domingo, 1 de outubro de 2023

Desculpas esfarrapadas

 

Para quem vacilou na cama: 

− Mas também, Denise, essa sua calcinha roxa realmente não dá! Lembrei do velório da tia Filomena. 

− Em vou parar com as sessões de análise... não estou mais me concentrando nas coisas, só penso na minha mãe, na educação castradora que tive. 

− Isto nunca me aconteceu antes. Também pô! Viu como subiu o preço do botijão de gás? Minha cabeça está em outro lugar. 

− Puxa, mas que coisa... bem que me disseram que suco de cereja com adoçante artificial tem efeito colateral esquisito. 

− Esse ar condicionado é uma desgraça! O vento gelado nas costas provoca uma sensação estranha, sinto torpor, arrepio. Só pode ter sido isto! 

− Deve ser por causa do remédio que estou tomando pra bursite. 

− Eu tinha avisado para você não colocar essa música do Roberto Carlos: me deixa triste, fico mal, lembro da morte da minha cachorrinha. 

− Foi a primeira vez, desculpe, não consigo tirar da cabeça as cenas daquela reportagem sobre as crianças da Etiópia. 

− Foi culpa do jantar que não me caiu bem, acho que foi a alcachofra à milanesa. 

Para quem tem chulé 

− O couro deste sapato tem um problema de odorização; às vezes dá a impressão que é do pé da gente, mas é que o boi é de uma raça rara, emana uma substância tóxica, solta um cheiro esquisito. 

− Couro argentino é uma merda! Bem que me falaram que os gringos dão hormônio pra boiada e o couro fica com um cheiro estranho. 

− Esse amaciante que a Marilda põe nas minhas meias é uma desgraça, já mandei trocar de marca, mas ela não ouve, diz que gosta da embalagem, do desenho do ursinho. 

Para flatulência no elevador 

− Hoje mesmo vou falar pro síndico dar uma olhada no fosso do elevador: tá saindo um cheiro forte, a criançada dever ter jogado alguma coisa lá. 

− Toda vez que a dona Genoveva do 306 sobe com o poodle antes da gente, fica esse cheiro estranho. Vou reclamar na próxima reunião de condomínio. Lugar de cachorro é no elevador de serviço!

− Ih, acho que pisei no cocô do cachorro do vizinho... 

− É um absurdo deixar essas crianças soltando bombinhas pelo prédio.

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