Honra
ao vagabundo
ao
faz-nada perfeito.
Tudo
que ele não faz
não
faz bem-feito.
Seu
viaduto inexistente
não
cai em cima da gente.
Seu
pastel de coisa alguma
recheado
de ilusão
não
dá intoxicação.
Ele
não é psicólogo
provocando
a demência
nem
é sociólogo
de
olho na presidência.
Menos
um na pista:
também
não é motorista.
E
muito menos
−
aleluia! −
outro
economista.
Viva
o desocupado
esse
antiempreendedor
e
seu bendito torpor.
A
sua preguiça
é
a nosso favor.
Ele
não enche as Bolsas
com
seu alarido
nem
corre pelas ruas
com
celular no ouvido.
Que
alegria:
jamais
cobrará demais
pra
consertar nossa pia.
É
menos um grevista
menos
um arrivista
menos
um ativista
menos
um congressista
menos
um beletrista
menos
um carreirista
e,
Deus seja louvado,
menos um advogado.
(Do livro “Poesia numa hora dessas?!”,
de Luis Fernando Veríssimo)
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