Luiz Coronel
Quando
ela chega à praia,
na
manhã azul de janeiro,
as
ondas jogam carreira
pra ver quem a beija primeiro.
Navega
em ondas de luz,
desmaia
o sol em seu corpo.
Suplico
às nuvens e ao vento
que faça de mim o seu porto.
Quando
se entrega ao mar
deixa
no sol certa mágoa.
Sua
melhor intimidade
é um convívio só das águas.
Ah, se um dia ela se desse
pra
mim com tanta alegria
com
que entrega seu corpo
às ondas do mar, tão frias!
Sua
inimizade com as nuvens
é
ciúmes de passarela.
Hoje
o sol já não a envolve.
Ele é das nuvens, só delas.
Toda
vestida de rendas,
ela
corre pelas praias
e
as sereias invejosas
rogam pragas que ele caia.
(Correio do Povo, 28 de janeiro de 2023)
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