quarta-feira, 27 de junho de 2018

Músicas em que Roberto Carlos

 fala de seu acidente e de seus traumas infantis...


Roberto Carlos por Fraga

O Divã

Composição: Roberto Carlos - Erasmo Carlos

Relembro a casa com varanda,
Muitas flores na janela.
Minha mãe lá dentro dela
Me dizia num sorriso.
Mas na lágrima um aviso
Pra que eu tivesse cuidado
Na partida pro futuro.
Eu ainda era puro,
Mas num beijo disse adeus.

Minha casa era modesta,
Mas eu estava seguro,
Não tinha medo de nada,
Não tinha medo de escuro,
Não temia trovoada.
Meus irmãos à minha volta,
E meu pai sempre de volta
Trazia o suor no rosto.
Nenhum dinheiro no bolso,
Mas trazia esperança.
Essas recordações me matam,
Essas recordações me matam,
Essas recordações me matam,
Por isso eu venho aqui.

Relembro bem a festa, o apito,
E, na multidão, um grito.
O sangue no linho branco,
A paz de quem carregava
Em seus braços quem chorava.
E no céu ainda olhava,
E encontrava esperança
De um dia tão distante
Pelo menos por instantes
encontrar a paz sonhada.
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Por isso eu venho aqui.

Eu venho aqui me deito e falo
Pra você que só escuta
Não entende a minha luta
Afinal, de que me queixo
São problemas superados
Mas o meu passado vive
Em tudo que eu faço agora
Ele está no meu presente
Mas eu apenas desabafo
Confusões da minha mente.

Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam
Essas recordações me matam.

Traumas

Composição: Roberto Carlos/Erasmo Carlos

Meu pai um dia me falou
Pra que eu nunca mentisse,
Mas ele também se esqueceu
De me dizer a verdade,
Da realidade do mundo,
Que eu ia saber,
Dos traumas que a gente só sente
Depois de crescer.

Falou dos anjos que eu conheci
No delírio da febre que ardia
Do meu pequeno corpo que sofria
Sem nada entender
Minha mulher em certa noite
Ao ver meu sono estremecido
Falou que os pesadelos são
Algum problema adormecido
Durante o dia a gente tenta
Com sorrisos disfarçar
Alguma coisa que na alma
Conseguimos sufocar

Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via
Mas aqueles anjos agora já se foram
Depois que eu cresci
Da minha infância agora tão distante
Aqueles anjos no tempo eu perdi
Meu pai sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci
Agora eu sei o que meu pai
Queria me esconder
Às vezes as mentiras
Também ajudam a viver
Talvez um dia pro meu filho
Eu também tenha que mentir

Pra enfeitar os caminhos
Que ele um dia vai seguir
Meu pai tentou encher de fantasia
E enfeitar as coisas que eu via
Mas aqueles anjos agora já se foram
Depois que eu cresci
Da minha infância agora tão distante
Aqueles anjos no tempo eu perdi

Meu pai sentia,
Sentia o que eu sinto agora
Depois que cresci
Meu pai tentou
Tentou encher de fantasia... 

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