terça-feira, 7 de maio de 2024

Chamado de urgência?

Stanley Hewett

Certa noite, um famoso médico inglês, que prestou serviços à casa real da Inglaterra, no século passado, atendeu um chamado de urgência. Tirado da cama, fatigado, e lá se foi ele, afrontado o frio e a neve, a visitar o doente que diziam estar passando assim tão mal. 

Chegando, verificou que se tratava apenas de uma indigestão, causada por excesso de comida e bebida. 

Sem dar qualquer demonstração quanto ao diagnóstico que já fizera, Stanley Hewett perguntou ao doente: 

‒ Meu amigo, tem seu testamento feito? 

‒ Não... ‒ respondeu, já começando a tremer, o comilão. 

‒ Então, mande chamar imediatamente o seu tabelião. 

‒ Mas... 

‒ Tem filhos? ‒ prosseguiu o médico, ignorando a interrupção. 

‒ Sim, mas vivem em Manchester.

‒ Mande telegrafar imediatamente para que venham. 

A esta altura, o doente já tremia como varas verdes. Chamou um criado e deu ordens para que se fizesse vir o tabelião e os filhos do enfermo. 

Assim que o criado veio dizer que as ordens estavam cumpridas, Hewett fez menção de retira-se. 

‒ Mas, doutor, vai deixar-me? Não há mesmo qualquer esperança de me livrar da morte? 

‒ Se há, infelizmente! O senhor não tem nada não ser muita comida e muita bebida nesse corpo! 

‒ Então, por que mandou que chamassem meu tabelião e meus filhos? 

‒ Para que eu não fosse o único idiota a sair de uma cama quente com uma noite destas por causa da sua estúpida indigestão! 

(Do livro “Grande Anedotas da História”, de Nair Lacerda) 

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