sábado, 10 de fevereiro de 2024

Grandes compositores de carnaval

 Lamartine Babo

Lamartine Babo por Amorim

O carnaval chegou e com ele chega também Lamartine Babo, porque, segundo Braguinha, o carnaval tem que ser dividido entre antes e depois de Lamartine e isso vindo de outro gênio da folia de momo vale como um veredicto final e sem contestação. E foi com as suas saborosas e imortais marchinhas que o seu nome se tornou mundialmente conhecido como o Rei do Carnaval. Em suas letras, predominavam o humor refinado, espirituoso, brejeiro, burlesco. 

Lalá, como era conhecido, foi uma das pessoas mais bem humoradas e divertidas de sua época, não perdendo nunca a chance de um trocadilho ou de uma piada. Em uma entrevista afirmou: “Eu me achava um colosso. Mas um dia, olhando-me no espelho, vi que não tenho colo, só tenho osso”. E tem outra, como o caso dos correios: Lalá foi enviar um telegrama e o telegrafista, vendo aquele tipo mirrado em sua frente, bateu então o lápis na mesa em Morse para seu colega: “Magro, feio e de voz fina”. Lalá tirou o seu lápis e bateu: “Magro, feio, de voz fina e ex-telegrafista”. 

Lamartine já entrou no cenário carnavalesco de 1932, com aquela que poderia ser considerada o verdadeiro hino do carnaval: “O teu cabelo não nega” (em parceria com os Irmãos Valença, de Pernambuco), na voz de Francisco Alves e também lançou “Aí, hein?” (com Paulo Valença), gravação de Mário Reis e como se não bastasse ainda teria outra marchinha imortal “Linda morena”, cantada em dupla por ele próprio e Mário Reis. E pensam que acabou? Não, ainda teria a “Marcha do amor”, lançada pela dupla Mário Reis e Francisco Alves. Em 1933, outro sucesso arrebatador e um dos carros-chefes da carreira de Carmem Miranda “Moleque indigesto”. Pra arrematar, nesse ano da graça de 1933 também teria a marchinha “Boa bola”, com Mário Reis e o próprio Lamartine. 

1934 chegou com vários sucessos de Lamartine que fizeram o brasileiro cantá-los de Norte a Sul: “Uma andorinha não faz verão” (com Braguinha), na voz de Mário Reis; “Ride palhaço”, com Mário Reis e os Diabos do Céu e História do Brasil, também conhecida como “Seu Cabral”, cantada por Almirante. Em 1935, os blocos na rua de todo o país cantavam a plenos pulmões Rasguei a minha fantasia, gravada por Mário Reis, o principal intérprete das composições de Lalá, assim também como era de Noel Rosa. Mas ainda tem outra joia nesse ano “Grau dez” (parceria com Ary Barroso), com Francisco Alves e o próprio Lamartine.1936 chega com a “Marchinha do grande galo”, na voz de Almirante e em 1938 o antológico “Hino do carnaval brasileiro”, na voz de Almirante. 

Lamartine, que também foi autor de todos os hinos dos clubes de futebol do Rio de Janeiro, nasceu no dia 10 de Janeiro de 1904 e faleceu no dia 16 de junho de 1963, aos 59 anos. 

(Do blog Noel Rosa: O Poeta da Vila)

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