“No tempo do Onça”
No início do Século 18, o Rio de Janeiro era governado por Luiz Vahia Monteiro, militar português conhecido como “o Onça”. Ele tinha este apelido por ser extremamente severo e ranzinza. Era exigente, também.
Durante o período em que governou o Rio, ele cumpria rigorosamente a lei e exigia que todos a cumprissem.
Tempos depois de ter deixado o cargo de governador, a cidade voltou gradativamente a ser a “bagunça” que é até hoje.
Os saudosos do governador Vahia Monteiro, ao assistirem o desleixo com que a cidade era administrada, viviam suspirando pelos cantos e dizendo: “Ah, no tempo do Onça que era bom!”.
Por conta disto, a expressão “no tempo do Onça” passou a significar coisa antiga, algo de tempos passados.
Veja você: reclamar da falta de cidadania, da falta de educação é coisa que vem desde o tempo do Onça!
À beça
No Rio imperial, havia um comerciante rico chamado Abessa, que adorava ostentar roupas de luxo. Quando alguém aparecia fazendo o mesmo, dizia-se que ele estava se vestindo à Abessa, ou seja, como o comerciante. *
*Existe outra versão para o termo
Andar à toa
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está “à toa” é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o reboca determinar. Andar sem destino, despreocupado, passando o tempo.
Baderna
Uma bailarina de nome Marietta Baderna fazia muito sucesso no Teatro Alla Scalla, de Milão. Ao apresentar-se no Brasil, em 1851, causou frisson entre seus fãs, logo apelidados de “os badernas”. O sobrenome da artista, de comportamento liberal demais para os padrões da época, deu origem ao termo que significa confusão, bagunça.
Caiu no conto do vigário
Uma imagem de Nossa Senhora dos Passos foi doada pelos espanhóis para Ouro Preto e começou a ser disputada pelos padres de duas igrejas: a de Nossa Senhora de Pilar e a de Nossa Senhora da Conceição. O padre de Pilar sugeriu, então, que a imagem fosse colocada em cima de um burro, no meio do caminho entre as duas igrejas. O rumo que o animal tomasse, decidiria quem ficaria com a imagem. Quando foi solto, o burro se dirigiu para a igreja de Pilar. Mais tarde, soube-se que ele pertencia ao padre de lá; logicamente sabia o caminho a seguir.
Casa da Mãe Joana
Na época do Brasil Império, mais especificamente durante a minoridade do Dom Pedro II, os homens que realmente mandavam no país costumavam se encontrar num prostíbulo do Rio de Janeiro, cuja proprietária se chamava Joana. Como esses homens mandavam e desmandavam no país, a frase “casa da mãe Joana” ficou conhecida como sinônimo de lugar em que ninguém manda.
Para inglês ver
Em 1830, pressionado pela Inglaterra, o Brasil começou a aprovar leis contra o tráfico de escravos. Mas todos sabiam que elas não seriam cumpridas. Falava-se, então, que as leis eram apenas para inglês ver.
Pode tirar o cavalinho da chuva
Os visitantes das fazendas, mesmo quando estava chovendo, atrelavam seus cavalos à cerca. O fazendeiro, se quisesse que o visitante demorasse, dava ordem para que ele “tirasse o cavalo da chuva”. Era um convite para ficar.
Santo do Pau Oco
Durante o século XVII, as esculturas
de santos que vinham de Portugal eram feitas de madeira. A expressão surgiu
porque muitas delas chegavam ao Brasil recheadas de dinheiro falso. No ciclo do
ouro, os contrabandistas costumavam enganar a fiscalização recheando os santos
ocos com ouro
Spam
A utilização do termo “spam” para designar mensagem não solicitada decorre de um spot humorístico do grupo inglês Monty Python, que mostrava em um restaurante uma garçonete tentanto fazer, a todo custo, uma cliente comprar uma refeição a base de “spam”. O produto “spam”, deriva do nome de um produto da empresa Hormel Foods a base de carne suína enlatada - Hormel Spice Ham. Um concurso feito pela empresa o rebatizou de “Spam”, este alimento, muito barato, foi muito consumido pelos aposentados norte-americanos nas épocas de recessão, o que justifica, de outra parte, a ojeriza de muitos consumidores a este produto.
Vá se queixar ao bispo
No Brasil do séc. XVII, ter filhos era muito importante. Precisando mostrar ao homem que era fértil, a mulher engravidava antes do casamento. A regra era aprovada pela própria Igreja desde que depois o casamento se consumasse. Muitas vezes, o noivo ia embora e a mulher grávida ia reclamar ao bispo, que mandava alguém atrás do fujão.
Vestir a carapuça
Carapuça é uma espécie de barrete ou capuz de forma cônica e remonta ao período da Inquisição, em que os condenados eram obrigados a vestir trajes ridículos ao comparecer aos julgamentos. Além de usar uma túnica com o formato de um poncho, eles precisavam colocar sobre a cabeça um chapéu longo e pontiagudo, conhecido como carapuça. Daí a expressão “vestir a carapuça” ter se incorporado ao português escrito e falado com o sentido de “assumir a culpa”.
Voto de Minerva
Orestes, filho de Clitemnestra, foi acusado pelo assassinato da mãe. No julgamento, houve empate entre os acusados. Coube à deusa Minerva o voto decisivo, que foi em favor do réu. Voto de Minerva é, portanto, o voto decisivo.
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