor não pratica nenhuma competição, não patenteia as suas frases, não sonega o que viveu, repassa tudo o que assimilou na carreira.
Porque o professor vislumbra o que você pode vir a ser, não se fixa em sua idade.
Porque o professor já foi aluno e entende que a atenção é resultado da confiança.
Porque, quando dá as costas, o professor continua enxergando com os ouvidos.
Porque o professor não tem pressa, já que cada um tem o seu ritmo.
Porque o professor não é onipotente. Faz humor quando erra. Você aprende a ser humano como ele.
Porque o professor fica feliz quando alguém demonstra saber mais do que ele.
Porque o professor realiza trabalhos em grupo para os alunos se admirarem pelo conhecimento.
Porque o professor cede o seu espaço para apresentações, torcendo para que um aluno goste de ser professor no futuro.
Porque o professor sofre com elegância. Nunca saberá quando está triste. Ele inspira a seguir adiante ainda que sem ânimo, a não parar a rotina devido a algum descontentamento.
Porque o professor é o próprio livro falado, encadernado de expectativas de que vá até o fim.
Porque o professor repassa a lista de chamada para você se pertencer dia após dia.
Porque o professor diferencia a ignorância da burrice. Ignorância é falta de vontade, burrice termina com o esforço.
Porque o professor corrige as suas provas com comentários, personalizando as falhas e os acertos.
Porque o professor acredita em você.

O Google acredita apenas em algoritmos.*










          (Texto de Carpinejar, em Zero Hora, setembro de 2019)


* Algoritmo é uma sequência lógica, finita e definida de instruções que devem ser seguidas para resolver um problema ou executar uma tarefa. Um algoritmo nada mais é que a descrição de um passo a passo para a realização de uma tarefa, como o modo de preparo de uma receita simples de bolo.


terça-feira, 24 de setembro de 2019

Bossa nova e Bossa-nova

João Gilberto no céu
  
Por Josué Machado


“Não basta escrever certo. Elegância e fluência também contam.”
  
O céu está em festa. Só se escutam os acordes do violão com a batida do mestre. Vinicius, Tom, Nara, Elis, Miúcha cantarolam baixinho. Ele se aproxima. Com jeito tímido, dá notícias do mundo. Pergunta pelos outros que foram na frente. Estão todos lá, preparados para o grande concerto. Deus, que andava por perto, se juntou ao grupo. Aproveitou uma pausa e pediu licença pra fazer uma pergunta:

− Estudei português há muito tempo, lá pelo século 12. Desde então, dedico um tempinho diário pra me aprofundar na língua. Mas tenho dúvidas, muitas dúvidas. Uma delas tem a ver com nosso novo morador. Ele criou a bossa nova. Ora vejo a duplinha escrita com hífen, ora sem hífen. Qual a diferença entre uma e outra?

Silêncio. Ninguém soube responder. Chamaram o Houaiss e o Aurélio, que se divertiam com a questão. Os dois sorriram e mataram a curiosidade do Senhor:

− O adjetivo se escreve com hífen. O substantivo não: João Gilberto criou a bossa nova. A bossa nova revolucionou a MPB. Gosto de música bossa-nova. É bom cantor bossa-nova.

João Gilberto ouviu a explicação. Sorriu discreto. E, lá com seus botões, sussurrou como se estivesse cantarolando: “Isso é lá coisa de artista?” Feliz, o dono da casa se afastou. Anjos, arcanjos e querubins o acompanham. Tocavam uma música bossa-nova. Com hífen.

Na origem

O Houaiss, sempre curioso, acrescentou:

Bossa vem do francês bosse. Na língua de Voltaire, a dissílaba quer dizer inchaço, protuberância. Aqui tomou outro rumo. Significa jeitão, estilo de cada um ser ou fazer. Na metade do século passado, Tom Jobim, Nara Leão, Vinicius de Moraes & cia. lançaram a bossa nova. É o gênero musical verde-amarelo que mais sucesso faz mundo afora.

Quem é quem

João Gilberto era... ops! São quatro substantivos muito parecidos. Todos se referem a instrumentos musicais de corda. Confundir é proibido. Quem toca...

Violão é violonista.

Violino é violinista.

Viola é violista.

Violoncelo é violoncelista.

É isso. João Gilberto era violonista.

Chefe X Líder

Qual é a gestão ideal?

Escrito por Henrique Carvalho


Chefe

Só se preocupa em ter a tarefa realizada em curto prazo.

Usa as pessoas.
  
Coloca-se na posição de superior.

Diz “eu”.

Controla pelo medo.

Toma o crédito.

Procura culpados.

Não aceita sugestões.

Deixa a equipe no escuro.

Quer controlar cada passo dos funcionários.

Reclama constantemente sem tomar uma ação.

Observa.

Manda.

Faz fofocas e elege favoritos.

Não conhece a equipe.

Procrastina as tarefas.

Pressiona e estressa os funcionários.

Prende todos a procedimentos imutáveis.

Chefes se frustram.

Líder

Investe nos membros da equipe a longo prazo.
  
Trabalha no desenvolvimento de cada membro da equipe.

Trata os membros da equipe com iguais.

Diz “nós”.

Conquista respeito e admiração.

Dá reconhecimento público.

Trabalha para corrigir o erro.

Ouve a ideia de todos.

Orienta claramente.

Demonstra confiança na equipe.

Toma uma atitude para melhorar a situação.

Ensina.

Participa.

Desaprova fofocas e procura unir a equipe.

Procura conhecer os talentos de cada um.

Foca em produtividade.

Motiva a equipe.

Encoraja a criatividade e inovação.

Líderes prosperam.

Aspectos da liderança

Pessoal: → O líder se preocupa em desenvolver sua capacidade de gestão da equipe.

Sustentação: → Protege a equipe, luta por recursos, dá feedbacks.

Contextual: → Constrói uma identidade para o time deixando claros a missão, papéis e práticas de cada um.

Direcionamento: → Instrui e tem uma liderança ativa para quem tem pouca ou nenhuma experiência.

Motivacional: → É uma fonte de otimismo e entusiasmo.

Compartilhamento e liderança: → Quando um membro da equipe demonstra experiência em uma tarefa, o líder delega a liderança do assunto.

O que torna uma pessoa um chefe ou um líder?

Qual é a grande diferença?

Uma equipe precisa de uma liderança, alguém que irá tomar a frente dos projetos e orientar todos os envolvidos.

Um chefe pode ser a pessoa responsável pelo trabalho a ser realizado, mas a forma como guia o time por esse processo não é nada saudável, e deixa as pessoas frustradas e estressadas.

O melhor rendimento de qualquer equipe é encontrado através da função de um líder que busca o melhor de cada um dos envolvidos e coloca o projeto e o profissionalismo acima de vaidades pessoais.

Liderar um grupo não é uma tarefa fácil, mas precisamos sempre tomar o cuidado de não cair em maus hábitos que nos tornam o tão odiado chefe.

Todo chefe tem capacidade de crescer para se tornar um líder, e consequentemente melhorar os resultados e satisfação de sua equipe.

Mas para isso é importante identificar as características que são um problema e precisam ser melhoradas.

Para isso montamos para você um infográfico com os principais aspectos de um chefe em comparação a um líder.

Se você identificar comportamentos típicos de um chefe, é bom prestar atenção no seu time e nos seus projetos, pois as chances são grandes de seus funcionários estarem infelizes e o trabalho não estar atingindo o potencial que poderia.

“O líder é aquele que conhece o caminho,
percorre o caminho e mostra o caminho.”
John C. Maxwell


segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Dez músicas de Lupicínio Rodrigues

que você precisa conhecer


Por Maria Fernanda Moraes

Quando Vinícius de Moraes escreveu que “todo poeta só é grande se sofrer” (do poema Eu não Existo sem Você, de 1957), mal sabia ele que, anos antes, em 16 de setembro de 1914, já havia nascido um compositor gaúcho que cantaria melhor que ninguém seus sofrimentos amorosos. Não é à toa que Lupicínio Rodrigues ficou conhecido como “o rei da dor de cotovelo”.

Os amores desfeitos e as dores de cotovelo sempre estiveram presentes em seus sambas-canção, conhecidos também como “samba triste” ou “samba de meio do ano” (pois eram lançados e faziam sucesso fora da época do Carnaval). Invariavelmente, as letras ligavam a sua desgraça sentimental à mulher e foram interpretados pelos maiores cantores populares do país, como Herivelto Martins, Orlando Silva, Caetano Veloso, Elis Regina e muitos outros.

Autobiográficas, suas músicas acompanhavam as fases de sua vida. Ainda jovem, um episódio amoroso influenciaria seu estilo para o resto da vida: em 1933, depois de entrar para o exército, Lupicínio foi transferido para a cidade gaúcha de Santa Maria. Foi lá que conheceu Iná, sua primeira grande paixão e a musa que inspiraria muitas composições. Entretanto, a vida boêmia do compositor fez com que Iná desistisse do noivado, depois de cinco anos de relacionamento.

No livro “Foi Assim” (Editora L&PM), Lupicínio Rodrigues Filho conta que o pai não tocava instrumentos, apenas fazia sons com uma caixa de fósforos. E na hora de compor tinha um método peculiar: assobiava. Lupicínio costumava dizer que não era músico ou compositor, assumia-se apenas como “um boêmio profissional”.

Lupicínio morreu aos 59 anos, com problemas no coração. Com cerca de 150 canções, muitas delas ficaram famosas pelas vozes de cantores prestigiados. Acompanhe algumas:

01. “SE ACASO VOCÊ CHEGASSE”

→ Foi com esse samba, em 1938, que Lupicínio alcançou seu primeiro grande sucesso, em parceria com Felisberto Martins e gravado na RCA Victor por Ciro Monteiro. Em 1957, foi regravado por Elza Soares e se transformou numa das mais importantes músicas do repertório dela (a música está no disco Se Acaso Você Chegasse, que faz parte do box Negra).

A letra do samba refere-se ao episódio em que Lupicínio conta a Heitor Barros que estava tendo um caso com uma ex-namorada do amigo, sugerindo que mantivessem a amizade apesar disso.

02. “NERVOS DE AÇO”

→ Em 1947, Francisco Alves fez a primeira gravação desse samba-canção, que se tornaria um clássico da música popular brasileira. Mas foi na voz de Paulinho da Viola que a música arrebatou as gerações mais recentes (pode ser encontrada no disco Argumento).

Essa é uma das canções inspiradas por Iná, a noiva que desistiu do casamento com Lupicínio por conta da vida boêmia dele. Os versos de “Nervos de Aço” nasceram quando Lupicínio viu a ex-noiva casada com outro homem.

03. “VINGANÇA”

→ Em 1951, a cantora Linda Batista gravou dois sambas de Lupicínio na RCA Victor: “Dona divergência”, com Felisberto Martins, e “Vingança”. Este último é um dos grandes exemplos de suas canções ao estilo dor de cotovelo e rendeu ao compositor grande projeção. Posteriormente, a música ficou famosa também na voz de Maria Bethânia (no disco Memória da Pele).

Na história da letra, Mercedes (também conhecida como Carioca), então namorada de Lupicínio, tenta seduzir um empregado dele, que conta ao patrão o caso. Ele rompe com ela e, logo em seguida, no carnaval, os amigos dele a veem num bar e, sem saberem do rompimento, perguntam por Lupicínio. A moça se põe a chorar copiosamente, o que o inspira a escrever a música logo após saber do episódio.

04. “NUNCA”

→ Depois da letra de “Vingança”, outro episódio com a Carioca também virou canção. Trata-se de uma resposta negativa às tentativas da moça de reconquistar Lupicínio. Em certo momento, o compositor diz que “nem se Deus mandar” ele faria as pazes com ela. Segundo dizem, a moça havia levado uma foto dele para um pai de santo fazer um trabalho.

Na década de 1980, a canção voltou a ganhar notoriedade com a regravação de Zizi Possi.

05. “ESSES MOÇOS (POBRES MOÇOS)”

→ Outro grande exemplo de uma bela dor de cotovelo, mas desta vez destinada a um amigo. A canção ficou famosa na voz de Francisco Alves, e Lupicínio Rodrigues a escreveu ao saber que seu grande amigo e parceiro Hamilton Chaves iria se casar. Segundo contam, Lupicínio achava o companheiro ainda moço para se casar – ele estava com 22 anos. O conselho, entretanto, não foi ouvido, mas se tornou uma canção popular na época.

06. “FELICIDADE”

→Essa é uma das canções mais populares de Lupicínio: “Felicidade foi-se embora e a saudade no meu peito ainda mora”. Em 1947, o Quarteto Quitandinha foi o primeiro a gravá-la. Depois, na década de 1970, virou hit com a regravação de Caetano Veloso.

Segundo o diretor e dramaturgo Artur José Pinto, que estudou a vida de Lupicínio para fazer Lupi, o Musical, há um episódio em que Lupicínio encontrou Caetano num bar em Porto Alegre depois de um show na cidade. Caetano ainda estava com a maquiagem do show e causava estranheza nas pessoas ao redor. Lupicínio então o acolheu e passaram a madrugada toda conversando.

07. “CADEIRA VAZIA”

→ Imortalizada na voz de Elis Regina, a letra dessa canção fala da história de uma moça que saiu de Porto Alegre para ir atrás de outras oportunidades no Rio de Janeiro. Como as coisas não andaram bem, ela precisou retornar ao Sul. Na volta, o ex-namorado Lupicínio a acolheu. Mas o sofrimento da separação foi tanto que ele não conseguiu mais amá-la como antes.

08. “ZÉ PONTE”

→ Orlando Silva foi um dos grandes intérpretes de Lupicínio. Em 1947, o compositor deu a Orlando duas canções: “Brasa” e “Zé Ponte”.

Na letra de “Zé Ponte”, Zé é um alter ego do compositor, e a cabocla presente na letra é Iná. A canção é a primeira que ele compôs para ela, ainda antes de namorarem e antes da desilusão.

09. “EXEMPLO”

→ É uma das muitas canções de Lupicínio que ganharam vida na voz de Jamelão, grande parceiro e intérprete das dores do compositor gaúcho.

A música foi feita para comemorar os dez anos de casamento de Lupicínio e dedicada à sua mulher Cerenita. A esposa e o filho também aparecem em outra música, “Nossa Senhora das Graças”.
10. “HINO OFICIAL DO GRÊMIO”

“Até a pé nós iremos, para o que der e vier. Mas o certo é que nós estaremos com o Grêmio, onde o Grêmio estiver”.

→ Apaixonado por futebol e torcedor fanático do Grêmio, é de Lupicínio a letra e melodia do hino oficial do clube, composto em 1953 em um guardanapo de papel num restaurante, segundo contam. A história é que ele e mais alguns amigos aguardavam o horário do bonde para ir até o estádio assistir ao jogo, mas souberam que o serviço estava em greve. Tiveram, então, que seguir a pé até o estádio, e lá, vendo seu time jogar, o compositor teve a ideia da letra. A canção venceu um concurso em comemoração ao cinquentenário do time e depois se tornou o hino oficial.

(Do Blog da Livraria Saraiva)