Meu
bonito boi barroso,*
Que eu já contava perdido,
Deixando o rastro na areia,
Foi logo reconhecido.
Que eu já contava perdido,
Deixando o rastro na areia,
Foi logo reconhecido.
Montei
no cavalo escuro
E trabalhei logo de espora
E gritei: aperta, gente,
Que o meu boi se vai embora!
E trabalhei logo de espora
E gritei: aperta, gente,
Que o meu boi se vai embora!
No
cruzar de uma picada,
Meu cavalo relinchou,
Dei de rédea para a esquerda
E o meu boi me atropelou.
Meu cavalo relinchou,
Dei de rédea para a esquerda
E o meu boi me atropelou.
Ajudai-me,
companheiros,
Não me deixem morrer só.
Ali vem o boi barroso
Estralando o mocotó!
Não me deixem morrer só.
Ali vem o boi barroso
Estralando o mocotó!
Nos
tentos levava um laço
Com vinte e cinco rodilhas,
Pra laçar meu boi barroso
Lá no alto das coxilhas.
Com vinte e cinco rodilhas,
Pra laçar meu boi barroso
Lá no alto das coxilhas.
Mas
no mato carrasquento,
Onde o boi estava embretado,
Não quis usar o meu laço
Pra não vê-lo retalhado.
Onde o boi estava embretado,
Não quis usar o meu laço
Pra não vê-lo retalhado.
E
mandei fazer um laço
Da casca do jacaré,
Pra laçar meu boi barroso
Num redomão pangaré.
Da casca do jacaré,
Pra laçar meu boi barroso
Num redomão pangaré.
E
mandei fazer um laço
Do couro da jacutinga,
Pra laçar meu boi barroso
Lá no passo da restinga.
Do couro da jacutinga,
Pra laçar meu boi barroso
Lá no passo da restinga.
E
mandei fazer um laço
Do couro da capivara,
Pra laçar meu boi barroso
Nem que fosse a meia-cara.
Do couro da capivara,
Pra laçar meu boi barroso
Nem que fosse a meia-cara.
Estribilho:
Meu
boi barroso,
Meu boi pitanga,
O teu lugar
É lá na canga.
Meu boi pitanga,
O teu lugar
É lá na canga.
(Augusto Meyer: Cancioneiro Gaúcho)
*Boi-Barroso:
Toada gaúcha muito popular em que se exaltam as qualidades de um boi desse
pelo. São muitas as quadras escritas a respeito de tal boi, da cor do barro, a
maioria de autores desconhecidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário