Num Domingo, dia 10 de fevereiro de 2008, fui, com minha mulher, ao Maraca assistir a um
Flamengo e Fluminense, o clássico Fla-Flu. Paguei uma nota preta, pois no
pacote que comprei na portaria no hotel, onde estava hospedado, incluía
ingressos em cadeiras numeradas, transporte ida e volta com guia e motorista à
disposição. No ônibus refrigerado, havia canadenses, franceses, americanos,
equatorianos, russos e brasileiros. A guia resolveu fazer um bolão entre os
passageiros (uns 30) com o palpite do jogo a dez reais por cabeça. Quem
acertasse o resultado exato levava tudo (uns 300 pilas, em moeda gaúcha). Fui o
primeiro a dar um palpite. Falei para minha mulher que um dia o Joel Santana,
técnico do Flamengo, disse que o Renato Gaúcho, técnico do Fluminense, não servia
nem para engraxar a sua prancheta. O Renato devia estar puto da cara com essa
declaração e faria tudo para ganhar o jogo. Mandei-a cravar 2 X 1 para o
Fluminense. Não, apaga tudo, põe 3 X 1 para o Fluminense!
Já acomodados no belo e
agora bem conservado Estádio Mário Filho (irmão do Nélson Rodrigues), mas todos
o conhecem como Maracanã. Com banheiros modernos e limpos, um belo gramado,
dois telões, cadeiras coloridas por setor com as cores da bandeira do Brasil.
Verde, amarelo, azul e branco. Boa iluminação e drenagem.
Estou num setor onde há turistas do
mundo inteiro. Parece que estou na Torre Eiffel, em Paris, tal o número de
turistas com suas máquinas fotográficas e câmeras. Sinto que todos estão
embasbacados com o tamanho e a beleza do Estádio. Todos compraram camisas dos
dois times, e ficam encantados com a coreografia das torcidas, que é um espetáculo
à parte.
Começa o jogo, gritos, foguetes e
canções dos dois lados. Primeiro tempo zero a zero. Há nuvens negras no céu. No
intervalo do jogo desanda um forte temporal, raios cruzam os céus, um deles cai
perto do Estádio fazendo num barulhão infernal, o que anima mais a galera.
Falta luz por um breve momento. Terminada chuva, voltando a luz, recomeça o
jogo.
Logo a seguir o Mengo faz um gol, para o meu palpite dar certo, o Flu
terá que marcar três. Falta a favor do Fluminense, longe, fora da área. Chute
forte, um a um. Passam alguns minutos, falta do mesmo lugar, vai chutar o mesmo
batedor, dois a um. Logo a seguir mais um gol do Fluminense: três a um.
Começo
a sair do Estádio, estou agora junto com a torcida do Fluminense, próximo ao meu portão
de saída. Falta um minuto para terminar a partida. Comento com a minha esposa “Vamos
comer uma bacalhoada e tomar um bom vinho gaúcho da melhor qualidade!”
Último escanteio para o Nense, como a
torcida grita, penso comigo mesmo “Só falta a gora um filha da puta desses
marcar um gol...” Não dá outra, gol do Fluminense, quatro a um! A torcida
delira ao meu lado, todos se abraçam, só eu fico sentado, cabisbaixo. Puta que
pariu! Adeus bacalhoada, adeus vinho gaúcho... Ganhou o bolão uma canadense que
nunca tinha entrado num estádio e não entendia porra de nenhuma de futebol, Ah!
Vão se ferrar!
(NSM)
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