segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Parthenon Literário



Pedra Fundamental do Partenon Literário

A Sociedade Partenon Literário foi fundada em Porto Alegre, a 18 de junho de 1868, por um grupo de aproximadamente 50 intelectuais, em que despontavam José Antônio do Vale Caldre e Fião, Apollinário Porto Alegre, Lobo da Costa, Múcio Teixeira, Luciana de Abreu, Aurélio Veríssimo de Bittencourt, Hilário Ribeiro de Andrade e Silva, José Bernardino dos Santos, Aquiles Porto Alegre, J. F. de Assis Brasil e Carl Von Koseritz. Empenhada na defesa da República, da educação, da emancipação feminina, da abolição da escravatura, na proteção dos indígenas e na difusão do conhecimento científico, a instituição publicou uma revista mensal, que circulou entre 1869 e 1879. A entidade teve sede social em diversos locais da cidade, embora a sua pedra fundamental tenha sido lançada na rua Riachuelo, no dia 10 de janeiro de 1885, tendo testemunhado o ato a princesa Isabel e o seu consorte, o conde D’Eu, de passagem por Porto Alegre na ocasião.


Luciana de Abreu, Apolinário Porto Alegre e Caldre e Fião

Sociedade Parthenon Literário foi criada em 18 de junho de 1868, num período de efervescência social e política, com a Guerra do Paraguai em andamento, as ideias republicanas em expansão e uma forte retomada do movimento abolicionista.

A Sociedade participava de campanhas abolicionistas, angariando fundos para libertação de escravos e propagava os ideais republicanos. Promovia também debates com temas diversos como a Revolução Farroupilha, casamento , pena de morte e feminismo.

Ao longo de sua existência funcionou em diversos locais, sem nunca ter tido sede própria. Em novembro de 1873, numa cerimônia em que estiveram o presidente da província, João Pedro Carvalho de Morais, e o bispo de Porto Alegre houve uma primeira tentativa de fundação de um espaço próprio, em uma região, na época, distante do centro da cidade, que deu o nome a um dos atuais bairros de Porto Alegre, o Partenon. A sede seria onde hoje é a Igreja Santo Antônio. Outra tentativa deu-se em 10 de janeiro de 1885, com presença da Princesa Isabel e do Conde D'Eu, lançou-se a pedra fundamental de um edifício que seria localizado na rua Riachuelo.

O Partenon Literário precedeu 30 anos a Academia Brasileira de Letras, publicando diversas obras literárias, bem como a tradicional Revista Literária, ora em formato de livro, seu legado mais forte. A Revista circulou durante dez anos e continha críticas literárias, biografias, comentários, editoriais e estudos sobre a história e cultura gaúchas. Discursos proferidos na Sociedade eram depois transcritos para a revista, além de contos, narrativas, peças teatrais e poesias. Os textos mais longos eram divididos em diversas partes e publicados ao longo de diversos números.

A sociedade foi extinta por volta de 1925, mediante a doação de terreno que tinha obtido para a construção de sua sede, pois de fato já deixara de existir desde 1885 quando paralisou os trabalhos associativos.


Apolinário Porto Alegre


Luciana de Abreu


Caldre e Fião


Lobo da Costa


Múcio Teixeira


Aquiles Porto Alegre


Apeles Porto Alegre

Parthenon Literário

Em 18 de junho de 1868, em Porto Alegre, é criada a Sociedade Parthenon Literário, na Rua de Braçança (Marechal Floriano), sob a presidência de Apolinário Porto Alegre (1844-1904) consagrou os melhores intelectuais porto-alegrenses, decisiva para o regionalismo gauchesco, durante mais de 20 anos.

Era uma tribuna para oratória, publicava revista, criou “escola noturna gratuita” para livres e escravos.

A sociedade com grandes serviços à literatura e à causa da abolição da escravatura. Possuía uma biblioteca com mais de “6 mil volumes” e um pequeno museu.

A sociedade também foi avançada em matéria política (era “abolicionista” muito antes de as campanhas ganharem as ruas) e comportamental, pois abrigava “mulheres”, que a Academia Brasileira de Letras, só um século mais tarde admitiu.

Nos grandes saraus da sociedade brilharam muitas personalidades, como:

Luciana de Abreu (1847-1880),
Apolinário Porto Alegre (1844-1904),
Caldre e Fião (1821-1876),
Afonso Marques (1847-1872),
Aquiles Porto Alegre (1848-1926),
Francisco Antunes Ferreira da Luz (1851-1894),
Dasmasceno Vieira (1850-1910),
Amália dos Passos Figueiroa (1845-1878),
João Lobo Barreto (1853-1875),
Apeles Porto Alegre (1850-1917),
Hilário Ribeiro (1847-1886),
Aurélio Veríssimo de Bitencourt (1849-1919),
Teodoro de Miranda (1852-1879),
Bernardo Taveira Junior (1795-1872),
José de Sá Brito (1844-1890),
Menezes Paredes (1843-81),
Francisco de Sá Brito (1808-1875),
Carlos Von koseritz (1834-1890),
Múcio Teixeira (1857-1926),
Lobo da Costa (1853-1888).

138 foram os integrantes do Parthenon Literário.

Luciana de Abreu (1847-1880), professora e conferencista, “talvez a primeira feminista da cidade”, emocionou a todos da sociedade ao discursar sobre o “direito das mulheres a instrução superior”.

Em 09 de novembro de 1873, lançou sua pedra fundamental no morro do Parthenon (atual bairro Santo Antônio) onde construiria sua “Acrópole” como na Grécia antiga.

Em 10 de janeiro de 1885, lançou nova pedra fundamental da sede à Rua Riachuelo.

Sócios dissidentes criaram outras sociedades como a que editou a revista “Murmúrios do Guaíba” (1870), a Sociedade Ginásio Literário (1874) e a Sociedade Ensaios Literários (1875 a 1877).




Meio Copo D'água



Otimista: Þ Festeja porque o copo está quase cheio;

Pessimista:  Þ Reclama porque o copo está quase vazio;

Comunista: Þ Gostaria de dividir a água, mas não tem copos;

Capitalista: Þ Tem os copos, mas quer controlar o preço da água;

Fascista: Þ Quer envenenar a água;

Anarquista: Þ Quer explodir o copo;

Paranoico: Þ Suspeita que a água esteja cheia de microorganismos letais;

Neurótico: Þ Tem quase certeza disto;

Megalomaníaco: Þ Acredita que foi ele quem criou a água;

Bon Vivant: Þ Prefere água Perrier;

Proletário: Þ Vai de torneira mesmo;

Egoísta: Þ Quer beber tudo sem deixar uma só gota;

Narcisista: Þ Só quer olhar o seu reflexo na água;

Oportunista: Þ Pensa em leiloar a água e vender o copo em prestações;

Economista: Þ Calcula que, segundo projeções, até o final do próximo ano o copo deverá estar 10% mais caro;

Sociólogo: Þ Acha que até lá terão roubado o copo;

Governo: Þ Anuncia que meio copo de água é uma grande conquista desta atual administração;

Oposição: Þ Declara que a água está poluída e o copo rachado;

Judeu: Þ Por meio copo de água ele faz qualquer negócio;

Colorado: Þ Bebe a água e jogo o copo na cabeça de um gremista;

Gremista Þ Bebe a água e joga o copo na cabeça de um colorado;

Ninfomaníaca: Þ Acha que o copo é um símbolo fálico e a água o sêmen que o contém;

Maluco: Þ Bebe o copo e quebra a água;

Poeta: Þ Faz um poema: “No copo havia metade de água, metade de água havia no copo.”

Sonhador: Þ Nesta taça de cristal, beberei o néctar dos teus lábios...

Político: Þ Diz que vai distribuir a água com o povo, mas bebe a água e rouba o copo.


Redação avançada



Talvez vocês já conheçam, mas vejam só que dureza o que os vestibulandos foram capazes de escrever na prova de redação da UFMG, dado o tema:

          “A TV forma, informa ou deforma?”.

          A seleção foi feita pelo professor José Roberto Mathias.

01. A TV possui um grau elevadíssimo de informações que nos enriquece de uma maneira pobre, pois se tornamos uns viciados deste veículo de comunicação.

02. A TV no entanto é um consumo que devemos consumir para nossa formação, informação e deformação.

03. A TV se estiver ligada pode formar uma série de imagens, já desligada não...

04. A TV deforma não só os sofás por motivo da pessoa ficar bastante tempo intertida como também as vista.

05. A televisão passa para as pessoas que a vida é um conto de fábulas e com isso fabrica muitas cabeças.

06. Sempre ou quase sempre a TV está mais perto denosco fazendo com que o telespectador solte o seu lado obscuro.

07. A TV deforma a coluna, os músculos e o organismo em geral.

08. A televisão é um meio de comunicação, de audição e porque não dizer de locomoção.

09. A TV é o oxigênio que forma nossas ideias, por isso é que podemos dizer que esse meio de transporte é capaz de informar e deformar os homens...

10. A TV ezerce poder, levando informações diárias e porque não dizer horárias.

11. E Nós estamos nos diluindo a cada dia e não se pode dizer que a TV não tem nada a ver com isso...

12. A televisão leva fatos a trilhares de pessoas...

13. A TV acomoda aos teles inspectadores... A informação fornecida pela TV é pacífica de falhas...

14. A televisão pode ser definida como uma faca de trez gumes. Ela tanto pode formar, como informar, como deformar. 


Prevenir é bem melhor do que Remediar!



Frank William Abagnale Jr.

Se você assistiu ao filme  “Prenda-me se for capaz”, longa do diretor Steven Spielberg, estrelado por Leonardo Di Caprio e Tom Hanks, possivelmente se lembra quem é Frank Abagnale Jr.

O filme, baseado na biografia de um dos maiores fraudadores da história dos Estados Unidos, mostra muitos elementos em comum entre o personagem representado por Di Caprio e o verdadeiro Abagnale Jr, que está em visita ao Brasil nesta semana(?) para lançamento do Safety, nova plataforma de segurança da informação da Serasa Experian.

Há 35 anos a serviço do principal órgão de investigação norte-americano, o FBI (Federal Bureau of Investigation), Abaganale Jr. usa sua experiência como estelionatário para desmascarar outros criminosos e fraudadores – teve participação ativa no esclarecimento de crimes financeiros como os casos Enron, Madoff, entre outros.

Filho de pais separados, Abagnale saiu de casa aos 16 anos. Durante cinco anos, se passou por piloto de avião, professor universitário, pediatra e advogado. Durante esse período embolsou nada menos que US$ 2,5 milhões em cheques falsificados. Aos 21, foi pego pela polícia francesa, mas só cumpriu cinco anos de sua pena. Foi solto sob a condição de ajudar as agências federais com as investigações sobre fraude – sem nenhuma remuneração.

Aos 69 anos, Abagnale diz ser um homem regenerado. Atualmente, escreve um livro sobre ética e caráter e defende o ensino de conceitos morais desde os primeiros anos escolares. “Eu era uma criança quando cometi todos esses crimes. Só sou considerado um gênio hoje porque eu tinha apenas 16 anos quando comecei isso”, diz. “Mesmo aos 16 anos, uma criança precisa de pai e mãe, precisa de assistência. O divórcio dos pais provoca reações difíceis de calcular quando você é jovem e destemido.”

No entanto, hoje ele acha que a vida dos fraudadores está cada vez menos desafiadora. “É quatro vezes mais fácil fraudar um cheque hoje”, diz. “Você entra no site do banco, capta a marca, coloca toda a informação, imprime seu cheque em quatro cores ainda melhores que a impressão do banco.”

Para Abagnale, a tecnologia ajuda o crime e ainda há muitas pessoas e empresas que não se atentam para a quantidade de informações que disponibilizam em cadastros, redes sociais, entre outros. Por isso, ele acredita na educação na disponibilização de dados. “A maior parte das pessoas é honesta, então não vê nenhum mal em compartilhar suas informações, mas quando sabem do risco que correm, aprendem”, lembra.

“Criminosos fogem das dificuldades e buscam oportunidades. Se for difícil para eles buscarem seus dados, eles desistirão de você”, diz. “Eu sempre sugiro que as pessoas façam as mesmas coisas que eu faço para proteger suas informações.”
  
Confira as sete dicas de Frank Abagnale Jr para evitar fraudes

1) Tenha um triturador: “Tudo o que você acredita não ter qualquer significado, como um envelope, por exemplo, pode ser valoroso para alguém. Triture tudo que tiver seu nome, endereço e quaisquer outras informações suas.”

2) Assine, ​no seu Banco, ​serviços de monitoramento do cartão: “Adquira algum sistema de monitoramento para as suas transações. É fundamental que você saiba sempre que alguém estiver tentando fazer alguma operação com seu cartão.”

3) Evite os cheques: “Tenha cuidado com quem vai receber seus cheques. Um cheque tem informações como seu nome, números de documentos, agência e conta bancária, além da sua assinatura junto ao banco.”

4) Evite o cartão de débito: “Eu não uso cartões de débito. Quando você entrega seu cartão para uma operação de débito, você está abrindo o acesso da sua conta bancária para aquele estabelecimento.”

5) Na Internet, prefira pagar com ​Cartão de crédito: “Eu adoro fazer compras na internet, mas sempre pago com o cartão de crédito. Se alguém estiver tentando roubar seu dinheiro, melhor que roube o dinheiro da Visa ou da Mastercard do que o seu. A responsabilidade de zelar pela sua segurança passa a ser deles.”

6) Evite fotos frontais suas nas redes sociais: “Quanto mais fotos você tiver no Facebook, mais rápido um fraudador vai descobrir seu perfil, as coisas que você gosta e compra, as lojas e os estabelecimentos que frequenta. Eu sugiro aos jovens evitar as fotos frontais de rosto, porque os softwares de detecção de face estão cada vez melhores e eficientes. Hoje eu levo sete segundos para chegar ao seu perfil no Facebook se eu tiver uma foto sua.”

7) Evite oferecer muitos dados: “Quando você coloca o local do seu nascimento e sua data de nascimento no Facebook, você oferece 98% das informações que um criminoso precisa para buscar seus dados e te fraudar. Não percebemos o quanto as pessoas procuram por essas informações.”


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Frank William Abagnale, Jr. (Condado de Westchester, 27 de Abril de 1948) foi um falsificador de cheques e impostor estado-unidense por cinco anos na década de 1960. Atualmente preside a Abagnale and Associates, uma empresa de consultoria contra fraudes financeiras. Sua história de vida serviu de inspiração para o filme Catch Me If You Can ("Prenda-me se for capaz" no Brasil e "Apanha-me se puderes" em Portugal), baseado em sua biografia não oficial de mesmo nome.


Ecologia e o crime dos idosos

Uma aula gratuita ministrada por uma idosa
 considerada ultrapassada.


Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa:

− A senhora deveria trazer suas próprias sacolas para as compras, uma vez que sacos de plástico não são amigáveis com o ambiente.

A senhora pediu desculpas e disse:

− Não havia essa onda verde no meu tempo.

O empregado respondeu:

− Esse é exatamente o nosso problema hoje, minha senhora. Sua geração não se preocupou o suficiente com o nosso meio-ambiente.

− Você está certo − respondeu a senhora. Nossa geração não se preocupou adequadamente com o meio ambiente. Naquela época, as garrafas de leite, garrafas de refrigerante e cerveja eram devolvidos à loja. A loja mandava de volta para a fábrica, onde eram lavadas e esterilizadas antes de cada reuso, e eles, os fabricantes de bebidas, usavam as garrafas, umas tantas outras vezes.

Realmente, não nos preocupávamos com o ambiente no nosso tempo. Subíamos as escadas, porque não havia escadas rolantes nas lojas e nos escritórios. Caminhávamos até o comércio, ao invés de usar o nosso carro, a cada vez que precisávamos ir a dois quarteirões de casa.

Não nos preocupávamos com o ambiente. Até as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis. A secagem era feita por nós mesmos, não nestas máquinas secadoras elétricas. A energia solar e eólica é que realmente secavam nossas roupas.

Os filhos menores usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos, e não roupas sempre novas.

Mas é verdade: não havia preocupação com o ambiente, naqueles dias. Naquela época tínhamos somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela de 14 polegadas, não um telão do tamanho de um estádio; que depois será descartado, como? não sei.

Na cozinha, tínhamos que bater tudo com as mãos porque não havia batedeiras elétricas, que fazem tudo por nós. Quando enviávamos algo frágil pelo correio, usávamos jornal velho como proteção, e não plástico-bolha ou pellets de plástico que duram cinco séculos para começar a degradar.

Naqueles tempos não se usava motor a gasolina para cortar a grama, era utilizado um cortador de grama que exigia músculos. O exercício era extraordinário, e não se precisava ir a uma academia e usar esteiras que também funcionam à eletricidade.

Mas você tem razão: não havia, naquela época, preocupação com o meio-ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos.

Recarregávamos nossas canetas com tinta inúmeras vezes ao invés de comprar outra. Amolávamos as navalhas, ao invés de jogar fora aparelhos descartáveis, quando a lâmina perdia o corte.

Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. Naquele tempo, as pessoas tomavam o bonde ou ônibus coletivos e os meninos iam em suas bicicletas ou a pé para a escola, ao invés de usar os pais como serviço de táxi 24 horas.

Havia só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. E não precisávamos de GPS para receber sinais de satélites no espaço para encontrar a pizzaria mais próxima.

Então, não é incrível que a atual geração fale tanto em “meio-ambiente”, mas não queira abrir mão de nada e não pense em viver um pouco como na minha época!

*****

Agora que você ouviu esse meu desabafo, envie este texto para os seus amigos que têm mais de 50 anos de idade, e para os jovens que têm tudo nas mãos e só sabem criticar os mais velhos!

(Colaboração de Umberto Gamba, de São Paulo)

domingo, 29 de outubro de 2017

Pesadelo de verão


(Conto de Carlos Mosmann)


Era hábito. Duck Arali acordou como sempre, às oito da manhã.

- Raios, bocejou.

Lembrando da noite anterior, que passou tomando champanha com uma loira espetacular, entrou no banheiro. Uma ducha fria para reanimar. Mas não adiantou. O banho reativante não bastou para recobrar seus olhos, de um azul duro, das horas de sono perdido.

Com a toalha sobre os ombros morenos, os cabelos loiros agitados pelo vento e óculos escuros, o detetive da A.U.N.T. pisou nas areias de Copacabana. Procurou um lugar isolado para sentar-se e apreciar o despreocupado vaivém das belas mulheres cariocas.

- Ah, suspirou preguiçosamente, com é bom esquecer por alguns dias o trabalho, as viagens a Paris, a Londres, a Hong Kong, às Bahamas e a Beirute, sempre perseguindo agentes inimigos. Mas, é fatal. Já estou no Rio há quase dois dias. De repente há de aparecer um novo caso. Um crime misterioso, um espião russo e as corridas de automóvel nas curvas da estrada que leva ao Corcovado, as belas mulheres-isca, os porões recheados de armas secretas. Tédio. Salvar a sociedade ocidental quinzenalmente já não me oferece mais emoções.

Duck Arali sabia também que não deixaria de despertar a atenção de alguma bela jovem nos próximos segundos. Talvez, tivesse que salvar uma das águas revoltas da praia. A ideia lhe pareceu agradável a principio. Mas o cheiro lhe fez pensar em outras hipóteses. Mais alguns segundos e despertaria a atenção de uma mulher deslumbrante. Certamente. Instintivamente, levou a mão aos óculos escuros, mas interrompeu o movimento. Seus olhos de azul duro estavam cansados. E era inevitável. Mais alguns segundos e seria notado por uma mulata espetacular.

- Será uma agente de Moscou? Talvez, Pequim. Uma árabe possivelmente. Afinal, o mundo está mudando. É preciso acompanhar sua evolução. Mas uma coisa é certa. Ela trará novas aventuras, novos perigos. Tédio.

Instintivamente, Duck Arali acionou o detector de perigos de seu relógio a prova de água e choque, ultra-sonic e de superprecisão. O ponteiro vermelho, que marcava os dias, começou a girar, como que indicasse os segundos. Era o sinal. Mais alguns segundos e uma maravilhosa agente inimiga estaria entre seus braços poderosos.

Duck Arali deitou-se na areia, esperando tranquilamente pelos perigos que o aguardavam.

- Como será ela? Ruiva, morena, a loura de ontem à noite? Tomara que seja uma mulata. Hoje só. Uma mulata... Hei!

Um agente inimigo. Era um agente inimigo. Levou a toalha de banho de Duck Arali (na verdade um colete à prova de balas, camuflado). O detetive ergueu-se num salto e avistou o inimigo. Como um raio, jogou-se em sua direção. Ele tinha a agilidade de um gato, corria entre a multidão despreocupada, assustando os inocentes turistas.

- Raios. A sociedade ocidental em perigo e esta gente calmamente no meu caminho. Nem imaginam o que pode acontecer se eu não conseguir alcançar o agente inimigo. Será russo? Certamente. Só pode ser russo.

Durante quinze intermináveis minutos, Duck Arali perseguiu o agente. Saíra de Copacabana e já estava no Leblon. De repente, jogou-se ao chão. Estava cansado.

- Raios, resmungou bufando e arfando como um cachorro em tarde de diversão, como correm esses malditos pivetes.


Se cada um fizer a sua parte,

Os problemas se resolvem mais depressa.


Uma floresta, onde viviam animais de espécies variadas, certo dia se incendiou, e seus habitantes ficaram desesperados, sem saber o que fazer.

O leão urrava, o macaco corria de um lado para o outro, o coelho, com sua agilidade, sumiu no meio do mato e outros animais se reuniram para discutir qual seria o destino de todos. Enquanto a reunião se realizava, os animais observavam que um passarinho voava até um regato, pegava água em seu biquinho, molhava as asas e ia até o local onde estava o fogo. Viram essa operação se repetir inúmeras vezes. Então, o elefante, um dos participantes daquela reunião, resolveu matar a curiosidade de todos e interpelou o passarinho:

− Passarinho, o que está fazendo? Venha se unir a nós... Estamos aqui discutindo como será possível acabar com todo esse fogo que assola a nossa floresta.

O passarinho respondeu:

− Não posso... Estou tentando apagar este incêndio que tanto mal está nos fazendo.

− Mas, passarinho – disse o elefante −, você por acaso pensa que sozinho poderá acabar com este fogo?

E o passarinho respondeu:

− Se cada um de vocês fizesse a sua parte e viesse me ajudar, o fogo poderia acabar mais rapidamente.

O trabalho coletivo é capaz de transpor obstáculos e alcançar realizações que seriam impossíveis de ser conseguidos por uma só pessoa.


(Do livro “O que podemos aprender com os gansos”,
de Alexandre Rangel)



sábado, 28 de outubro de 2017

O que faz você feliz?


A lua, a praia, o mar,
A rua, a saia, amar...
Um doce, uma dança, um beijo,
Ou é a goiabada com queijo?

Afinal, o que faz você feliz?

Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde,
Arroz com feijão, matar a saudade...
O aumento, a casa, o carro que você sempre quis,
Ou são os sonhos que te fazem feliz?

Um filme, um dia, uma semana,
Um bem, um biquíni, a grama...
Dormir na rede, matar a sede, ler...
Ou viver um romance?

O que faz você feliz?

Um lápis, uma letra, uma conversa boa,
Um cafuné, café com leite, rir à toa,
Um pássaro, ser dono do seu nariz...
Ou será um choro que te faz feliz?

A causa, a pausa, o sorvete,
Sentir o vento, esquecer o tempo,
O sal, o sol, um som,
O ar, a pessoa ou o lugar?

Agora me diz,
o que faz você feliz?


(Propaganda do supermercado Pão de Açúcar na Revista Isto É)


Balada para não dormir

Lourenço Diaféria


Eu não sou criança.
Eu sou de menor.
Criança tem pai, tem mãe, tem irmão.
Eu sou de menor.
De menor tem a vida.
Criança tem livro
com figura colorida.
De menor tem o código.
Eu sou de menor.
Criança aparece em anúncio bonito
pedindo brinquedo.
De menor não tem disso.
De menor é no dedo puxando o gatilho.
Criança tem disco da Xuxa
e do Balão Mágico.
Eu sou de menor.
Eu escuto o Ratinho.
Criança tem idade, faz aniversário,
apaga velinhas.
Eu sou de menor.
Eu já nasci grande,
sem mês e sem ano,
apago velhinhas.
Criança é bobinha.
Eu sou de menor,
imponho respeito.
Criança tem gênio.
Eu tenho manias.
Eu sou de menor.
Criança tem clube.
Eu sou de menor.
Eu tenho minha gang.
Criança tem sítio
com pato, galinha, vaca,
bezerro, carneiro, cabrito.
Eu sou de menor.
Eu nado, me afogo, na funda lagoa.
Eu sou de menor.
Se toco na banda ninguém me elogia, prestigia.
Se engraxo sapato ninguém diz “legal”.
Eu sou de menor.
Criança depende do bolso do pai.
Eu sou de menor.
Eu guardo automóvel com cara de anjo.
Divido a grana com os marmanjos.
Me viro, me arranjo.
Como pastel, tomo caldo de cana,
descolo hambúrguer de gente bacana.
Eu sou de menor.
Atravesso vitrô,
eu furo parede,
eu cavo buraco,
eu salto muralha,
eu miro no alvo, derrubo cigarro,
endireito cano de curva espingarda,
sento na borda da escada rolante,
levanto os dois braços na montanha russa.
Frequento os cinemas da avenida Ipiranga,
e tudo que passa eu já sei de cor.
eu sou de menor.
Nada tem graça.
Às vezes me escalam para ser criança.
É tarde demais.
Eu sou de menor.
Já morreu o sol da aurora da vida,
saudades não tenho.
Eu sou de menor.
Sou a vidraça quebrada
pela pedra do adulto.
Sou o rosto molhado na água da chuva.
Sou fliperama, o barraco, a marquise,
sou dois olhos mordendo a luz do moinho.
Eu sou o trapo enxotado da loja,
o cara suspeito empurrando carrinho.
Sou o discurso jamais realizado.
Sou a face clara da fortuna escondida.
Sou o cão magrela do banquete desperdiçado.
Sou o lado contrário do cabo da faca.
sou a garrafa vazia jogada no mar
que volta coberta de restos da morte.
Eu sou a resposta que não espera perguntas.
Aqui estou. Nada mais sinto.
Apenas digo: Cuidado!
Não sou criança.
Meu nome é:
De menor!



O som da época

Luís Fernando Veríssimo


Desconfio de que ainda nos lembraremos destes anos como a época em que vivemos com o acompanhamento dos alarmes de carro. Os alarmes de carro são a trilha sonora do nosso tempo: o som da paranoia justificada.

O alarme é o grito da nossa propriedade de que alguém está querendo tirá-la de nós. É o som mais desesperado que um ser humano pode produzir – a palavra “socorro!” −, mecanizado, padronizado e a todo volume. É “socorro!” acrescentado ao vocabulário das coisas, como a buzina, a campainha, a música de elevador, o “ping” que avisa que o assado está pronto e todos os “pings” do computador. Também é um som típico porque tenta compensar a carência mais típica da época, a de segurança. Os carros pedem socorro porque a sua defesa natural – polícia por perto, boas fechaduras ou respeito de todo o mundo pelo que é dos outros – não funciona mais. Só lhes resta gritar. Também é o som da época porque é o som da intimidação. Sua função principal é espantar e substituir todas as outras formas de afastar pelos simples terror do barulho. O som da época em que os decibéis substituíram a razão.

Como os ouvidos são, de todos os canais dos sentidos, os mais difíceis de proteger, foram os escolhidos pela insensibilidade moderna para atacar nosso cérebro e apressar nossa imbecilização. Pois são tempos literalmente do barulho. O alarme contra roubo de carro também é próprio da época porque, frequentemente, não funciona. Ou funciona quando não deve. Ouvem-se tantos alarmes a qualquer hora do dia ou da noite porque, talvez influenciados pela paranoia generalizada, eles disparam sozinhos. Basta alguém se aproximar do carro com uma cara suspeita e eles começam a berrar.

Decididamente, o som do nosso tempo.

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(Do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, 29 de setembro de 2011)




Maria Chorona


A voz de Maria, no final dos anos de 1930, era o único patrimônio de que ela dispunha, e ecoava na esquina da Rua da Praia com a General Câmara.


Foto: Revista do Globo

Diante do Café Colombo, ela (foto acima) vendia jornais e bilhetes. O historiador Charles Monteiro, num livro sobre as crônicas de Nilo Ruschel e a memória de Porto Alegre, registra:

“Maria Chorona representava as mulheres das camadas populares em sua faina diária pelas ruas da cidade, exercendo pequenos ofícios na luta pela sobrevivência. Seu pregão soava como um lamento aos ouvidos de Ruschel, misturando-se à voz de outros vendedores de rua nas noites frias de inverno, testemunhando a difícil condição de vida das mulheres das camadas populares”.

Os tipos populares surgem como elementos característicos da identidade urbana de Porto Alegre, como vozes que atravessavam a Rua da Praia dando-lhe uma nota pitoresca. Entre os mais característicos estavam os vendedores de jornais, como o Adãozinho, a Maria Chorona e o João da Balas. Mas também, músicos e vendedores de rua, cujos verdadeiros nomes e histórias eram desconhecidos, embora tivessem lugar na memória afetiva da Rua da Praia.

Apesar de evocar principalmente espaços e formas de sociabilidade masculinas, as mulheres também têm seu lugar de memória nas crônicas de Ruschel. Tanto àquelas que pertenciam às elites e ao meio artístico, quanto as pertencentes às camadas populares. Entre elas estava a Maria Chorona, cuja voz ecoava na memória do cronista.


O Jequitibá

Poema de Sabino de Campos*


A Esmeraldo de Campos

Nobre Jequitibá de minha terra,
Filho de flora exuberante e forte,
Toda beleza vegetal se encerra
Em teu imenso e majestoso porte.

Sentinela de amor, velando a serra,
A cidade natal, de Sul a Norte,
O Ribeirão que, entre verdores, erra,
– Maldito aquele que te ofenda ou corte!

Glória da terra verde e dadivosa,
Alma e sangue dos filhos de Amargosa
A cujo apelo tua voz responde.

De joelhos, e mãos postas na orvalhada,
Beijo-te o tronco de árvore sagrada
E elevo o olhar ao céu de tua fronde.

Rio, 7-9-1947


Sabino de Campos, Retrato a bico de pena, por Seth, 1947.

* Sabino de Campos (Amargosa, BA, 1893 – ?), poeta, romancista e contista. Foi autor, junto de Manoel Tranquilo Bastos, do hino da cidade de Cachoeira, município da Bahia.

Danza/Dança



La Danza/Soneto XVII

No te amo como si fueras rosa de sal, topacio
O flecha de claveles que propagan el fuego:
Te amo como se aman ciertas cosas oscuras,
Secretamente, entre la sombra y el alma.

Te amo como la planta que no florece y lleva
Dentro de si, escondida, la luz de aquellas flores,
Y gracias a tu amor vive oscuro en mi cuerpo
El apretado aroma que ascendio de la tierra.

Te amo sin saber como, ni cuando, ni de donde,
Te amo directamente sin problemas ni orgullo:
Asi te amo porque no se amar de otra manera,

Sino asi de este modo en que no soy ni eres,
Tan cerca que tu mano sobre mi pecho es mia,
Tan cerca que se cierran tus ojos con mi sueño.

A Dança/Soneto XVII

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
Te amo como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

Pablo Neruda, Cem Sonetos de Amor. Porto Alegre: L&PM, 2006.


Pablo Neruda por Loredano


sexta-feira, 27 de outubro de 2017

O carrasco

Luís Fernando Veríssimo


Pequena história, significando não sei bem o quê. Dizem que, quando recebeu o Robespierre caído em desgraçam para medi-lo para a guilhotina, o carrasco se surpreendeu.

− O senhor aqui?!

− Veja você – disse Robespierre. − Não faz muito, eu é que estava mandando gente para você executar. Agora o condenado sou eu.

Mas isso é a política, um dia você manda, outro dia você é mandado. Inclusive para a guilhotina...

Ao que o carrasco disse:

− Felizmente, estou livre disso. Só eu sei manejar a guilhotina. Tenho o cargo mais estável da República.

− Aliás – disse Robespiere – fui que lhe contratei, lembra?

− Claro – disse o Carrasco – como poderia esquecer?

− Então me ajude a fugir – sugeriu Robespierre.

E o Carrasco sorriu e disse:

− Lembra por que o senhor me contratou? Porque eu era o servidor público perfeito. Eficiente, cumpridor de ordens e incorruptível.

Abra a camisa, por favor.

*****


Robespierre foi o principal líder jacobino. Famoso por sua firmeza, tinha o apelido de “O incorruptível”. Quando se tornou o homem mais poderoso da França, continuou morando na mesma casa, comendo as mesmas refeições moderadas, vestindo as mesmas roupas. Implacável com os inimigos políticos (enviou centenas à guilhotina), defensor dos direitos dos pobres, das mulheres e dos judeus. Não tolerava nenhuma oposição política, pois que ela só servia para atrapalhar “o verdadeiro rumo da revolução”. Essa intolerância com a oposição acabaria destruindo os jacobinos (ele, inclusive) e também muitas outras revoluções.


Carta ao presidente


Marcelo D2


Temer por Paffaro

O Brasil quer mudar, crescer, pacificar,
Com uma justiça social que tanto alguns tentam conquistar.
Se em algum momento algum político conseguiu despertar a esperança.
O final da historia é uma lambança.

Nosso povo constante que promessas não faltam,
E a corrupção continua alta.
Eu não venho por meio desta com protestos destrutivos.
Ao contrário, apesar de sofrimento injusto e desnecessário.

Colapso?
Não somos fãs de canalhas.
Terra para o povo e não me venha com migalhas.
Soberania pais, de onde vêm essas ideias?
E o tal desenvolvimento econômico?
Pra mim, só miséria.

Déficit habitacional.
É favela pra todo canto.
Me lembro de uma reforma agrária
Que assegurasse a paz no campo.

Quando você diz justo, vem de justiça, não é?
Como vamos manter a calma se a justiça é só para a ralé?
Como você disse:
Eu quero a verdade completa.
Como todos os brasileiros querem a verdade completa.

Que segurança que o governo tem a oferecer à sociedade brasileira?
Aí só pode estar de brincadeira.
Mas cá entre nós, na verdade, quer saber?
O que todo brasileiro quer é mudar pra valer.

Sentimento predominante entre as classes ainda é
Qual seria a diferença do Luiz pro José?

Eu sei,
Ninguém precisa te ensinar a importância do controle da inflação.
Mas o Brasil solidário não apareceu aqui ainda não.
Minha mãe sempre dizia que o exemplo vem de cima,
E agora, Silva,* você tá em cima.

Uma vida sindical bonita, ao lado dos trabalhadores.
Nunca se esqueça! Ao lado dos trabalhadores,
Parece que a economia é o mal da nação,
Mas, ao meu ver, o mal tá na corrupção.

Não tem dinheiro pra educação, segurança,
Saúde, então, nem se fala.
Enquanto isso, neguinho tá carregando dinheiro na mala.
As cadeias estão cheias de pretos e nordestinos como nós.
Mas os verdadeiros criminosos são os que têm a voz

Se você não sabia de nada,
Então não está fazendo teu trabalho direito.
Afinal de contas, você é o presidente eleito!

Volto a dizer:
O sacrifico continua dos mais necessitados
Que ainda andam esquecidos e colocados de lado.
O que nos move aqui
É a certeza que o Brasil é bem maior do que isso.
Quando precisar dos que querem o bem,
Estamos aí, prontos pro serviço.

Desculpa se eu entendi algo errado.
Mas estas aqui são as minhas palavras,
Ou melhor, as palavras daqui de casa.

Família brasileira
Honesta e trabalhadora.
Como quase todas:
Honesta e trabalhadora.

Sem mais delongas,
Não repare o sorriso amarelo,
Um abraço do ainda amigo.
Marcelo,

               Rio de janeiro, 28 de fevereiro de 2006.


*Silva, o texto era para ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas serve para qualquer presidente, principalmente o atual...


Lula por Baptistão