Como as duas drogas agem no organismo
Por Larissa Roso
Cloroquina e Hidroxicloroquina
Indicações: Ambas são indicadas para o tratamento da malária, de
doenças autoimunes, como lúpus e artrite reumatóide e doenças fotossensíveis.
Contraindicações: São contraindicadas para quem já teve qualquer tipo
de arritmia cardíaca (descompasso nos batimentos do coração), crianças, idosos,
gestantes, lactantes, alérgicos a compostos da fórmula e doentes hepáticos
(hepatites, cirrose). Pessoas que nunca tiveram problemas cardíacos − ou que
não sabem que têm − também podem sofrer arritmias.
Por que foram cogitadas contra o
coronavírus: Em experimentos
laboratoriais, observou-se que vírus não se multiplicava por conta da ação
anti-inflamatória dos fármacos, mas estudos com foco no coronavírus não
conseguiram demonstrar eficácia.
Estudos: As duas drogas têm sido motivos de acirrada disputa
cientifica desde que o coronavírus começou a se alastrar a partir da China, em
dezembro passado. Até agora, não há uma pesquisa robusta e respeitável que
sustente a indicação para utilização dessas substâncias tanto para casos leves
quanto para quadros graves de covid-19. Diversas investigações foram
interrompidas porque não estavam se mostrando promissoras. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) decidiu suspender seus testes em diversos países.
Ivermectina
Indicações: É usado para combater lombriga, piolho, sarna e
estrongiloidíase, uma infecção por parasitas intestinal que pode causar quadros
bem graves, inclusive com comprometimento pulmonar. Também se aplica à
oncocercose, conhecida como cegueira do rio, comum em certas regiões da África.
Contraindicações: São poucas, uma vez que se trata de um remédio
considerado seguro quando ingerido nas doses adequadas. Doentes hepáticos
graves (com cirrose, por exemplo) precisam ser bem orientados.
Por que foi cogitada para combater o
coronavírus: Depois de descoberta, a
droga ficou anos em stand by. Quando constado seu efeito sobre os vermes,
passou a ser utilizada mais intensamente. Com o avanço das pesquisas com
cultivo de vírus, testaram-se inúmeros medicamentos na tentativa de se
descobrir quais seriam eficazes no combate a eles − aí se constatou que a
ivermectina conseguia inibir o avanço e a multiplicação desses micro-organismos.
Estudos: Idealizado pela Universidade Federal de Pernambuco,
um ensaio clínico randonizado (estudo em que os participantes são sorteados
pelos pesquisadores) será realizado em parceria com a Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ) e a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Serão
acompanhados pacientes infectados pelo coronavírus, com diferentes níveis de
gravidade, em Recife, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. Um
grupo será medicado com ivermectina, e outro receberá placebo. A partir dos
resultados, será possível determinar se o medicamento é eficaz contra a
covid-19 ou não.
Fontes: Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa)
e infectologista Cláudio Stadnik
(Do jornal Zero Hora, 16 de julho de 2020)
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