sábado, 11 de novembro de 2023

O menino pintor

O texto a seguir “fala” sobre o papel do professor em relação ao ato imaginativo do aluno: “O Menino Pintor”, escrito por Earl V. Pullias e James D. Young, discute questões necessárias à reflexão em torno de ações educativas.

Era uma vez um menino que ia à escola. Ele era bastante pequeno e ela era uma grande escola. Mas quando o menino descobriu que podia ir à sua sala caminhando através da porta da rua, ele ficou feliz. E a escola não mais parecia tão grande quanto antes. 

Uma manhã, quando o menininho estava na escola, a professora disse: “Hoje nós iremos fazer um desenho”. “Que bom” pensou o menininho. Ele gostava de fazer desenhos. Ele podia fazê-los de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos e ele pegou uma caixa de lápis e começou a desenhar. 

Mas a professora disse: “Esperem, ainda não é hora de começar”. E ela esperou até todos estarem prontos. “Agora” – disse a professora. “Nós iremos desenhar flores”. “Que bom”. – pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores. E ele começou a desenhar diversas flores com seu lápis rosa, laranja e azul. 

Mas a professora disse: “Esperem. Vou mostrar como fazer”. E a flor era vermelha, com o caule verde. “Assim” disse a professora. “Agora vocês podem começar”. O menininho olhou para a flor da professora. Então olhou para a sua flor. Ele gostou mais da sua flor. Mas não podia dizer isto. Ele virou o papel e desenhou uma flor igual à da professora. Era vermelha com o caule verde. 

No outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre a professora disse: “Hoje iremos fazer alguma coisa com barro”. “Que bom” – pensou o menininho. Ele gostava de barro. Ele podia fazer todo tipo de coisa com o barro: elefantes e camundongos, carros, caminhões. E ele começou a amassar e juntar sua bola de barro. 

Mas a professora disse: “Esperem. Não é hora de começar”. E ela esperou até todos estarem prontos. “Agora”. – disse a professora. “Nós iremos fazer um prato”. “Que bom” – pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos. A professora disse: “Esperem. “Vou mostrar como se faz”. E ela mostrou a todos como fazer um prato fundo. “Assim” – disse a professora. “Agora vocês podem começar”. Então ele olhou para o seu próprio prato. Ele gostava mais do seu prato que o da professora. Mas ele não podia fazer isso. 

Ele amassou o seu barro numa grande bola, novamente e fez um prato igual ao da professora. Era um prato fundo. E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a fazer as coisas exatamente como a professora e muito cedo ele não fazia mais as coisas por si próprio. 

Então aconteceu que o menino e sua família mudaram-se para outra casa, em outra cidade, e o menininho tinha que ir a outra escola. Esta escola era ainda maior do que a outra. E não havia porta da rua para sua sala. Ele tinha que subir grandes degraus até sua sala. E no primeiro dia ele estava lá. A professora disse: “Hoje nós vamos fazer um desenho”. “Que bom” – pensou o menininho, e ele esperou que a professora dissesse o que fazer. Mas a professora não disse nada. Ela apenas andava pela sala. 

Quando ela veio até o menininho disse: “Você não quer desenhar?” “Sim”, disse o menininho. “O que vamos fazer?” “Eu não sei até que você faça” – disse a professora. “Como eu posso fazê-lo?” – perguntou o menininho. “Da maneira de que você gostar”. – disse a professora. “E de que cor?” perguntou o menininho. “Se todo mundo fizer o mesmo desenho e usar as mesmas cores, como posso saber quem faz o quê?” “E qual o desenho de cada um?” “Eu não sei”, disse o menininho.

E ele começou a desenhar uma flor vermelha com um caule verde. 

(Do livro “A Arte do Magistério”,

de Earl V. Pullias e James D. Young)

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