Dr. Arun Manilal Gandhi
“Eu
tinha 16 anos e vivia com meus pais, na instituição que meu avô havia fundado,
e que ficava a
Certo dia, meu pai pediu-me que o levasse até a cidade, onde participaria de uma conferência durante o dia todo. Eu fiquei radiante com esta oportunidade. Como íamos até a cidade, minha mãe me deu uma lista de coisas que precisava do supermercado e, como passaríamos o dia todo, meu pai me pediu que tratasse de alguns assuntos pendentes, como levar o carro à oficina.
Quando me despedi de meu pai ele me disse:
- Nos vemos aqui, às 17 horas, e voltaremos para casa juntos.
Depois de cumprir todas as tarefas, fui até o cinema mais próximo. Distraí-me tanto com o filme (um filme duplo de John Wayne) que esqueci da hora. Quando me dei conta eram 17h30min. Corri até a oficina, peguei o carro e apressei-me a buscar meu pai. Eram quase 18 horas. Ele me perguntou ansioso:
- Por que chegou tão tarde?
- Algo não está certo no modo como o tenho criado,
porque você não teve a coragem de me dizer a verdade. Vou refletir sobre o que
fiz de errado a você. Caminharei as
Assim, vestido em suas melhores roupas e calçando sapatos elegantes, começou a caminhar para casa pela estrada de terra sem iluminação. Não pude deixá-lo sozinho... guiei por 5 horas e meia atrás dele... vendo meu pai sofrer por causa de uma mentira estúpida que eu havia dito. Decidi ali mesmo que nunca mais mentiria.
Muitas vezes me lembro deste episódio e penso: “Se ele tivesse me castigado da maneira como nós castigamos nossos filhos, será que teria aprendido a lição? Não, não creio. Teria sofrido o castigo e continuaria fazendo o mesmo. Mas esta ação não-violenta foi tão forte que ficou impressa na memória como se fosse ontem.”
Este é o poder da vida sem violência.
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