Advertência:
Advertência:
Este texto contém expressões escatológicas e
pornográficas.
Leitura só para adultos.
“Os
grafitos de latrinas constituem um ritual de transgressão como o carnaval e
tantos outros existentes na nossa e noutras culturas Praticada a orgia, puxa-se
a descarga e volta-se à vida normal.”
Gustavo Guimarães Barbosa
Poemas variados
Isto
não é mictório.
Isto
é uma coisa indecente.
A
gente não mija nele:
ele
é que mija na gente.
Amar
sem amado
é
se limpar
sem
ter cagado.
Cagar,
cagar, cagar!
Cagar,
supremo prazer!
Quando
é preciso cagar,
até
se deixa de foder.
Bravo!
A isto se chama cagar,
e
não esses cagões de merda,
que
dizem vão cagar
e
não cagam nenhuma merda.
No
final, dei a descarga
o
meu troço estremeceu,
deu
dois passinhos de valsa,
cumprimentou
e desceu.
Até
gente fina e altiva
neste
cômodo isolado
tem
barriga subversiva,
e
o cu mal comportado.
Neste
lugar mal-cheiroso,
pensando
numa buceta,
o
cara vibra de gozo
ao
terminar uma punheta.
A
gente faz o que gosta
e
muitos têm a pachorra
de
pôr em cima da bosta
um
glacezinho de porra.
Aqui
fora da privada,
escuto
uma peidorrada;
pelo
ronco, pelo berro
esse
cu já levou ferro.
Cagar
é bom, dá prazer
ao
pobre cu solitário,
é
o mesmo que o ‘bicho’
numa
enrabada ao contrário.
Oh
dama, por quem me aflijo
vos
suplico, consintais
que
introduza o com que eu mijo
no
por onde vós mijais.
Neste
local certa feita
caguei
cagalhão tão grosso
que
tive a impressão perfeita
de
ter cagado o pescoço.
Adeus
fazenda da fome,
nunca
mais me verás tu:
criei
limo nos dentes
e
teia de aranha no cu.
Neste
mundo não há nada
como
dar uma boa cagada.
A
besta que isso escreveu
prova
que nunca fudeu.
Neste
local solitário,
onde
a vaidade se apaga,
todo
covarde faz força
e
todo valente se caga.
Cagaste
fora do vaso,
por
que não cagaste dentro?
Tens
a bunda fora de esquadro
ou
o cu fora do centro?
Cagar
é lei do mundo,
cagar
é lei do universo,
cagou
Dom Pedro Segundo,
cagando
fiz este verso.
Merda
não é tinta,
dedo
não é pincel,
quando
vier à privada
é
favor trazer papel.
Ai,
ai, ai
Que
boca estreita que o penico tem
Se
a gente mija, o cu fica de fora
Se
a gente caga, o pau fica também.
Neste
mundo fode cabra e fode bode
só
não fode quem não pode
e
quem não pode é que se fode.
Nesta
cabine de tábuas,
Porta
de saco de juta.
Entra
gente boa e má,
Entra
até filho da puta!
Sob
o caixão da privada,
Há
um montão de material.
Toda
a bosta acumulada,
Desde
os tempos de Cabral.
Num mictório de botequim recém pintado,
o dono colocou um cartaz com o seguinte aviso:
“Por favor deffecar dentro do vaso”
Um gaiato, ao ver no aviso a palavra defecar com dois
efes,
fez a seguinte trova:
Quem
será o mequetrefe
que
escreveu tal maravilha.
Quem
defeca com dois efes
limpa
o cu com cê cedilha?
Pego
o papel higiênico,
passo
aquela lixa na bunda,
aperto
o botão da descarga,
mas
aquela merda não afunda.
Me
debruço para a frente
Pra
enxergar meu cagalhão,
Pois
quem caga acocorado
Caga
por dois, meu irmão.
Frases de mictórios públicos
“Todo o fino caga grosso e
todo o grosso caga fino.”
“Cague cantando que a merda
sai dançando.”
“Não adianta cagar cantando,
pois a merda não sai dançando.”
“Lá fora você é valentão, aqui
dentro você é cagão.”
“O peido é o grito de
liberdade da merda oprimida.”
“O peido é o suspiro de um cu
apaixonado.”
“Enquanto você está cagando,
tem um japonês estudando.”
“Você
que está aí
sem
fazer nada
então
vá puta
que
o pariu!”
Algumas frases são do livro “Grafitos de Banheiro”,
de Gustavo Barbosa, Editora Brasiliense.
Outras são parte do folclore de mictórios públicos.
Caguei
Sei
que é mesmo uma agressão
Este
ponto a que cheguei,
Andando
com um camisolão
Nas
costas escrito: Caguei!
Muita
gente bem vestida,
Que
anda parece um rei,
Quando
olha sua vida
Digo
pra mim – Caguei!
Para
você, meu amigo,
Que
sempre cumpriu a lei,
Seria
um castigo
Se
eu falasse... Caguei!
As
cagadas deste mundo,
Que
as conheço e bem sei,
O
meu desprezo profundo
E
mais uma vez... Caguei!
Poema composto numa mesa do Bar Amarelinho, na
Cinelândia, RJ,
por Geselyno Leão da Silva.
Um barro em Itapuã
(ao som de Tarde em Itapuã)
O
velho calção eu baixo,
Tô
com vontade de cagar.
Pego
o jornal de anteontem,
Que
é pro meu cu se informar.
E
sinto a bosta saindo,
Aquele
coisa profunda,
A
merda bate na água, é bom.
Largar
um barro em Itapuã,
Rabo
de barro em Itapuã, oi.
Meu
cu que arde em Itapuã,
Lá
vai cocô em Itapuã.
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