Naquela manhã, o jovem professor chegou à escola um tanto cabisbaixo.
Problemas se somavam e pesavam sobre sua sensibilidade de jovem idealista.
Estava difícil suportar. Foi então que, durante uma reunião de trabalho, ele não pode controlar as lágrimas que lhe escorreram pelo rosto, em abundância.
Uma amiga, que o observava, em silêncio, estendeu as mãos e segurou as dele, num gesto de ternura.
Foi uma atitude simples, mas significou muito para aquele jovem, pois ele sabia que a amiga tinha uma vida superatarefada, muitas atividades e preocupações com os filhos, marido, empresa, mas, mesmo assim, tinha tempo para dedicar aos amigos, para estender-lhe as mãos.
Aquele gesto simples levou o jovem a escrever sobre a importância das mãos.
O texto diz mais menos assim:
As mãos podem muitas coisas: oferecer apoio no momento certo, estender-se para consolar, segurar firme para amparar.
Mas o que mais podem as mãos?
As mãos saúdam, as mãos sinalizam. As mãos envolvem, dão carinho.
As mãos estabelecem limites. Escrevem, abençoam.
As mãos desenham no ar o “adeus”, o “até logo”.
As mãos agasalham. Curam feridas.
Para o mundo a mão é o verbo. Para o idoso é a segurança.
Para o irascível a mão erguida é ameaça.
Não aguardemos pela iniciativa dos que nos cercam na realização do que a todos compete efetuar.
Quem cruza os braços em função da inércia alheia, confunde-se na multidão dos que nada fazem.
Responsabilizar os outros não produz nada de útil.
Apontar equívocos alheios não nos autoriza a ignorar os nossos próprios.
As mãos
Há mãos que sustentam e mãos
que abalam.
Mãos que limitam e mãos que
ampliam.
Mãos que denunciam e mãos que
escondem os denunciados.
Mãos que se abrem e mãos que se fecham.
Há mãos que afagam e mãos que
agridem.
Mãos que ferem e mãos que
cuidam das feridas.
Mãos que destroem e mãos que
edificam.
Mãos que batem e mãos que recebem as pancadas por outros.
Há mãos que apontam e guiam e
mãos que desciam.
Mãos que são temidas e mãos
que são desejadas e queridas.
Mãos que dão arrogância e
mãos que se escondem aos dar.
Mãos que escandalizam e mãos
que apagam os escândalos.
Mãos puras e mãos que carregam censuras.
Há mãos que escrevem para
promover e mãos que escrevem para ferir.
Mãos que pesam e mãos que
aliviam.
Mãos que operam e que curam e mãos que “amarguram”.
Há mãos que se apertam por
amizade e mãos que se empurram por ódio.
Mãos furtivas que traficam
destruição e mãos amigas que desviam da ruína.
Mãos finas que provam dor e mãos rudes que espalham amor.
Há mãos que se levantam pela
verdade e mãos que encarnam a falsidade.
Mãos que oram e imploram e mãos que “devoram”.
Mãos de Caim que matam.
Mãos de Jacó que enganam.
Mãos de Judas que entregam.
Mas há também as mãos de
Simão, que carregam a cruz,
e as mãos de Verônica, que enxugam o rosto de Jesus.
Onde está a diferença?
Não está nas mãos, mas no coração
É na mente transformada que
dirige a mão santificada, delicada.
É a mente agradecida que
transforma as mãos em instrumentos de graça.
Mãos que se levantam para
abençoar,
Mãos que baixam para levantar
o caído,
Mãos que se estendem para
amparar o cansado.
São como as mãos de Deus que
criam, que guiam,
que salvam; que nunca faltam.
Existem mãos... e mãos...
As tuas, quais são?
De quem são?
Para que são?
(Autor desconhecido)
bem interessante!
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