Este
termo, que com tanta frequência se escuta numa época tão cheia de conflitos
sociais e econômicos, tem sua história.
O
capitão Boycott, rico latifundiário inglês que vivia em 1880 em Lough Mark (condado de
Connaught), era ao mesmo administrador das terras de Lord Erne, e nessa
qualidade explorava cruelmente os colonos irlandeses aos quais arrendara os
campos. O ódio nascido contra seus métodos de exploração produziu a explosão
que era de se esperar − os colonos abandonaram suas residências e, da mesma
forma os trabalhadores rurais negaram-se a trabalhar para Boycott. Este
procurou, então, salvar a colheita com o concurso dos seus fâmulos*, atividade
impossível, atendendo-se à magnitude do trabalho a realizar. Conseguiu, por fim,
levar a cabo os trabalhos com o auxílio das forças militares. Feito isto,
abandonou a região, pois sabia que sua vida corria perigo, ameaçado, como
estava, pelos agricultores enfurecidos. Desde então os movimentos de rebeldia
ou protesto social e econômico que se consegue pacificamente tomam o nome do
avarento capitão Boycott.
* Fâmulos: pessoas que prestam
serviços domésticos; criado, empregado.
(Do Almanaque do Correio da Manhã, de 1944)
Boicotar:
recusar ou tentar impedir qualquer tipo de transação com (pessoas, indústria,
estabelecimento comercial, país etc.), como punição ou represália por motivos
econômicos, políticos, ideológicos etc.
Charles
Cunningham Boycott (Norfolk, 12 de março de 1832 − Suffolk, 19 de junho de 1897)
foi um militar britânico e um Agente de Terras.
Seu
ostracismo pela comunidade da Irlanda em 1880, parte de uma campanha pelos
direitos dos trabalhadores, deu à língua inglesa o verbo “boycott”, que
significa colocar em ostracismo.
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