sexta-feira, 7 de julho de 2023

Nossa Liberdade

 Paulo Roberto Gaefke

Mesmo solitários, não deixamos de ser duas partes:
uma deseja ficar em profundo silêncio;
outra quer gritar ao mundo o desejo de amar.

Mesmo doentes, não deixamos de ter dois desejos:
um quer a cura imediata, sair da prostração;
outro quer permanecer cercado de cuidados, atenção...

Mesmo perdidos em nossos devaneios,
não deixamos de desejar dois destinos,
um quer a glória passageira da fama;
outro quer apenas a vitória sobre nossos dramas,
ser feliz no anonimato do tempo.

Somos assim: côncavo e convexo,
luz e escuridão em uma mesma alma,
uma parte que ri de qualquer coisa;
e outra que chora por nada.

Contradição e certeza,
amor e desinteresse,
paz e guerra,
desejos e saciedade.
Estranhos personagens que habitam em nós,
nessa novela chamada vida.

Por isso, não se estranhe!
Viva cada momento da sua vida com intensidade,
lembre-se mais das coisas boas,
e, por favor, esqueça-se dos maus momentos.
Aposente as dores, distraia a ilusão,
faça um trato com o amor, e ame muito,
e mais do que nunca, esqueça qualquer rancor,
perdoe todas as ofensas, toda as pessoas,
as que já fizeram algo que você não gostou,
e aquelas que ainda nem erraram.

Seja livre!

Tudo só vale a pena com a liberdade,
até para dizer que quer ficar preso ao velho amor,
preso ao velho emprego,
preso ao velho sonho,
preso em você.
Isso
 é liberdade total!
Essa capacidade de dizer que se ama e que vale a pena,
ser feliz é uma doce prisão da nossa liberdade
de ser simplesmente o que somos!

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