terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Um poema de María Sabina

                                     Tradução: Jorge Miranda 

María Sabina Magadalena García (Oaxaca, México. 1894 – 1985) foi uma xamã e curandeira indígena do povo Mazateca, habitante do sul do México. Dentro das tradições mazatecas, das quais María Sabina foi uma das mais importantes e conhecidas sábias guardiãs, está o cultivo de plantas enteógenas e a prática de ritos que empregam ervas, sementes e fungos psicoativos, tanto como medicinas quanto como elementos sagrados de expansão de consciência e conexão espiritual. 

(Do Blog Palimpsestus)

Soy la mujer que sólo nací.
Soy la mujer que sola caí.
Soy la mujer que espera.
Soy la mujer que examina.
Soy la mujer que mira hacia adentro.
Soy la mujer que mira debajo del agua.
Soy la nadadora sagrada
porque puedo nadar en lo grandioso.
Soy la mujer luna.
Soy la mujer que vuela.
Soy la mujer aerolito.
Soy la mujer constelación huarache.
Soy la mujer estrella, Dios
porque vengo recorriendo los lugares desde su origen.
Soy la mujer de la brisa.
Soy la mujer rocío fresco.
Soy la mujer del alba.
Soy la mujer del crepúsculo.
Soy la mujer que brota.
Soy la mujer arrancada.
Soy la mujer que llora.
Soy la mujer que chifla.
Soy la mujer que hace sonar.
Soy la mujer tamborista.
Soy la mujer trompetista.
Soy la mujer violinista.
Soy la mujer que alegra
porque soy la payasa sagrada.
Soy la mujer piedra del sol.
Soy la mujer luz de día.
Soy la mujer que hace girar.
Soy la mujer del cielo.
Soy la mujer de bien.
Soy la mujer espíritu
porque puedo entrar y puedo salir
en el reino de la muerte.

Sou a mulher que somente nasci
Sou a mulher que sozinha caí
Sou a mulher que espera.
Sou a mulher que examina.
Sou a mulher que olha para dentro.
Sou a mulher que olha embaixo d’água.
Sou a nadadora sagrada
porque posso nadar no grandioso.
Sou a mulher lua.
Sou a mulher que voa.
Sou a mulher aerolito.
Sou a mulher constelação huarache.
Sou a mulher estrela, Deus
porque venho percorrendo os lugares desde a sua origem.
Sou a mulher da brisa.
Sou a mulher do orvalho fresco.
Sou a mulher da alvorada.
Sou a mulher do crepúsculo.
Sou a mulher que brota.
Sou a mulher arrancada.
Sou a mulher que chora.
Sou a mulher que assobia.
Sou a mulher que faz soar.
Sou a mulher tamboreira.
Sou a mulher trompetista.
Sou a mulher violinista.
Sou a mulher que alegra
porque sou a palhaça sagrada.
Sou a mulher pedra do sol.
Sou a mulher luz do dia.
Sou a mulher que faz girar.
Sou a mulher do céu.
Sou a mulher do bem.
Sou a mulher espírito
porque posso entrar e posso sair
do reino da morte.


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