Nosso tradicional e antigo curso
primário era composto de quatro anos. Ao concluir-se esse curso, para
ingressarmos no curso ginasial, éramos submetidos a uma avaliação de nossos
reais conhecimentos gerais, adquiridos no curso primário, denominado Exame de
Admissão ao Ginásio, praticamente um pequeno vestibular Esses exames eram
obrigatórios para os alunos saídos do curso primário. Também tinha a finalidade
de filtro, evitando não deixar ultrapassar a quantidade de vagas existentes no
curso ginasial, para cada exercício. Devidamente aprovados nesse exame de
conhecimentos gerais, composto pelas matérias de Português, Matemática,
História, Geografia, estávamos aptos para ingressar no curso ginasial e,
durante mais quatro anos, aprender os conhecimentos ministrados em suas quatro
séries.
Muitos alunos, claro, aqueles que
sempre se destacavam como bons alunos durante a realização do curso primário,
levavam enorme vantagem frente aos demais. Prestavam os exames de admissão ao
ginásio e eram aprovados até com muito louvor. Como costumamos dizer na
linguagem popular, tiravam de letra esse pequeno vestibular.
Era objeto de
desejo da classe média em
ascensão. O aluno se quisesse continuar a estudar tinha que
passar no exame de admissão.
O cursinho preparatório que,
geralmente, era feito concomitantemente ao último ano do Curso Primário (com
isso “ganhava-se” um ano). Entretanto havia também em algumas cidades a opção
de fazê-lo durante as férias de janeiro e fevereiro, o que deixava a molecada
bastante frustrada por terem que “abrir mão” das deliciosas brincadeiras
durante as preciosas férias!
Quando reprovado na admissão, lá vai
mais um ano em uma classe especial só para a “Admissão”. A criança envergonhada
respondia quando lhe perguntavam:
− Em que ano
você está?
− Estou na
“admissão”...
A criança se sentia como se
estivesse dando um atestado de sua própria incapacidade ou de “burrice” mesmo!
(Texto do Blog do
Clube dos Entas de Catanduva)
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