quinta-feira, 31 de maio de 2018

A superação da fé pela música



O filme “Eu Só Posso Imaginar”, dirigido pelos irmãos Andrew Erwin e Jon Erwin, retrata a vida de Bart Millard, foto acima, vocalista da banda norte-americana MercyMe (Misericórdia). A trama mostra Bart, um rapaz que foi abandonado pela mãe. A partir de então, seu relacionamento se torna cada vez mais conturbado com seu pai, que sempre o tratou de maneira dura e nunca entendeu seu amor pela música. O pai o humilhava frequentemente de diversas formas. Conseguindo forças na fé e buscando a superação pelo seu talento musical, Bart resolve eternizar seus sentimentos em uma canção. Surpreendentemente, a composição foi escrita em poucos minutos pelo vocalista. Mas sua criação é resultado de toda uma vida. E se tornou um dos maiores hits do gênero gospel nos Estados Unidos, “I Can Only Imagine”, que ganhou dois Dove Awards em 2002, entre outros troféus.

I Can Only Imagine

I can only imagine what it will be like
When I walk by your side
I can only imagine what my eyes will see
When your face is before me

I can only imagine

(Chorus next)

Surrounded by your glory
What will my heart feel?
Will I dance for you Jesus?
Or in awe of you be still?
Will I stand in your presence?
Or to my knees will I fall?
Will I sing hallelujah?
Will I be able to speak at all?
I can only imagine
I can only imagine

I can only imagine when that day comes
And I find myself standing in the Son
I can only imagine when all I will do
Is forever, forever worship you
I can only imagine
I can only imagine

(chorus

I can only imagine
When all I will do
Is forever, forever worship you
I can only imagine

Eu Só Posso Imaginar

Eu só posso imaginar como será

Quando eu andar ao seu lado.
Eu posso apenas imaginar o que meus olhos verão
Quando sua face estiver diante de mim.
Eu posso apenas imaginar.

Refrão

Envolvido por sua glória,
O que meu coração sentirá?
Eu dançarei para você Jesus?
Ou em respeito a você ficarei quieto?
Ficarei de pé em sua presença?
Ou cairei de joelhos?
Eu cantarei aleluia?
Será que vou conseguir falar?
Eu posso apenas imaginar,
Eu posso apenas imaginar.

Eu só posso imaginar quando este dia chegar,
E eu me encontrar diante
do filho.
Eu só posso imaginar quando tudo que farei
É pra sempre, pra sempre te adorar.
Eu posso apenas imaginar.
Eu posso apenas imaginar.

(refrão

Eu posso apenas imaginar
Quando tudo que farei
É pra sempre, para sempre te adorar
Eu posso apenas imaginar


terça-feira, 29 de maio de 2018

Pergunta num exame de Física na Universidade de Copenhagem



“Descreva como determinar a altura de um arranha-céu
 usando um barômetro.”

Um estudante respondeu:

“Amarre uma longa corda à parte mais estreita do barômetro, a seguir faça baixar o barômetro do telhado do arranha-céu até ao chão. O comprimento da corda mais o comprimento do barômetro será igual à altura do edifício.”

Esta resposta altamente original enfureceu o examinador ao ponto de reprovar imediatamente o estudante.

O estudante apelou baseando-se no fato de que a sua resposta estar indubitavelmente correta e a universidade nomeou um árbitro independente para decidir o caso.

Na verdade, o árbitro decidiu que a resposta estava correta, mas que não demonstrava qualquer conhecimento de Física. Para resolver este problema foi decidido chamar o estudante e permitir-lhe que em seis minutos providenciasse uma resposta verbal, que mostrasse, pelo menos, uma certa familiaridade com os princípios básicos da Física. Durante cinco minutos, o estudante ficou em silêncio, franzindo a testa em pensamento.

O árbitro lembrou-lhe que o tempo estava a passar, ao qual o estudante respondeu que tinha diversas respostas extremamente relevantes, mas que não sabia qual delas utilizar.

Sendo avisado para se despachar, o estudante replicou da seguinte forma:

“Em primeiro lugar, poderia pegar num barômetro, ir até ao telhado do arranha-céu, deixá-lo cair ao longo da parede e medir o tempo que ele demora a atingir o chão. Desta forma, a altura do edifício poderá ser trabalhada a partir da fórmula : H = 0,5g x t2. Mas isto seria mau para o barômetro”;

“Ou então, se o sol estivesse a brilhar, poderia medir a altura do barômetro, depois de assentá-lo na extremidade e medir o comprimento da sua sombra. Em seguida, iria medir o comprimento da sombra do arranha-céu e, depois de tudo isto, seria uma simples questão de aritmética proporcional para calcular a altura do arranha-céu”;

“Mas, se quiserem ser rigorosamente científicos acerca disto, poderão amarrar uma longa corda ao barômetro e abaná-lo como um pêndulo, primeiro ao nível do chão e depois ao nível do telhado do arranha-céu. A altura é dada pela diferença na força da gravidade. T = 2p”;

“Ou, se o arranha-céu tiver uma escada exterior de emergência, será mais fácil usá-la e marcar a altura do arranha-céu em comprimentos do barômetro, e em seguida adicioná-los por aí acima”;

“Se, simplesmente, quiser ser chato e ortodoxo na resposta, certamente, poderá usar o barômetro para medir a pressão do ar no telhado do arranha-céu e no solo, e converter os milibares em pés para dar a altura do edifício”;

“No entanto, e uma vez que estamos constantemente a ser exortados a exercitar o pensamento independente e a aplicar os métodos científicos, indubitavelmente a melhor forma seria ir falar com o porteiro e perguntar se ele gostava de ter um barômetro novo e bonito: oferecia-lho desde que ele me dissesse a altura do arranha-céu.”


O estudante era Niels Bohr, o único Dinamarquês que ganhou o Prêmio Nobel de Física.

Obs.: Barômetro instrumento destinado à medição a pressão atmosférica.


Artrose do joelho e medicamentos

Dr. Rubens Milmann*


                                                                            
                         Cartilagem normal       Cartilagem danificada

Artrose é nome que se dá ao processo de degeneração e desgaste da cartilagem articular também chamada de Gonartrose, sendo uma doença bastante comum. A dor é o principal sintoma da Artrose do Joelho, mas outros sinais costumam aparecer, tais como inchaço, crepitações, deformidades, claudicação, etc. Apesar de ainda não existir um tratamento efetivo para regenerar a cartilagem que se desgastou e que possa ser rotineiramente usado para todos os pacientes com artrose, existem muitos tratamentos possíveis para o alívio dos sintomas e para evitar a progressão da doença.

→ Condroprotetores: São medicações compostas por sulfato de glucosamina e condroitina, substâncias encontradas nas articulações. Eles auxiliam na produção dos componentes da cartilagem já existentes naturalmente em nosso organismo. Como há um desequilíbrio entre a formação e a degradação da cartilagem, o medicamento é utilizado para reduzir essa destruição, impedindo que a artrose cause deformações articulares e atrapalhe o paciente a seguir sua rotina.

→ Colágeno: Um estudo realizado pelo Departamento de Saúde Pública, Epidemiológica e Econômica da Saúde da Faculdade Pública de Liége (ULG-Bélgica/2012) demonstrou uma redução significativa da dor em pacientes com problemas nas articulações que ingeriram colágeno hidrolisado durante o tratamento. Ao final dos seis meses de estudo, os pesquisadores concluíram que a resposta clínica à dor do grupo que ingeriu a proteína melhorou significativamente (51%).


Imagem acima: aplicando ácido hialurônico no joelho

→ Ácido hialurônico: A articulação normal do joelho apresenta um líquido no seu interior (líquido sinovial), que tem a função principal de nutrir as células da cartilagem, dando às mesmas os nutrientes necessários para a manutenção de sua saúde. A viscossuplementação ou infiltração de ácido hialurônico tem a função de restabelecer a quantidade de ácido hialurônico que foi alterada pelo processo inflamatório da artrose, por exemplo. A sua principal vantagem é que normalmente não dá efeitos colaterais e melhora rapidamente as dores e inchaço do joelho. A viscossuplentação/infiltração com ácido hialurônico pode ser realizada na clínica ou consultório com os devidos cuidados de higiene e antissepsia, devidamente aplicada por um ortopedista qualificado. Não é necessário um ambiente hospitalar para a realização deste procedimento.


O efeito biológico dos produtos e pesquisas publicadas em revistas científicas médicas nos últimos cinco anos mostram efeitos surpreendentes que incluem:

→ Redução da ativação de células inflamatórias responsáveis pelo desencadeamento da cascata infamatória que causa destruição articular da artrose.

→ Estímulo da produção do próprio ácido hialurônico, com melhoria da viscosidade do líquido sinovial.

→ Estabilização da degradação da matriz cartilaginosa.

→ Estímulo da produção de células cartilaginosas e do colágeno tipo II.

→ Ação direta e receptores de dor articular causando analgesia prolongada.

Quem possui um histórico familiar com artrose precisa ter mais atenção com o seu joelho. Nesses casos, prevenção pode evitar o aparecimento de artrose no futuro. Como a artrose é uma doença que atinge, em sua maioria, pessoas da terceira idade, quem tem predisposição precisa mudar os hábitos quando ainda há tempo. Perder peso, praticar atividade física, não fazer movimentos que sobrecarreguem os joelhos, manter uma alimentação balanceada podem ajudar a reduzir as chances de o indivíduo ter artrose. Interromper o uso do cigarro é outro fator importante, pois o tabaco diminui a qualidade do colágeno das articulações.

 *****

* Dr. Rubens Milmann: Médico Ortopedista Traumatologista/ CRMRS /9283. Especialista em joelho / Membro da SLARD / Membro titular da Sociedade Brasileira de joelho / Membro titular da Sociedade Brasileira de Videoartroscopia / Membro Titular da SBRATE (Sociedade Brasileira de Artroscopia e Traumatologia do Esporte). 

segunda-feira, 28 de maio de 2018

Homenagem à Língua Portuguesa

Por Eduardo Affonso



→ Volta e meia alguém olha atravessado quando escrevo “leiaute”, “becape” ou “apigreide” – possivelmente uma pessoa que não se avexa de escrever “futebol”, “nocaute” e “sanduíche”.

→ Deve se achar um craque no idioma, me esnobando sem saber que “craque” se escrevia “crack” no tempo em que “gol” era “goal”, “beque” era “back” e “pênalti” era “penalty”. E possivelmente ignorando que esnobar venha de “snob”.

→ Quem é contra a invasão das palavras estrangeiras (ou do seu aportuguesamento) parece desconsiderar que todas as línguas do mundo se tocam, como se falar fosse um enorme beijo planetário.

→ As palavras saltam de uma língua para outra, gotículas de saliva circulando em beijos mais ou menos ardentes, dependendo da afinidade entre os falantes. E o português é uma língua que beija bem.

→ Quando falamos “azul”, estamos falando árabe. E quando folheamos um almanaque, procuramos um alfaiate, subimos uma alvenaria, colocamos um fio de azeite, espetamos um alfinete na almofada, anotamos um algarismo.

→ Falamos francês quando vamos ao balé usando um paletó marrom, quando fazemos um croqui ou uma maquete com vidro fumê; quando comemos uma omelete ou pedimos na boate um champanhe ao garçom; quando nos sentamos no bidê, viajamos na maionese, ou quando um sutiã (sob o edredom) provoca uma gafe - ou um frisson.

→ Falamos tupi ao pedir um açaí, um suco de abacaxi ou de pitanga; quando vemos um urubu ou um sabiá, ficamos de tocaia, votamos no Tiririca, botamos o braço na tipoia, armamos um sururu, comemos mandioca (ou aipim), regamos uma samambaia, deixamos a peteca cair. Quando comemos moqueca capixaba, tocamos cuíca, cantamos a Garota de Ipanema.

→ Dá pra imaginar a Bahia sem a capoeira, o acarajé, o dendê, o vatapá, o axé, o afoxé, os orixás, o agogô, os atabaques, os abadás, os babalorixás, as mandingas, os balangandãs? Tudo isso veio no coração dos infames “navios negreiros”.

→ As palavras estrangeiras sempre entraram sem pedir licença, feito uma tsunami. E muitas vezes nos pegando de surpresa, como numa blitz.

→ Posso estar falando grego, e estou mesmo. Sou ateu, apoio a eutanásia, gosto de metáforas, adoro bibliotecas, detesto conversar ao telefone, já passei por várias cirurgias. E não consigo imaginar que palavras usaríamos para a pizza, a lasanha, o risoto, se a máfia da língua italiana não tivesse contrabandeado esse vocabulário junto com a sua culinária.

→ Há, claro, os exageros. Ninguém precisa de um “delivery” se pode fazer uma “entrega”, ou anunciar uma “sale” se se trata de uma “liquidação”. Pra que sair pra night de bike, se dava tranquilamente pra sair pra noite de bicicleta?

→ Mas a língua portuguesa também se insinua dentro das bocas falantes de outros idiomas. Os japoneses chamam capitão de “kapitan”, copo de “koppu”, pão de “pan”, sabão de “shabon”. Tudo culpa nossa. Como o café, que deixou de ser apenas o grão e a bebida, para ser também o lugar onde é bebido. E a banana, tão fácil de pronunciar quanto de descascar, e que por isso foi incorporada tal e qual a um sem-fim de idiomas. E o caju, que virou “cashew” em inglês (eles nunca iam acertar a pronúncia mesmo).

→ “Fetish” vem do nosso fetiche, e não o contrário. “Mandarim”, seja o idioma, seja o funcionário que manda, vem do portuguesíssimo verbo “mandar”. O americano chama melaço de “molasses”, mosquito de “mosquito” e piranha, de “piranha” – não chega a ser a conquista da América, mas é um começo.

→ Tudo isso é a propósito do 5 de maio, Dia da Língua Portuguesa, cada vez mais inculta e nem por isso menos bela. Uma língua viva, vibrante, maleável, promíscua – vai de boca em boca, bebendo de todas as fontes, lambendo o que vê pela frente.

→ Mais de oitocentos anos, e com um tesão de vinte e poucos.

*****

Fonte: https://www.facebook.com/eduardo22affonso/.


História dos Três Heróis

Hylario Corrêa


“Senhor redator: Como funcionário público, tenho que fazer prova de que participei da Revolução Constitucionalista, a fim de fazer jus às vantagens que a lei me confere. Entretanto, não guardei sequer o capacete de aço que usei por três meses de puro entusiasmo bandeirante e de ardor bélico. Joguei-o no rio Tietê, juntamente com tudo que pudesse denunciar-me como participante de um movimento armado. Como poderia eu suspeitar, naquela ocasião, que mais tarde iríamos ser recompensados pelo que nos momento era motivo de cadeia e exílio?

Peço-lhe o favor de publicar a minha história. Juntá-la-ei depois nos autos do meu processo reivindicatório.

Participei da guerra que os paulistas fizeram em 1932. Um dia, tivemos ordem de assaltar o inimigo à baioneta. O plano era pular da trincheira e correr, correr para a frente, gritando bastante a fim de desnortear o adversário.

Era tal meu ardor bélico e tanto corri, que de súbito me vi sozinho. Os companheiros haviam ficado muito para o lado. Como nosso instinto não tem o senso de linha reta, eu houvera feito um semicírculo e me achava num flanco da linha de batalha.

Mas estava sozinho mesmo?

Não! A meu lado corria um soldado baiano ditatorial. Estava me perseguindo. Ou era eu quem o perseguia?

− Está preso! Berrei resfolegando.
− Não senhor! Quem está preso é você!

Paramos. O fuzil tremia em suas mãos. Ele estava com medo. E eu também.

− Os seus fugiram. Você fugiu. E eu o prendo, pronto!
− Paulista não foge! Nós saímos da trincheira. Atacamos vocês. Vocês não esperaram. Quem está preso é você!

Ficamos indecisos. Eu sem saber se lhe pregava o sabre na barriga ou dava sebo às canelas. Ele, sem optar entre disparar-me um tiro ou disparar a correr.

Quinze minutos de silêncio.

Afinal, cansado, sentei-me no chão.

− Não tente fugir!
− Não fujo porque preciso vigiá-lo.

E sentou-se também, com o fuzil entre as pernas.

− Afinal, quem é o prisioneiro?
− É você!
− É você!
− É você, baiano pau!
− É você, “Polista” besta!
− Se eu não fizesse questão de levá-lo vivo ao P.C., dava-lhe um tiro pelo insulto.
− Você não pode atirar contra a sua guarda. É do regulamento.

Silêncio.

− O que você tem no cantil?
− Água que passarinho não bebe. É da boa, de Parati...
− Me dá um gole.
− Vá lá! O regulamento militar diz pra tratar bem os prisioneiros.
− Uma história. O cantil é meu porque você é presa de guerra e bem assim tudo o que você traz.

Já não se ouvia mais nem um tiro. O combate cessara. Ignorávamos quem levara a melhor, se os constitucionalistas, se os ditatoriais.

Eis que de repente aparece terceira personagem.

− Estou perdido, pensei eu. O tal é deles. Dois contra um!
− Estou perdido, foi o pensamento que brilhou nos olhos do baiano. O tal é “polista”. Dois contra um!
− Estou perdido, falou o tal. Vocês são dois! Por favor, não me prenda! Sou brasileiro como vocês!
− Que você é brasileiro, é certo. Mas o que você é: rebelde ou ditatorial?

O rapaz coçou a cabeça, olhou, olhou e enfim respondeu:

− Ome, eu não sou nada. Nem sei pra que tanto barulho. Só sei que esta revolução não acaba mais e eu quero é voltar para casa.
− Coa a breca, isso é falar certo. E eu também estou doido para voltar ao meu pessoal.
− Eu também, parceiro! Toque! Aceita um gole de cachaça, camarada?

E a pinguinha nacionalizadora confraternizou na mesma boca de cantil três vezes beijada, os heróis do encontro.

Mas depois de esgotado o cantil, o recém-vindo, que mais a cheio entrara na confraternização líquida, ficou valente e gritou:

− Afinal, se vocês querem me prender, leve o diabo! Sou paulista e um paulista vale por dois!

Ouvindo isso, o termômetro de minha coragem subia enquanto que o do baiano descia baixo de zero.

− Então, siô, agora teje preso de verdade! Camarada, vamos levar esse ditatorial pro tenente!

E orgulhosos, de baioneta calada, numa compenetração militarista que faria inveja a um oficial prussiano, marchamos em busca do P.C., levando nosso prisioneiro e a meditar nos comentários e inveja que nosso heroísmo suscitariam...

(Do Almanhaque do Barão de Itararé”, de 1949)

Hylário Corrêa, também Hilário Correia – Nascido em 13 de janeiro de 1910 em Sorocaba, Hilário Correa foi escritor, poeta, jornalista e militante esquerdista. Filho do ferroviário Salvador Corrêa e de Margarida Corrêa.

Foi o primeiro voluntário da Revolução de 1932, levando consigo vários outros colegas. Foi preso em 1935, acusado de participar da Intentona Comunista de 1935. Por volta dessa época compôs o poema “As tecelãs”. Alistou-se como voluntário, aos 16 anos, para o Serviço Militar, aprendendo a pilotar avião. Foi entregador de jornal do Cruzeiro do Sul, passando logo depois para serviços gráficos, redator e revisor. Publicou inúmeros artigos e poesias na imprensa local e em jornais do Rio de Janeiro e São Paulo, algumas vezes utilizando o pseudônimo de Hortênsio. Formou-se em jornalismo no Rio de Janeiro. Pelo seu idealismo foi diversas vezes preso, sendo companheiro de prisão com outros intelectuais como Monteiro Lobato e Eduardo Maffei.

Como jornalista trabalhou para os jornais Correio Paulistano, A Gazeta Maçônica e Cruzeiro do Sul. Poliglota, falava cerca de oito línguas, sendo tradutor de obras de Victor Hugo. Escreveu ainda o livro de poesias “Vidraça Partida”, raridade hoje em dia.

Não temos a data do seu falecimento.




domingo, 27 de maio de 2018

O Bem que o Bem faz

J. J. Camargo*



Uma das descobertas mais gratificantes de ser manter uma coluna semanal no jornal é a cumplicidade de parte do publico leitor por se identificar com uma determinada linha editorial.

Estabelecido esse vínculo afetivo, com alguma frequência, recebemos textos que relatam histórias de vida que envolvem sentimentos comuns. Vejo isso como a confirmação de que as pessoas, na imensa maioria, são boas, e tendo descoberto o quanto é bom fazer o bem, sentem uma necessidade compulsória de compartilhar.

Algumas dessas mensagens chegam em momentos de carência afetiva nossa e sentimos exatamente o que alguns leitores, agradecidos, escrevem:

“Obrigado por ter escrito o que eu precisava ouvir, dando-me a impressão, não importa se falsa, de que você escreveu para mim.”

Foi assim, com esse sentimento, que li a história enviada por um leitor fiel e assumido, e me comovi porque ela reforça minha crença antiga de que, como declarou o bilionário John Paul Dejoria, em recente entrevista à Veja, “fazer o bem aos outros dá um barato danado”.

Uma jovem, que vou chamar de Vera Lúcia, trabalha numa elegante loja de roupa feminina, onde entrou uma mulher alta e obesa. Circulou por ali e, sem perguntar nada, iniciou a busca de um vestido que lhe servisse. Seguiu revisando estante após estante sem encontrar e sem desistir. Para Vera Lúcia, foi torturante vê-la no esforço inútil, porque sabia que não havia nada compatível, ma achou que seria grosseiro interrompê-la para anunciar a frustração definitiva.

Esperou até o último instante sem saber o que dizer, quando a senhora, com o olhar resignado, assumiu: “Vocês não têm nada GG, não é mesmo?”

E, então, a Vera Lúcia se socorreu de uma sensibilidade tanta, que salvou o futuro dela como vendedora, a autoestima da freguesa, certamente vitima de discriminações constantes, e o meu fim de semana, quando recebi esta linda história.

Ela abriu os braços e disse: “Como que não? Olha só o tamanho deste abraço!”

A freguesa só conseguiu parar de chorar para agradecer: “Há muito tempo ninguém me abraçava assim!”

Em um mundo marcado pela solidão, um abraço GG pode ser a melhor terapia.

*J.J. Camargo é cirurgião torácico e membro titular da Academia Nacional de Medicina


(Do caderno Vida, do jornal Zero Hora, maio de 2018)


sábado, 26 de maio de 2018

O defeito do burro

Por Leonardo Motta


O coronel Tomás Barbosa precisava comprar em Canindé um burro novo e possante. Era ao tempo em que automóveis e caminhões não faziam ainda o transporte de mercadorias, recebendo-as ou deixando-as à margem da ferrovia, em Itaúna. Indo à povoação de Campos Belos, o coronel Tomás indagava se poderia adquirir ali um animal nas condições referidas.

− Eu tenho um, seu coronel − ofereceu o Miguel Carpina.

− É burro novo, ou é burro de idade?

− É novo, novo!

− É forte?

− Forte? Como não conheço outro! Carga de oito arrouba pra ele é brincadeira de menina feme. E dá-se disso: o bicho está gordo que está de rego aberto, é uma peça famosa e não tem pisadura nem nas sarneias, nem no espinhaço. Até pra sela ele serve. Não é passarinheiro e, quando acaba, passeiro assim mão vejo outro. Burro andador! Quanto mais anda, mais tem vontade de andar! Não há caminho que chegue...

− E onde está ele?

− No cercado. É perto. O senhor querendo eu mando buscar. Comprou, comprou; se não comprar, não veio agravo.

− Pois mande buscar.

Meia hora mais tarde, o gabado solípede era apresentado ao coronel Tomás Barbosa. Efetivamente, era um burro novo, grande e gordo. Cardão, que é a cor dos animais resistentes. Tinha, porém, um defeito. Ainda novinho, uma bicheira lhe levara metade do beiço superior. O coronel Tomás Barbosa viu isso e não quis negócio:

− Ora, Miguel, seu burro é defeituoso; falta-lhe metade dum beiço... Por que você não me disse isso logo?

− Eu não disse, seu Coronéu, porque eu tava na mente que Vossa Senhoria queria era um burro pra carregar carga. Agora é que estou vendo que Vamincê quer é um burro pra assobiar.


(Do “Almanhaque do Barão de Itararé”, de 1949)

Conto de Fadas Contemporâneo



O homem-bomba detona o estopim,
o príncipe diz “sim!
e na Rocinha chovem balas perdidas
enquanto a carruagem percorre alamedas coloridas.

A vida é assim, trágica
e fantasiosa, dramática
e esplendorosa.

O humano, com sua fome,
sua história que não exangue,
insere-se na dor e alegria
dos séculos, com glórias, sonhos e sangue.

Em tempos nublados,
deslumbram-se os olhos
ante o reino encantado.
Beijam-se os reis nubentes,
lacrimejam os olhos
em cinco continentes.

Um black/gospell,
com soberana melodia,
aos noivos reverencia.
O templo se ilumina.
Em nome do céu e da terra
“Deus salve a Rainha!”

(Luiz Coronel, no Correio do Povo, maio de 2018)

sexta-feira, 25 de maio de 2018

Doutoras...



Não se preocupe por não poder dar aos seus filhos o melhor de tudo...
Dê a eles o seu melhor.
  
Certo dia, uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carteira de motorista. Quando lhe perguntaram qual era a sua profissão, ela hesitou. Não sabia bem como se classificar. O funcionário insistiu:

- O que eu pergunto é se tem um trabalho?

- Claro que tenho um trabalho, exclamou Anne. “Sou mãe!”.

- Nós não consideramos isso um trabalho. Vou colocar “dona de casa”, disse o funcionário friamente.

Uma amiga sua, chamada Marta, soube do ocorrido e ficou pensando a respeito por algum tempo. Num determinado dia, ela se encontrou numa situação idêntica. A pessoa que a atendeu era uma funcionária de carreira, segura, eficiente. O formulário parecia enorme, interminável. A primeira pergunta foi: “Qual é a sua ocupação?” Marta pensou um pouco e sem saber bem como, respondeu: “Sou doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas.” A funcionária fez uma pausa e Marta precisou repetir pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas. Depois de ter anotado tudo, a jovem ousou indagar:

- Posso perguntar, o que é que a senhora faz exatamente?

Sem qualquer traço de agitação na voz, com muita calma, Marta explicou:

- Desenvolvo um programa a longo prazo, dentro e fora de casa.

Pensando na sua família, ela continuou:

- Sou responsável por uma equipe e já recebi quatro projetos. Trabalho em regime de dedicação exclusiva. O grau de exigência é de 14 horas por dia, às vezes até 24 horas.

À medida que ia descrevendo suas responsabilidades, Marta notou o crescente tom de respeito na voz da funcionária, que preencheu todo o formulário com os dados fornecidos. Quando voltou para casa, Marta foi recebida por sua equipe: uma menina com 13 anos, outra com 7 e outra com 3. Subindo ao andar de cima da casa, ela pôde ouvir o seu mais novo projeto, um bebê de seis meses, testando uma nova tonalidade de voz. Feliz, Marta tomou o bebê nos braços e pensou na glória da maternidade, com suas multiplicadas responsabilidades. E horas intermináveis de dedicação...

Mãe, onde está meu sapato? Mãe, me ajuda a fazer a lição? Mãe, o bebê não para de chorar. Mãe, você me busca na escola? Mãe, você vai assistir a minha dança? Mãe, você compra? Mãe...”

Sentada na cama, Marta pensou: “Se ela era doutora em desenvolvimento infantil e em relações humanas, o que seriam as avós?” E logo descobriu um título para elas: doutoras-sênior em desenvolvimento infantil e em relações humanas. As bisavós, doutoras executivas-sênior. As tias, doutoras-assistentes. E todas as mulheres, mães, esposas, amigas e companheiras: doutoras na arte de fazer a vida melhor.

Num mundo em que se dá tanta importância aos títulos, em que se exige sempre maior especialização, na área profissional, torne-se um (a) especialista na arte de amar.

*****

 Redação do Momento Espírita, com base em texto de autoria ignorada. Disponível no CD Momento Espírita, v. 18, ed. FEP. Em 18.7.2013.


quinta-feira, 24 de maio de 2018

O fim da voz da Bossa Nova

O triste fim de vida de João Gilberto, a voz da Bossa Nova.


(2008) Apresentação de João Gilberto no Rio de Janeiro - AFP/Arquivos

→ Sua voz delicada cantando “Garota de Ipanema” continua a cativar o mundo, quase 60 anos depois de sua gravação, mas João Gilberto, o pai perfeccionista da Bossa Nova, agoniza longe da placidez de sua música.

→ Arruinado, doente e vivendo sozinho em um apartamento emprestado no Rio de Janeiro, a tristeza que cerca este artista, de 86 anos, parece não ter fim.

→ Há anos, João Gilberto está no centro de uma truculenta disputa entre seus filhos mais velhos, os músicos João Marcelo e Bebel Gilberto, e sua última ex-mulher, Cláudia Faissol, uma jornalista 40 anos mais jovem que ele e mãe de sua filha adolescente.

→ Bebel e João Marcelo acusam Faissol de se aproveitar do lendário músico baiano, mas o enredo não é apenas sobre dinheiro.

→ Em sua obsessão pelo controle, João Gilberto tinha como ambição apenas parar o mundo para exercer sua arte. Diante do microfone, conseguiu. Fora do palco, foi o contrário − nunca teve controle sobre sua vida. Habituou-se a delegá-la a outros (…) mas a vida escreve seus próprios arranjos e, pior, às vezes desafina feio”, escreveu Ruy Castro, autor do livro sobre a Bossa Nova “Chega de Saudade”, no jornal Folha de S. Paulo.

Um gênio excêntrico

→ Apesar, ou em razão de sua genialidade, João Gilberto nunca foi uma pessoa fácil de lidar.

→ Seu perfeccionismo obsessivo e suas excentricidades – como sua reclusão em casa ou fobia social (entreabria a porta apenas para receber diariamente a comida de um restaurante) o fizeram tão famoso quanto suas belas interpretações de “Desafinado”, “Corcovado” ou “Chega de Saudade”, muitas vezes em dupla com sua primeira esposa, Astrud Gilberto.

→ “A importância dele é incalculável porque ele foi a principal voz do movimento musical brasileiro mais conhecido do mundo e foi revolucionário quase que involuntariamente. Ele foi, pelo menos no Brasil, o primeiro cantor que não precisou de um vozeirão para cantar. Ele cantava baixinho, como um sussurro, com um violão virtuoso de acompanhamento”, disse à AFP Bernardo Araújo, crítico musical do jornal O Globo.

Mas ao mesmo tempo…

→ “Gilberto é como Michael Jackson ou Prince, um artista brilhante e raro, embora sua raridade tenha se tornado cada vez mais aguda até atingir essa situação terrível de hoje”, estima Araújo.

→ No final de 2017, o homem que internacionalizou a música brasileira ao lado do compositor Tom Jobim e do poeta Vinícius de Moraes foi interditado pela Justiça a pedido de sua filha Bebel, que justificou que o pai não tem condições de cuidar de sua saúde ou finanças por sua fragilidade física e mental.

→ “Eu queria que meu pai tivesse um final de vida feliz e tranquilo”, disse João Marcelo, primogênito de Astrud Gilberto, à revista Veja.

→ Finalmente, João Gilberto foi forçado a deixar o apartamento que alugava no Leblon por falta de pagamento e, desde o final de abril, mora em outro, supostamente emprestado por Paula Lavigne, mulher de Caetano Veloso, na Gávea.

A queda

→ Se o início do declínio de João Gilberto pudesse ser datado, seria 2011.

→ Naquele ano, Cláudia Faissol o convenceu a fazer uma turnê para comemorar seu aniversário de 80 anos, mas o artista acabou cancelando o projeto alegando problemas de saúde.

→ O cantor já havia recebido 1 milhão de reais como adiantamento e foi forçado a devolver a quantia.

→ Em meio a uma longa batalha judicial travada com sua primeira gravadora, sem nenhum álbum novo desde 1989 e sem se apresentar publicamente desde 2008, acabou vendendo 60% dos direitos autoriais de seus quatro primeiros álbuns ao banco Opportunity em 2013.

→ Acusada de fazê-lo assinar contratos sem o seu pleno conhecimento, em meados do ano passado Faissol chamou os bombeiros para arrombar o apartamento de João Gilberto. Segundo seus filhos, sua ex-mulher queria levá-lo à força para a entrega de um prêmio nos Estados Unidos.

→ “O Brasil deve muito a João Gilberto e precisa encontrar maneiras de apoiá-lo neste momento”, afirmou o empresário Nizan Guanaes.

→ Guanaes está mobilizando artistas para ajudar o cantor, apesar de quase 20 anos atrás o artista ter arruinado a inauguração de uma sala de espetáculos em São Paulo, repreendendo e mostrando a língua para o público irritado com o som do local.

→ Uma das últimas vezes que os brasileiros o viram foi em 2015, quando o cantor, muito magro, apareceu em um vídeo caseiro vestindo pijama e tocando “Garota de Ipanema” com sua filha mais nova.

→ “Tristeza não tem fim”, diz uma de suas canções mais célebres. Caetano Veloso preferia o verso: “Melhor que o silêncio, só o João”.

(Cultura – Revista IstoÉ, maio de 2018)


Bebel - João e Miúcha*

*Filha mais velha, o pai, João Gilberto e a ex-esposa e mãe de Bebel. Miúcha é irmã de Chico Buarque.

quarta-feira, 23 de maio de 2018

Se você voltasse...


(Poema de uma moça americana a um soldado
 que foi lutar no Vietnã)


Lembra-se do dia em que tomei emprestado
o seu carro novo e o amassei?
Pensei que me mataria, mas você não me matou.

E lembra-se da vez em que o arrastei para a praia
e você disse que ia chover, e choveu?
Pensei que ia dizer: “- Eu não disse?”
Mas você não disse.

Lembra-se da vez em que namorei todos os caras
para lhe fazer ciúmes e consegui?
Pensei que você me largasse,
mas você não largou.

Lembra-se da vez em que derramei torta de
morangos em cima do tapete do seu carro?
Pensei que fosse me bater,
mas você não bateu.

E lembra-se da vez em que esqueci de lhe avisar
que a festa era a rigor, e você apareceu de jeans?
Pensei que fosse me largar, mas você não largou.

É, houve uma porção de coisas que você não fez.
Mas me aguentou, e me amou, e me protegeu.
Havia muitas coisas que eu queria lhe retribuir
quando você voltasse do Vietnã...

...mas você não voltou...



terça-feira, 22 de maio de 2018

Pneumonia



“Pensei que fosse gripe,
mas era pneumonia bacteriana!”

1) Qual a diferença entre gripe e pneumonia?

→ A gripe é um a doença aguda causada por vírus que acomete as vias aéreas superiores e seus sintomas duram em média 5 dias. Já a pneumonia, se caracteriza como uma infecção no trato respiratório podendo se espalhar para o sangue e se alojar nos pulmões.

Apesar de serem doenças diferentes, a pneumonia é a complicação mais frequente da gripe.

2) O que é pneumonia pneumocócica?

→ É uma infecção nos pulmões causada pela bactéria pneumococo. Ela se instala no trato respiratório inferior, podendo se espalhar para o sangue e se alojar nos pulmões.

3 em cada 10 casos de pneumonias em pacientes internados são causadas pelo pneumococo, o que representa 1,6 milhões de mortes no mundo, sobretudo em crianças e idosos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

3) Por que a pneumonia pneumocócica é mais comum nesse período? (inverno)

→ A pneumonia pneumocócica é uma doença que acontece em todas as estações, sendo mais frequente quando o ar é mais seco e frio, causando lesões nas mucosas do nariz e de outros órgãos que levam o ar aos pulmões, comprometendo as células de defesa e aumentando as chances da bactéria pneumococo chegar aos pulmões. Ambientes fechados também favorecem o contágio.

4) Estou correndo riscos?

→ Pessoas com o sistema imune debilitado por causa da gripe, tabagismo, doenças crônicas, respiratórias, cardíacas, doenças associadas ao diabetes e idosos têm mais riscos de contrair pneumonia pneumocócica.

5) Como diferenciar os sintomas da pneumonia pneumocócica dos sintomas da gripe?

→ Os sintomas da pneumonia pneumocócica são: febre, calafrios, dor no peito, tosse, falta de ar, fraqueza, queda da pressão arterial, frequência cardíaca elevada, confusão mental e complicações com efeito mais duradouro.

6) Como é realizado o diagnóstico de pneumonia?

→ Através de exame clínico, auscultação dos pulmões, radiografias de tórax e exames laboratoriais. Consulte sempre um médico ao perceber os primeiros sintomas.

7) Como posso evitar a pneumonia pneumocócica?

→ Ela pode ser prevenida através de hábitos saudáveis, como boa alimentação e exercícios regulares. Além disso, podemos prevenir a pneumonia pneumocócica através da vacinação, que pode ser administrada juntamente com a vacina contra a gripe.

Resumo:

Pneumococo → é a bactéria que causa 3 em cada 10 pneumonias, sendo responsável por 1,6 milhões de mortes no mundo.

A pneumonia pneumocócica pode ocorrer em todas as estações do ano, e não só no inverno.

A exposição prolongada a ambientes com ar-condicionado favorece o aparecimento de pneumonia pneumocócica.

Calafrios, febre alta, dor no peito estão entre os principais sintomas de pneumonia pneumocócica.

A vacina contra gripe não protege diretamente contra pneumonia pneumocócica, porque são doenças com características diferentes. Apesar disso, a gripe pode ser uma complicação da pneumonia pneumocócica se não tratada corretamente.

A pneumonia pneumocócica pode ser prevenida por vacina especifica contra a bactéria pneumococo.

A vacina contra gripe não protege diretamente contra a pneumonia pneumocócica, porque são doenças com características diferentes.

(Folheto da Pfizer Vacinas)


segunda-feira, 21 de maio de 2018

Novas Regras da Aposentadoria


Saiba como pedir aposentadoria
 por idade pela internet ou telefone



A partir desta segunda-feira (21.05.2018), aposentadorias por idade e salário-maternidade urbanos poderão ser concedidos automaticamente pela internet, no site Meu INSS, ou pelo telefone 135. A expectativa do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) é que de 15% a 20% dos pedidos possam ser atendidos imediatamente por esses canais, sem a necessidade de comparecer presencialmente às agências.

Como fazer

→ O pedido poderá ser concedido automaticamente, no caso da aposentadoria por idade, caso os solicitantes tenham completado pelo menos 15 anos de contribuição e tenham a idade mínima de 60 anos, se forem mulheres, e 65, homens. Além disso, o segurado não pode estar aposentado.

→ Já o salário-maternidade poderá ser concedido automaticamente para as mães após o nascimento dos filhos. O sistema checará a certidão de nascimento da criança e o vínculo empregatício da mãe. Os benefícios solicitados antes do parto não serão atendidos imediatamente; serão encaminhados pelo próprio sistema para a análise.

→ Caso se enquadrem nos requisitos, os processos serão concluídos em até 30 minutos, após a análise do próprio sistema, que consultará automaticamente os bancos de dados disponíveis para verificar as informações.

→ O atendimento por telefone funciona de segunda a sábado, de 7h às 22h. No início da manhã e fim do dia ou início da noite, segundo o INSS, a demanda é menor e os horários podem ser aproveitados pelos segurados. A ligação é gratuita de telefone fixo ou público e tem o preço de ligação local pelo celular.

→ Pela internet, basta acessar o Meu INSS, pelo computador ou pelo celular. Segundo o INSS, o canal tem mais de 7 milhões de usuários cadastrados.

Mais comodidade

→ A orientação do INSS é que todos os pedidos de aposentadoria e salário-maternidade urbanos sejam feitos prioritariamente pela internet ou por telefone. Aqueles pedidos que precisarem de uma análise adicional serão encaminhados pelo próprio sistema a servidores do INSS. O segurado será acionado posteriormente e poderá ter o pedido atendido, ainda sem a necessidade de comparecer a uma unidade do INSS, ou precisar ir presencialmente entregar os documentos que faltarem.

→ Os sistemas do INSS já especificarão quais documentos o segurado deverá levar e em qual agência deverá comparecer. Será indicada a agência mais próxima da casa do contribuinte. Ele terá até 30 dias para ir até o local.

→ “Essas medidas tendem a reduzir o número de atendimentos nas agências e oferecer mais comodidade ao cidadão”, diz o chefe substituto da Divisão de Atendimento da Superintendência Regional Norte e Centro-Oeste do INSS, Jair Guerra.

→ Antes, o contribuinte precisava fazer o agendamento prévio para, então, comparecer presencialmente a uma agência do INSS e entrar com o pedido do benefício. Para se ter ideia, apenas no Distrito Federal, o tempo de agendamento para aposentadoria é de 26 dias, em média, e para o salário-maternidade, 16 dias.

Quem não tem telefone e internet

→ Em último caso, se não puder usar nem o telefone, nem a internet, o segurado ainda poderá ir presencialmente à agência para solicitar os dois serviços. Não haverá mais, no entanto, o agendamento.

Plantão de atendimento

→ A partir desta segunda-feira, equipes da Diretoria de Atendimento do INSS estarão de plantão nas centrais telefônicas do 135 e nas principais agências do país para acompanhar a entrada em operação do requerimento de benefícios sem agendamento.

Pensões

→ De acordo com Guerra, nos próximos meses, a concessão automática do benefício será ampliada para outros tipos de aposentadoria e pensões.

→ “Isso vai refletir nos demais serviços do INSS, uma vez que o servidor não terá a necessidade de analisar esses processos. O tempo deles poderá ser usado para analisar outros benefícios. Pesa como um todo no serviço, reduz o tempo de atendimento do cidadão e evita deslocamento”, diz.

(Revista IstoÉ, maio de 2018)