Cliente: − Estou tão nervosa, doutor!
Dentista: − Não há motivo, madame.
Cliente: − Esse é o primeiro dente que eu arranco!
Dentista: − E eu também.
2º texto
Careca: − Me dá um vidro de loção para crescer cabelo.
Caixeiro: − Grande ou pequeno?
Careca: − Pequeno, que eu não gosto de cabelo muito comprido.
3º texto
Professora: − Menino, você precisa aprender inglês.
Aluno: − Pra quê?
Professora: − Porque metade do mundo fala essa língua!
Aluno: − E não chega?
Fonte: Max Nunes. Em: Ruy Castro (Org.). Uma pulga na camisola: o máximo de Max Nunes.
Fla-Flu
Agonizava,
Mas
com o radinho
Junto
à orelha.
O
jogo do seu time ele escutava.
Esperando
E
agonizando,
Ele
torcia
E
não morria.
Mas
quando aconteceu o gol,
Ele
morreu feliz,
Feliz
morreu.
E
nem ficou sabendo
Que
o gol que ele esperava
Não
valeu.
Frases de Max Nunes
1. “O famoso explorador inglês bebia tanto que, quando os antropófagos o almoçaram, não tiveram indigestão. Tiveram uma bebedeira.”
2. “O beijo nada mais é do que a uma contração da boca provocada por uma dilatação do coração.”
3. “Quem pede a palavra nem sempre a devolve em condições.”
4. “Comprador: Eu gostaria de ver alguns carros de segunda mão realmente bons. Vendedor: Eu também.”
5. “O difícil de confundir alhos com bugalhos é que ninguém sabe o que são bugalhos.”
6. “Quando a professora contou ao pai que seu filho havia roubado uma nota de 100 reais da sua bolsa, o pai exultou de contentamento: era a primeira nota alta que o filho tirava na escola.”
7. “Há casais que se detestam tanto que não se separam só pra não dar esse prazer ao outro.”
8. “ − Menino, como se chama aquela pessoa que mata o pai e a mãe? – Órfão?”
9. “Hoje, numa sala de aula, o verdadeiro quadro negro é o salário do professor.”
10. “Por que não cruzam um pombo-correio com um papagaio? Assim, em vez de levar um bilhete, ele já dava logo o recado.”
Homeopoesia
(Texto de Max Nunes sobre a homeopatia)
Não sei se a homeopatia cura ou não. Mas acho lindos os nomes de seus remédios. Eis alguns, colhidos no velho Guia Homeopático de Almeida Cardoso, de 1938:
Bórax − Lembra nome de âncora de telejornal, mas resolve a falta do leite materno.
Briônia − Uma rainha da antiga Babilônia? Não. É um remédio para problemas da bexiga e suores noturnos.
Dulcâmara − Para dores reumáticas ou nome de mucama em filme brasileiro de época.
Gelsemium − Remédio para senhoras histéricas. Cairia igualmente bem como nome de parlamentar corrupto.
Ipecacuanha − Serve para bronquite catarral ou para batizar cidade do interior paulista.
Jucaína − Remédio que não informam muito bem para o que serve, mas cujo nome seria ideal para índia de novela.
Lobélia − Poderia ser o título de um balé do Bolshoi com coreografia de Roland Peti, mas também cura sarna.
Stramonium − Ficaria melhor como nome de compositor russo, mas é remédio para insônia. Uma certeza: enquanto houver homeopatia, não vai faltar poesia.
Uma certeza: enquanto houver homeopatia, não vai faltar poesia.
Novos provérbios
(Max Nunes)
Quem não deve não treme.
Quem tudo quer tudo pede.
Um dia a caspa cai.
O creme não compensa.
Max Nunes nasceu no Rio de Janeiro, em 1922. Foi o criador de Balança, Mas Não Cai (1968), e roteirista dos humorísticos Satiricom (1973), Planeta dos Homens (1976) e Viva o Gordo (1981). Também contribuiu com o texto do Programa do Jô, entre 2000 e 2014. Morreu em 2014, aos 92 anos.
Max Nunes era adepto, como costumava dizer, do humor satírico e “limpo” – ou “do umbigo para cima”. Ele criou, na Globo, o líder de audiência Balança Mas Não Cai (1968), programa que reeditou um sucesso da Rádio Nacional nos anos 1950, colocando no ar quadros e personagens queridos do público, como Fernandinho e Ofélia, aquela que só abria a boca quando tinha certeza. Com Haroldo Barbosa – “o único sujeito do mundo que andava na chuva sem desviar da poça”, escreveu Faça Humor, Não Faça Guerra (1970), Satiricom (1973) e Planeta dos Homens (1976). Max Nunes foi padrinho de casamento de Jô Soares e também acompanhou o amigo ao longo da carreira, em diferentes emissoras. De Viva o Gordo (1981) ao Programa do Jô (2000), Max trabalhou com Jô até falecer, em 2014, aos 92 anos de idade.
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