terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Num bar de Porto Alegre

De uma época pré-cartão e pré-pix

Já amanhecendo, quatro amigos, já pra lá de Bagdá... 

Fala um deles para o garçom: 

‒ Chefia, traz a saideira! 

Outro, já aproveitando o embalo: 

‒ Aproveita e traz também a “dolorosa”! 

O garçom traz quatro chopes e a conta. 

Um deles pega a conta e diz: 

‒ Barbaridade, tchê, deu 160 pilas! 

Um deles adverte, preocupado: 

‒ Guris, notaram que no caixa há um cartaz dizendo: “Não aceitamos cheques”. 

Outro, já meio caneado e mais prático, sussurra: 

‒ Vai dar 40 pilas pra cada um... Vamô lá, indiada! 

Fala um meio sonolento: 

‒ Eu dou 50 pilas e quero troco. 

Fala outro: 

‒ Eu só tenho 30 pilas. 

Vendo que os outros dois continuam beber tranquilamente, um deles fala grosso: 

‒ Vocês não se façam de salame. Vão logo, comecem a se coçar, que eu não sou pai de cascudo! 

O mais calmo também não se contém: 

‒ Vocês estão pensando que rabo de porco é saca-rolha? Que focinho de porco é tomada? E por acaso vocês têm escorpiões nos bolsos? Vamos logo, piazada, mostrem as carteiras!

Um deles mexe na carteira e põe na mesa 20 pilas: 

O mais velho, já puto da cara: 

‒ Não me vem com perna de anão! Tem que ser 40 pilas! 

Depois de alguns minutos, conseguem, entre três amigos, a quantia de 110 pilas. 

Fala um deles: 

‒ Zeca, acerta a minha que depois eu acerto contigo...

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