sábado, 18 de maio de 2024

O Homem da Injeção II

 Música: Rubel ‒ Letra: Breno Góes

Foto do jornal O Globo 

Tirou a roupa no meio da praça.
Subiu na estátua de um marechal,
Em pleno meio dia o bronze faiscava,
A bunda sentia o calor do metal.
E cada transeunte que se aglomerava,
Fazia piada: “nem é carnaval”.
E como toda nudez será castigada,
Apareceu do nada um policial.
 

Nosso herói não se importava
Com as partes à vista da população.
Não era pro seu pincel que apontava,
Mas pro antebraço chamava a atenção.
O que ele gritava, você já imagina:
“Vacina! Vacina! Vacina!” e, então,
O policial declarou que o tal
Estava pelado e coberto de razão.
 

O povo vendo que, até o guarda
Tirando a farda, apoiava o civil,
Foi saindo do sono perigoso e inerte
Como disse Laerte, a grande ficha caiu.
Feito uma peça de Zé Celso no teatro oficina,
Pedindo vacina, a ralé se despiu,
E disse: “até que o pulha nos traga a agulha,
Será a vez da nudez no Brasil!”
 

A história chegou ao palácio,
Até o pancrácio que rege o país,
Que achou engraçado ver tanto pelado,
Mas quis acabar com esse diz que me diz.
Tentou discursar na TV pra nação,
Falando talqueis e taisquais sem sentido,
E um menino, rindo da televisão, disse:
”Olha, mamãe, o rei está vestido!”
 

PS: A música é inspirada na história real de um homem que ficou nu em uma praça pública do Rio de Janeiro e subiu em uma estátua exigindo vacina. É uma cena absurda e surreal, assim como o momento político (era no governo Bolsonaro) que vivíamos. A música está na internet

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