domingo, 30 de setembro de 2018

No que virou a política no Brasil


A situação política do país está mais do nunca em debate devido ao período eleitoral. Em outubro, os cidadãos irão às urnas escolher seus representantes através do voto direto. E assim como todos os setores da sociedade, a arte, nas suas diversas vertentes, também se posiciona criticamente devido a situação enfrentada no país.

Por isso nesta sexta-feira (31.9.2018), junto com o início da propaganda eleitoral gratuita, chegou as rádios de todo o país a música “Virou Linguiça”. Com letra de Rodrigo Bauer e música de João Luiz Corrêa, a composição, de uma maneira divertida e cômica, coloca a situação política do Brasil em debate.

“Nosso papel com essa música é mostrar a desvalorização que muitos políticos causam a classe que atitudes que não são nada dignas. Ao mesmo tempo queremos mostrar que é possível mudar e a oportunidade é agora”, fala Bauer.

A composição foi gravada nessa semana e tem interpretação de Mano Lima e João Luiz Corrêa. O projeto também conta com a participação do jornalista Giovani Grizotti.

A música também estará disponível na internet.


Virou Linguiça

João Luiz Corrêa e Rodrigo Bauer

Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça,
Levou-se a breca a vergonha e se acadelou a justiça.
Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça,
O velho fio de bigode hoje é uma barba postiça.

Na minha terra: malandragem, golpe baixo,
O famoso cambalacho, há quem chame de linguiça.
O sal esconde alguma coisa no tempero,
Mas eu sinto aquele cheiro inconfundível de carniça.
Um sete um, o caixa dois, a safadeza,
Lembra o nervo e a impureza que vão dentro da linguiça.

Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça,
Levou-se a breca a vergonha e se acadelou a justiça.
Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça,
O velho fio de bigode hoje é uma barba postiça.

Quem cobra a doma e entrega um flete aporreado,
Faz igual ao deputado que não vota por preguiça.
Quem vende um laço ramalhado e com defeito,
Não é melhor que o prefeito que desvia e desperdiça.
Quem fura a fila não é nada diferente,
Do político influente que ata a ponta da linguiça.

Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça,
Levou-se a breca a vergonha e se acadelou a justiça.
Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça,
O velho fio de bigode hoje é uma barba postiça.

E o bolicheiro que se escora na balança,
Fala em ética, esperança, em princípios e premissas.
Faz propaganda do que vende olhando teso,
E com o dedo rouba peso no granel e na hortaliça.
Esse país que é tão gigante, meu parceiro,
Hoje em dia, cabe inteiro numa volta de linguiça.

Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça,
Levou-se a breca a vergonha e se acadelou a justiça.
Virou linguiça, meu irmão, virou linguiça,
O velho fio de bigode hoje é uma barba postiça.


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