Este fato aconteceu na década de 50,
no interior do município de Jaguari, Rio Grande do Sul. Foi numa Sexta-Feira Santa, que na época
era um dia de muito respeito: não se varria casa, não se tirava leite nem se
encilhava cavalo, muito menos se devia montá-lo. À tardinha, dona Justina
mandou o filho buscar os terneiros no potreiro, com a recomendação:
− Meu filho, não vá a cavalo!
Lembre-se, hoje é Sexta-Feira Santa!
O menino, muito levado, fez
exatamente o contrário. Amarrou uma corda no pescoço do cavalo, montou em pelo
e saiu estrada afora.
Chegando ao potreiro, deixou o
animal embaixo de uma árvore e subiu um pequeno morro para repontar os
terneiros. Aconteceu que um bugio saltou da árvore no lombo do cavalo. Este,
assustado, voltou a galope para casa. Quando a montaria entrou no pátio com o
bicho agarrado no lombo, dona Justina soltou um grito:
− Meu filho, bem que eu te disse
para não montar em Sexta-Feira Santa.
Viu , Deus te castigou!
Ao ouvir os gritos, o marido veio
correndo e encontrou a mulher desmaiada, e só não desmaiou também ao ver o
bugio, porque, na mesma hora, avistou o filho que chegava, assobiando
tranquilamente, repontando os terneiros, sem saber o que tinha acontecido com o
cavalo.
(Do “Almanaque Gaúcho
O livro”, RBS)
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