Lábios que eu Beijei
Lábios que beijei,
Mãos que eu afaguei,
Numa noite de luar assim.
O mar na solidão bramia
E o vento a soluçar pedia.
Que fosses sincera para mim.
Nada tu ouviste
E logo partiste
Para os braços de outro amor.
Eu fiquei chorando,
Minha mágoa cantando,
Sou a estátua perenal da dor.
Passo os dias soluçando com meu pinho
Carpindo a minha dor, sozinho
Sem esperanças de vê-la jamais
Deus, tem compaixão deste infeliz
Por que sofrer assim?
Compadecei-vos dos meus ais
Tua imagem permanece imaculada
Em minha retina cansada
De chorar por teu amor.
Lábios que beijei
Mãos que eu afaguei
Volta, dá lenitivo à minha dor.
A voz do violão
Valsa de 1929
(Francisco Alves e Horácio Campos)
Canta: Francisco Alves
Não queiras, meu amor, saber da mágoa
Que sinto quando a relembrar-te estou,
Atestam-te os meus olhos rasos d’água
A dor que a tua ausência me causou.
Saudades infinitas me devoram,
Lembranças do teu vulto que nem sei
Meus olhos incessantemente choram
As horas de prazer que já gozei
Porém neste abandono interminável
No espinho de tão negra solidão
Eu tenho um companheiro inseparável
Na voz do meu plangente violão
Deixaste-me sozinho e lá distante,
Alheio à imensidão de minha dor,
Esqueces que ainda existe um peito amante
Que chora o teu carinho sedutor
No azul sem fim do espaço iluminado
Ao léu do vento se desfaz
A queixa deste amor desesperado
Que o peito em mil pedaços me desfaz.
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