Por Eduardo Cardozo
(matéria publicada na edição Nº 80 da Revista do Inter)
*Colaborou Leandro Fonseca, pesquisador do Museu do Inter.
(matéria publicada na edição Nº 80 da Revista do Inter)
*Colaborou Leandro Fonseca, pesquisador do Museu do Inter.
Carlos Kluwe, ajoelhado no meio da foto.
→ Em 1912, o Inter ganhou seu
primeiro campo exclusivo de jogo. Era a Chácara dos Eucaliptos, alugada, onde o
Clube permaneceu até a década de 1930. Quando chovia, a Chácara alagava e os
jogadores eram obrigados a treinar na Várzea, atual Parque da Redenção. Já em
1913, quatro anos depois de fundado, o Inter ganhava seu primeiro campeonato, o
Metropolitano, o qual foi seguido de mais quatro, tornando-se pentacampeão.
Nesta primeira fase do Colorado, alguns ídolos marcaram seus nomes na história
do Clube. Vamos recordar tais personagens a seguir.
O mais antigo ídolo do Inter
→ Carlos Antônio Kluwe (foto acima) foi o primeiro ídolo do Inter. Nascido em Bagé, veio para Porto Alegre
para estudar medicina. Ingressou no Colorado em 1909, era capitão e atuava como
centromédio. Destacava-se por ser habilidoso, ter chute forte e grande estatura
(1,90m de altura). Jogou até 1915, ano em que se formou em medicina.
Gre-Nal: primeira vitória no clássico veio com goleada
→ Seis anos após a fundação, o
Internacional goleava o seu principal adversário. Em 1915, Inter 4 x 1 Grêmio:
era a primeira vitória colorada em Gre-Nais. O time que ganhou o primeiro clássico
para os colorados tinha a seguinte formação: Baes, Simão e Dorneles; Bitu,
Kluwe e Lucidio; Túlio, Osvaldo, Bendionda, Muller e Vares.
→ Em 1919, por falta de jogadores
para a partida, Kluwe foi convidado, através de um abaixo assinado, para jogar
contra o Grêmio. Depois de convencido, ele participou do embate marcando um dos
gols na vitória do Inter pelo placar de 2 a 0. Muitos consideram que Kluwe moldou a
vida do Internacional, impondo sua forte personalidade, tornando-se o principal
responsável pelas vitórias alcançadas. Kluwe foi essencial nos primeiros anos
do Clube. Tornou-se líder e principal jogador colorado na década de 1910.
Barros: O capitão do primeiro título gaúcho
→ Hélio Di Primio Beck recebeu o
apelido de Barros para que sua mãe não desconfiasse que ele jogava futebol.
Campeão estadual pelo Internacional em 1927, ele também defendeu a seleção
gaúcha. Nasceu em Santa
Maria e começou a praticar futebol no Colégio Marista daquela
cidade. Em 1923, foi estudar na Faculdade de Economia, em Porto Alegre. Ingressou
no Internacional no mesmo ano, atuando como ponteiro-esquerdo.
1927: a conquista do primeiro título estadual
→ Multicampeão metropolitano,
faltava ao Internacional o reconhecimento estadual. E isto aconteceu no ano de 1927. A final foi disputada
no dia 7 de setembro, feriado nacional, contra o Grêmio Bagé. Na época, o
campeonato era sempre decidido pelo campeão da chave da Capital contra o
vencedor da chave do Interior. A partida foi realizada no bairro Moinhos de
Vento, no antigo estádio do rival, em jogos com dois tempos de 40 minutos.
→ Sem o zagueiro Gilberto,
lesionado, o time tinha como principal destaque o capitão Barros, então um dos
ídolos da crescente nação colorada. A partida foi bastante equilibrada, com o
Inter saindo na frente no último minuto do tempo inicial com um gol do próprio
Barros.
→ Logo no início do segundo
tempo, um pênalti para o Inter que o craque colorado Ribeiro se encarregou de
bater. Porém, para desespero dos torcedores e do próprio Ribeiro, a cobrança
foi para fora. E para piorar, na saída de bola, o Bagé empatou também em uma
cobrança de penalidade, através de Pasqualito.
→ Mas já mostrando a raça que
seria símbolo do Clube ao longo das décadas, o Colorado foi para cima e obteve
a vitória. Primeiro com Nenê e depois com Barros, que marcou seu segundo na partida
e decretou a vitória por 3 a
1. Assim, o Internacional obtinha seu primeiro título gaúcho da história,
cabendo ao próprio Barros a honra de levantar o primeiro troféu estadual.
Vares
→ O ex-jogador colorado tem a
incrível e histórica marca de seis gols em um só Gre-Nal. Francisco Vares,
também conhecido como Chico Vares, foi um dos maiores artilheiros do
Internacional das primeiras décadas.
→ O dia 30 de julho de 1916
registrou um recorde no clássico. Vares fez os seis gols na vitória de 6 a 1 sobre o Grêmio. A partida
foi disputada na chamada Chácara dos Eucaliptos, no bairro Azenha. Foi o
primeiro jogo com arquibancadas e vestiários adequados para os times.
Bendionda
→ Belarmino Carlos Leal D’Avila,
ou Bendionda, nasceu em Sant′Ana do Livramento. Era alto e atuava como
centroavante. Destacava-se por ter um chute forte e preciso. Começou a jogar
futebol no 14 de Julho de Livramento. Em 1913 foi estudar em Porto Alegre , onde
ingressou no time do Internacional.
→ Jogou no Clube até 1916, quando
retornou à sua terra natal para ocupar o cargo de diretor de uma empresa do
ramo de elétrica. A principal partida de sua carreira foi contra o Fuss-ball em
26 de setembro de 1915, quando fez sete gols na vitória do Inter por 10 a 2.
Lampinha
→ Abílio Melo nasceu em Rivera,
no Uruguai. Foi um dos líderes do Internacional nos anos 20 e vida do Clube.
Atuava como centromédio e jogava com muita bravura e devoção às cores que
defendia. Veio para o Internacional em 1925 e no mesmo ano defendeu a seleção
gaúcha. Estava no time do primeiro campeonato estadual conquistado pelo Clube,
em 1927. Após encerrar a carreira voltou a residir em Rivera.
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