sexta-feira, 25 de agosto de 2023

Eu tenho um sonho

 Martin Luther King Jr. (1928 – 1968) 

Ganhador do Prêmio Nobel da Paz de 1964

Em 28 de agosto de 1963, mais de 200 mil pessoas se reuniram entre o Monumento de Washington e o Memorial Lincoln na capital dos Estados Unidos para uma demonstração pacífica em prol da luta pelos direitos humanos. O ponto alto foi o discurso proferido pelo Reverendo Martin Luther King Jr., no qual conclamava o povo a trabalhar com fé, pois assim sobreviria uma mudança e algum dia todos seriam julgados não pela cor da pele, mas por seu caráter. 

(Aqui está a parte final do discurso) 

“Digo hoje para vocês, meus amigos, que apesar das dificuldades e frustrações do momento ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente arraigado no sonho norte-americano. 

Sonho que este país um dia se levante e passe a viver o significado real de seu credo: “Tais verdades são, para nós, evidentes: que todos os homens são criados em igualdade.” 

Sonho que um dia, sobre as colinas avermelhadas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos donos de escravos possam se sentar juntos à mesa da fraternidade. 

Sonho que um dia, até mesmo o estado do Mississipi, um deserto sufocante do calor da injustiça e opressão, venha a ser transformado num oásis de liberdade e justiça. 

Sonho que meus quatro filhos um dia vivam num país onde não serão julgados pela cor da pele, mas por seu caráter. 

Eu tenho um sonho hoje. 

Sonho que um dia o estado do Alabama, cujo governador tem nos lábios as palavras da intervenção e da anulação se transformar numa situação onde criancinhas negras possam andar juntas e de mãos dadas com as brancas, como crianças irmãs. 

Eu tenho um sonho hoje. 

Sonho que um dia todos os vales sejam exaltados, todas as colinas e montanhas sejam igualadas em um só nível, todos os terrenos ruins sejam cuidados, todas as áreas deformadas sejam endireitadas, a glória do Senhor seja revelada e todos os seres vivos a encontrarem juntos. 

É essa a nossa esperança. É essa a fé com que volto para o Sul. Com ela poderemos escavar da montanha do desespero a pedra da esperança. Com ela poderemos transformar a discórdia dissonante de nosso país numa bela sinfonia de fraternidade. 

Com essa fé conseguiremos trabalhar juntos, orar juntos, lutar juntos, ir presos juntos, unirmo-nos em prol da liberdade juntos, sabendo que um dia seremos livres. 

Será esse dia em que todos os filhos de Deus poderão cantar com um novo significado: “Meu país é de vocês, doce terra de liberdade, por vocês eu canto. Terra onde meu pai morreu, terra do orgulho dos Peregrinos, em todas as encostas, que soe a liberdade.” 

E se os Estados Unidos hão de ser um grande país, é preciso que isso se torne realidade. Pois que soe a liberdade nas pródigas colinas de New Hampshire. Que soe a liberdade nas grandiosas montanhas de Nova York. Que soe a liberdade nos altivos montes da Pensilvânia! Que soe a liberdade nos picos nevados das Montanhas Rochosas do Colorado! Que soe a liberdade nos montes curvilíneos da Califórnia. Mas que não seja só isso: que soe a liberdade na Montanha da Pedra na Geórgia! Que soe a liberdade nas montanhas do Tennessee! Que soe a liberdade em todas as colinas e recantos do Mississipi. Em todas as encostas, que soe a liberdade. 

Se deixarmos que soe a liberdade, se a deixarmos soar em todos os vilarejos e povoados, em todos os estados e em todas as cidades, conseguiremos antecipar o dia em que todos os filhos de Deus, negros e brancos, semitas e não semitas, protestantes e católicos, poderão dar as mãos e cantar as palavras do antigo spiritual dos negros: “Livres, finalmente! Livres, finalmente! Graças a Deus Todo Poderoso, estamos livres, finalmente!” 

 

O texto completo está em:

O Livro das Virtudes”, 

uma antologia de William J. Bennett.

Editora Nova Fronteira

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