quarta-feira, 30 de novembro de 2022

Escalada da covardia

 Mário Corso

Lentamente, desajustados tornam os ataques às escolas uma rotina. Semana passada (novembro de 2022) foi no Espírito Santo. O padrão é o mesmo: culto às armas, atmosfera familiar bélica, apoio de outros celerados via internet, namoro com o nazismo, vontade de ser uma celebridade ‒ ainda que ao avesso ‒, falta de noção de civilidade ‒ sentir-se pertencendo a uma facção e não a uma comunidade. 

Sabemos o que eles conseguem: ferrar a vida de muitos, incluindo a deles e de sua família. Mas o que realmente almejam com seus atos? 

Os atores são adolescentes, momento da vida em que saímos de casa e buscamos um lugar na sociedade, especialmente entre os coetâneos*. O que os fez buscar a inscrição social de assassino? 

Certamente a resposta é múltipla, para alguém chegar a isso, muita coisa deu errado. Porém, como psicanalista aponto um fator subterrâneo: a dificuldade atual de se sentir homem. Um assassino pode ser chamado de tudo, menos de não ter coragem de matar, de transgredir a barreira da civilidade. Levará esta marca de letalidade para o resto de sua vida. 

Para desvendar a questão, é preciso entender as mais arcaicas e inconscientes identidades de gênero. As mulheres estão tradicionalmente ligadas à vida, elas são férteis, trazem novas almas ao mundo. Os homens atendem pelo arquétipo do guerreiro, aquele que extrai sua identidade de não ter medo da morte ao arriscar sua vida. A identidade masculina primeva** dialoga com a morte. Na compreensão arcaica, a mulher é quem dá a vida e o homem é quem pode tirá-la. 

Não por acaso, a máscara que o atirador usa no Espírito Santo é a mesma do massacre e Suzano, uma caveira, símbolo da morte. Age vestido de soldado, a versão moderna do guerreiro. 

Em subjetividade indigente de outros valores, retornam as formas primárias de identidade. Quando um jovem está num vácuo identitário***, flerta com a resposta fácil: ser homem é matar. Mas onde matar? Onde fracassou em se inserir positivamente: na escola. Pode até invocar que a inabilidade social teria sido fruto de bulling, obtendo a justificativa para seus atos covardes. 

Quem matar? Pessoas que representam sua derrota, insignificância e passividade. Portanto pessoas frágeis, como ele sentia-se. 

Estas mortes são um rito de passagem terminal. Evoca-se um simbolismo arcaico, mas o que se produz é uma farsa: nem homem, nem guerreiro, nem nada, apenas um psicopata covarde. 

(Do jornal Zero Hora, 30 de novembro de 2022) 

******* 

*     Que ou o que é da mesma idade. 

**   O mesmo que: primeira, primitiva, primária, antiga. 

*** Relativo à identidade.

Metáfora

 Gilberto Gil

Uma lata existe para conter algo,

Mas quando o poeta diz: lata,

Pode estar querendo dizer o incontível.

Uma meta existe para ser um alvo,

Mas quando o poeta diz: meta,

Pode estar querendo dizer o inatingível. 

Por isso, não se meta a exigir do poeta

Que determine o conteúdo em sua lata.

Na lata do poeta tudo-nada cabe,

Pois ao poeta cabe fazer

Com que na lata venha caber o incabível. 

Deixe a meta do poeta, não discuta.

Deixe a sua meta fora da disputa.

Meta dentro e fora, lata absoluta.

Deixe-a simplesmente metáfora.* 

*A metáfora é a figura de linguagem identificada pela comparação subjetiva, pela semelhança ou analogia entre elementos. 

metáfora é uma figura de linguagem utilizada para comparar-se dois conceitos sem se utilizar de expressões que indiquem que uma comparação está sendo feita. É um recurso estilístico estudado há muitos séculos e, também, um dos mais frequentes na língua falada e escrita. 

Vejamos alguns exemplos de metáfora e como ela é utilizada: 

Aquele rapaz é um pavão de tão exibido.

Capitu tinha olhos de ressaca.

Fui tão feliz naquela época, eu vivia no paraíso e não sabia.

P.S. Esta música, na voz de Gilberto Gil, está na internet.

O menino que chupou a bala errada

 Stanislaw Ponte Preta

Diz que era um menininho que adorava bala e isto não lhe dava qualquer condição de originalidade, é ou não é? Tudo que é menininho gosta de bala. Mas o garoto desta história era tarado por bala. Ele tinha assim uma espécie de ideia fixa, uma coisa assim... assim, como direi? Ah... creio que arranjei um bom exemplo comparativo: o garoto tinha por bala a mesma loucura que o senhor Lacerda* tem pelo poder. 

Vai daí um dia o pai do menininho estava limpando o revólver e, para que a arma não lhe fizesse uma falseta, descarregou-a, colocando as balas em cima da mesa. O menininho veio lá do quintal, viu aquilo ali e perguntou pro pai o que era. 

– É bala – respondeu o pai, distraído. 

Imediatamente, o menininho pegou diversas, botou na boca e engoliu, para desespero do pai, que não medira as consequências de uma informação que seria razoável a um filho comum, mas não a um filho que não podia ouvir falar em bala que ficava tarado para chupá-las. 

Chamou a mãe (do menino), explicou o que ocorrera e a pobre senhora saiu desvairada para o telefone, para comunicar a desgraça ao médico. Esse tranquilizou a senhora e disse que iria até lá, em seguida. 

Era um velho clínico, desses gordos e bonachões, acostumados aos pequenos dramas domésticos. Deu um laxante para o menininho e esclareceu que nada de mais iria ocorrer. Mas a mãe estava ainda aflita e insistiu: 

– Mas não há perigo de vida, doutor? 

– Não – garantiu o médico: – Para o menino não há o menor perigo de vida. Para os outros talvez. 

– Para os outros? – estranhou a senhora. 

– Bem... – ponderou o doutor: – O que eu quero dizer é que, pelo menos durante o período de recuperação, talvez fosse prudente não apontar o menino para ninguém. 

*******

*Carlos Lacerda, antigo político brasileiro.

terça-feira, 29 de novembro de 2022

O que é a gripe

 

A gripe é uma infecção viral respiratória aguda e altamente contagiosa que pode afetar pessoas de qualquer idade. Pode ser causada principalmente por 4 diferentes tipos de vírus influenza: duas cepas A (H1N1 e H3N2) e duas linhagens B (Victoria e Yamagata). Todo ano, milhões de pessoas no mundo apresentam casos graves de gripe sazonal. 

Como a gripe transmitida? 

A gripe é facilmente transmitida de pessoa para pessoa. Veja abaixo as formas de transmissão: 

à Contacto com gotículas de saliva de individuo infectado quando este tosse ou espirra. Locais com aglomeração de pessoas podem facilitar a transmissão. 

à Também pode ser transmitida pelas mãos ou superfícies contaminadas com o vírus. 

Sintomas iniciais 

à Início súbito de febre alta e tosse seca são sinais que podem diferenciar a gripe de um resfriado comum. 

Outros sintomas possíveis 

à Dor de garganta 

à Dor de cabeça 

à Diarreia e vômito 

à Coriza 

à Dor nas articulações 

Mitos da gripe 

Mito: A vacina contra a gripe não funciona. 

Fato: O objetivo da vacina é prevenir a gripe. 

Os tipos de vírus da gripe circulantes no ambiente podem mudar de um ano para outro e isso pode impactar na efetividade da vacina. Contudo, de acordo com importantes organizações de saúde, a vacinação é um método efetivo para ajudar na prevenção da gripe ou reduzir a gravidade da doença. 

Mito: A gripe é igual a um resfriado. 

Fato: Na gripe, os sintomas, como febre, tosse e calafrios, se desenvolvem muito rapidamente. Você se sentirá exausto e pode ter que ficar em repouso. As complicações da gripe podem gerar afastamento do trabalho, hospitalizações e, em alguns casos, pode levar até a óbito.  Já o resfriado causa sintomas mais brandos. 

Mito: a vacina da gripe pode te deixar gripado. 

Fato: Os vírus usados na vacina contra a gripe não são ativos. Isso significa que eles não estão vivos e não conseguem deixar você doente. 

Mito: Você sentirá muito mal após tomar a vacina. 

Fato: As reações esperadas após a vacinação contra a gripe podem ser, por exemplo, dor ou inchaço no local da injeção, além de febre e mal-estar. Às vezes, estas reações podem ser confundidas com a gripe, mas não são e geralmente desaparecem alguns dias após a vacinação. 

Mito: Antibióticos podem combater a gripe. 

Fato: Os antibióticos são utilizados para tratar infecções causadas por bactérias. Portanto, como a gripe é uma infecção causada por vírus e não por uma bactéria, os antibióticos não podem fazer nada para combatê-la. 

(Folheto da gsk-Panvel)

segunda-feira, 28 de novembro de 2022

Se saísse o golpe

 Marcelo Rech


Esta crônica é uma obra de ficção, mas qualquer semelhança com a realidade não será mera coincidência. 

“Iludidos com as multidões em verde-amarelo que tomam as ruas para celebrar o Hexa, um grupo de militares renegados desfecha uma quartelada. Atendendo ao clamor dos adoradores de muros de quartel, eles proclamam a manutenção de Jair Bolsonaro no poder, dissolvem tribunais superiores, com a prisão de seus ministros, e preveem, talvez para dali a uns anos, eleições com voto em papel. A cúpula do governo eleito é levada para local ignorado. 

Em questão de horas, os EUA, a Europa e toda a América Latina, à exceção do Paraguai, repudiam o golpe e anunciam sanções ao Brasil. O país fica isolado. A China começa a procurar novos fornecedores de alimentos. As contas no Exterior dos financiadores do golpe são bloqueadas. Os golpistas e seus apoiadores, identificados por manifestações em rede sociais, são proibidos de entrar nos EUA e na Europa. 

Os presidentes da Câmara e do Senado se levantam contra a intentona e são destituídos, bem como todos os mandatos parlamentares até que, talvez, haja nova eleição. Com as cortes superiores fechadas e sitiadas, Judiciário e Ministério Publico entram em colapso. A imprensa é sufocada. Sem os holofotes do jornalismo, a fiscalização do MP e a punição pela Justiça, bilhões são rapinados dos cofres públicos. 

Em represália ao golpe, EUA e Europa congelam grande parte das reservas internacionais do Brasil. Os dólares oficiais somem e a cotação no paralelo salta para R$ 20. A inflação dispara, a Bolsa derrete. O país tem dificuldade para importar diesel. O transporte e o agronegócio operam aos solavancos. As prateleiras dos supermercados se esvaziam. 

O novo regime só tem apoio firme dos ecocidas que querem fazer da Amazônia uma grande pastagem e de alguns pastores fanáticos. O Brasil vive dias de teocracia iraniana. Os muitos milhões que rejeitam o golpismo, e que até então olhavam para os grupos diante dos quartéis entre a indiferença e o desprezo, ocupam as ruas em gigantescos protestos. Repetições do episódio da Legalidade eclodem do Rio Grande do Sul ao Pará. O regime chama o Exército para reprimir as manifestações, mas os comandantes se negam a disparar contra civis desarmados. Massas famintas vagam pelas estradas e tentam sair do país. Os vizinhos, Venezuela inclusive, reforçam os controles nas fronteiras. 

Com o caos generalizado, Bolsonaro foge para o Paraguai, onde é obrigado a conviver com Roberto Jefferson. O governo e o Congresso eleitos tomam posse, e os sediosos que desencadearam o golpe são presos e condenados com base na Constituição. A paz e a ordem voltam a imperar, mas o país, destroçado, ainda levará anos para se recuperar”. 

Acordou? Era um pesadelo. Era? 

******* 

(Do jornal Zero Hora, 27 de novembro de 2022) 

P.S. Disse o Marechal Castelo Branco, nos anos 60, a respeito das pessoas que pregavam uma ditadura no Brasil: 

“Eu os identifico a todos. E são muitos deles, os mesmos que, desde 1930, como vivandeiras alvoroçadas, vêm aos bivaques bulir com os granadeiros e provocar extravagâncias do poder militar”. 

Elas, as vivandeiras alvoroçadas, continuam, nos dias de hoje, defronte aos quartéis (bivaques) bulindo com os granadeiros (militares) pedindo a volta da ditadura militar.

domingo, 27 de novembro de 2022

Exercício e mortalidade

 Dráuzio Varella

Vários estudos comprovam que a prática de exercícios físicos diários reduz o risco de uma série de doenças, como diabetes e doenças cardiovasculares. 

Atividade física é o mais próximo do que poderíamos chamar de panaceia, na medicina moderna. 

Nos últimos anos, diversos estudos comprovaram que o exercício incorporado à rotina diária reduz o risco de doenças cardiovasculares, diabetes do tipo 2, câncer, obesidade, problemas reumatológicos e ortopédicos, depressão e o declínio cognitivo característico das demências. 

Essas publicações mostraram de forma consistente que a prática de exercícios está associada a cerca de 30% de redução dos índices de mortalidade. 

Talvez a lógica devesse até ser invertida: não é que o exercício faça bem para o organismo, a vida sedentária é que faz muito mal. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o impacto nocivo do sedentarismo na saúde é comparável ao do cigarro. 

Não é de estranhar: o corpo humano é uma máquina que a evolução de nossa espécie moldou para o movimento. Por esse longo processo que eliminou os menos aptos, chegaram até nós corpos com pernas e braços longos e articulações que fazem as vezes de dobradiças para ampliar a mobilidade e o alcance de objetos distantes. 

Com base na experiência científica acumulada, os serviços de saúde passaram a recomendar pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada ou 75 minutos de atividade mais intensa. 

A crítica a esses trabalhos sempre foi a de que se baseavam na descrição dos níveis de atividade física colhidos em relatos individuais, que costumam ser imprecisos. 

Um grupo da Universidade Harvard acaba de publicar, na revista “Circulation”, os resultados de um inquérito que envolveu 17.700 mulheres saudáveis, com idade média de 72 anos, cujos níveis de atividade foram avaliados por meio de acelerômetros, aparelhos que medem com mais acurácia a intensidade dos exercícios, o número de horas dedicadas a eles e o tempo gasto em inatividade. 

As participantes usaram o acelerômetro os dias inteiros, durante uma semana típica de suas rotinas. 

Metade das mulheres gastou 28 minutos diários na prática de exercícios moderados ou mais intensos (como andar bem depressa). A média diária de tempo dedicado a atividades leves (como o trabalho doméstico ou andar devagar) foi de 351 minutos.

Num período de observação, que teve a duração média de dois anos, ocorreram 207 óbitos. 

De acordo com os níveis de atividade, as participantes foram divididas em quatro grupos. Na comparação com as menos ativas, as que se empenharam em exercícios mais intensos tiveram a mortalidade diminuída em 70%. 

A tendência atual é considerar tímida a recomendação de 150 minutos de exercícios leves ou 75 minutos de exercícios mais intensos, por semana, uma vez que o dia tem 1.440 minutos, e a semana 10.080. 

Os autores ressaltam que mesmo as que chegaram aos 80 anos se beneficiaram da prática de exercícios mais intensos e da redução do número de horas de inatividade. 

A fragilidade mais importante desse estudo foi a de haver selecionado mulheres ativas e saudáveis. Teria sido interessante compará-las com sedentárias da mesma faixa etária. 

O formato do estudo não permite estabelecer com segurança a relação de causa e efeito entre atividade física mais vigorosa e a longevidade, mas a probabilidade de se tratar de relação causal é alta. 

No passado, os médicos recomendavam que as pessoas mais velhas fizessem repouso, para não “sobrecarregar” o organismo. A imagem dos avós aposentados que passavam os dias cochilando na poltrona da sala, até caírem fulminados pelo infarto de miocárdio ou derrame cerebral faz parte das memórias daquela época. 

Pacientes operados ficavam proibidos de levantar da cama por três ou quatro dias para não “dificultar” a cicatrização. 

Hoje, o coitado mal saiu do centro cirúrgico, o cirurgião aparece no quarto para expulsá-lo do leito, a pontapés, se necessário. O combate à imobilidade ajudou a reduzir significativamente o número de trombose venosa e embolias pulmonares, responsáveis pelos altos índices de complicações e mortalidade pós-operatória daqueles dias. 

A tendência atual é considerar tímida a recomendação de 150 minutos de exercícios leves ou 75 minutos de exercícios mais intensos, por semana, uma vez que o dia tem 1.440 minutos, e a semana 10.080. 

‒ Como fazer com a falta de tempo? – você perguntará. 

‒ Cara leitora, isso é problema seu.


sábado, 26 de novembro de 2022

Através do caminho

 Susana Carizza

Impossível atravessar a vida...
Sem que um trabalho saia mal feito,
sem que uma amizade cause decepção,
sem padecer com alguma doença,
sem que um amor nos abandone,
sem que ninguém da família morra,
sem que a gente se engane em um negócio.

Esse é o custo de viver.

O importante não é o que acontece,

mas, como você reage. 

Você cresce...

Quando não perde a esperança,

nem diminui a vontade,

nem perde a fé.

Quando aceita a realidade

e tem orgulho de vivê-la.

Quando aceita seu destino,

mas tem garra para mudá-lo.

Quando aceita o que deixa para trás,

construindo o que tem pela frente

e planejando o que está por vir. 

Cresce quando supera,

se valoriza e sabe dar frutos.

Cresce quando abre caminho,

assimila experiências...

E semeia raízes… 

Cresce quando se impõe metas,

sem se importar com comentários,

nem julgamentos quando dá exemplos,

sem se importar com o desdém,

quando você cumpre com seu trabalho. 

Cresce quando é forte de caráter,

sustentado por sua formação,

sensível por temperamento...

E humano por nascimento! 

Cresce quando enfrenta o inverno

mesmo que perca as folhas,

colhe flores mesmo que tenham espinhos e

marca o caminho mesmo que se levante o pó. 

Cresce quando é capaz de lidar com resíduos de ilusões,

É capaz de perfumar-se com flores...

E se elevar por amor! 

Cresce ajudando a seus semelhantes,

conhecendo a si mesmo e

dando à vida, mais do que recebe.

E assim se cresce…

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

O Bê-á-Bá de uma boa redação

 Pontos considerados essenciais pelos especialistas


Ø    Nada de gírias e frases coloquiais. É preciso seguir a norma culta da língua. 

Ø    Adjetivos que deixam a opinião bem clara são muito bem-vindos. 

Ø    Valoriza-se o emprego de palavras que ajudam a costurar os parágrafos, como “entretanto” ou “com efeito”. 

Ø    Citações de filmes, livros, músicas dão o colorido esperado ‒ pode ser de Platão a um rap. 

Ø    O enlace no derradeiro parágrafo deve conter uma proposta de solução da questão apresentada. 

 (Revista Veja, novembro de 2022) 

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Sinto vergonha de mim

 Cleide Canton

Sinto vergonha de mim

por ter sido educador de parte desse povo,

por ter batalhado sempre pela justiça,

por compactuar com a honestidade,

por primar pela verdade

e por ver este povo já chamado varonil

enveredar pelo caminho da desonra. 

Sinto vergonha de mim

por ter feito parte de uma era

que lutou pela democracia,

pela liberdade de ser

e ter que entregar aos meus filhos,

simples e abominavelmente,

a derrota das virtudes pelos vícios,

a ausência da sensatez

no julgamento da verdade,

a negligência com a família,

célula-mater da sociedade,

a demasiada preocupação

com o “eu” feliz a qualquer custo,

buscando a tal “felicidade”

em caminhos eivados de desrespeito

para com o seu próximo. 

Tenho vergonha de mim

pela passividade em ouvir,

sem despejar meu verbo,

a tantas desculpas ditadas

pelo orgulho e vaidade,

a tanta falta de humildade

para reconhecer um erro cometido,

a tantos “floreios” para justificar

atos criminosos,

a tanta relutância

em esquecer a antiga posição

de sempre “contestar”,

voltar atrás

e mudar o futuro. 

Tenho vergonha de mim,

pois faço parte de um povo que não reconheço,

enveredando por caminhos que não quero percorrer… 

Tenho vergonha da minha impotência,

da minha falta de garra,

das minhas desilusões e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir,

pois amo este meu chão,

vibro ao ouvir meu Hino

e jamais usei a minha Bandeira

para enxugar o meu suor

ou enrolar meu corpo

na pecaminosa manifestação de nacionalidade. 

Ao lado da vergonha de mim,

tenho tanta pena de ti,

povo brasileiro! 

 *******

Cleide Canton inspirou-se nestas palavras de Ruy Barbosa: 

“De tanto ver triunfar as nulidades, 

de tanto ver prosperar a desonra, 

de tanto ver crescer a injustiça, 

de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, 

o homem chega a desanimar da virtude, 

a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto”.  

O poema Sinto vergonha de mim atribuído ao grande Ruy Barbosa  circula pela Internet. Afinal foi escrito por uma poetisa – Cleide Canton. Não terá sido intencional e até permitiu divulgar um poema que de outro modo não chegaria ao conhecimento de tantas pessoas, mas queremos hoje chamar (mais uma vez)  a atenção para a quantidade de textos apócrifos que circulam na net. Uma das grandes vítimas , é Fernando Pessoa. Há gente na blogosfera, que ao contrário da poetisa Cleide Canton se envergonha de ser honesta, há gente dizíamos que não tem vergonha de ser desonesta e de brincar ou de fazer negócio com o nome de grandes vultos da literatura. 

Golpista a mil

 Giane Guerra*

Em tempo de popularidade do Pix, cadastre as chaves apenas nos canais oficiais dos bancos como aplicativo, internet banking ou agência. 

E não faça – ênfase aqui neste alerta – qualquer transferência em dinheiro para amigos ou familiares sem confirmar por ligação ou pessoalmente que é o conhecido mesmo quem está pedindo. Este tem sido um dos golpes mais comuns no WhatsApp, com clonagem ou falsificação do contacto da pessoa. 

Para driblar criminosos 

Líder de inovação da Federação Nacional das Associações dos Servidores do Banco Central (Fenasbac) e coordenador do Laboratório de Inovações Financeiras e Tecnológicas (Lift Lab), Rodrigoh Henriques dá algumas dicas: 

• 1 ‒ O celular hoje é a carteira do consumidor. Se no passado, saímos de casa com algumas notas de reais, agora vamos à rua com todo o dinheiro que temos no banco. Uma dica é ter apenas uma conta da instituição financeira no celular e com um valor limitado. O resto deve ser acessado de um equipamento que fique em casa. 

• 2 ‒ Fique de olho no seu e-mail, pois podem ser enviado para lá alertas de troca de senha. É importante que o e-mail que você usa para recuperá-la não esteja logado no mesmo celular onde estão seus aplicativos. Crie uma conta específica. 

• 3 ‒ Use os recursos de bloqueio facial e digital. Pode atrasar um pouco a vida do usuário, mas dificulta mais ainda a do ladrão. 

• 4 ‒ Escolha instituições financeiras que tenham atendimento humanizado em casos urgentes. A inteligência artificial por robôs deve ficar apenas para dúvidas básicas. 

*(Da coluna Acerto de contas, em Zero Hora, novembro de 2022)

quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Consertando o mundo.

 “Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos”. 

 [Pitágoras]

Um cientista vivia preocupado com os problemas do mundo e estava resolvido a encontrar meios de minimizá-los. Passava dias em seu laboratório em busca de respostas para suas dúvidas. 

Certo dia, seu filho de sete anos invadiu seu santuário decidido a ajudá-lo a trabalhar. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou que o filho fosse brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível demovê-lo, o pai procurou algo que pudesse ser oferecido ao filho com o objetivo de distrair sua atenção.  De repente, deparou-se com o mapa do mundo, o que procurava! Com o auxílio de uma tesoura, recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo: 

‒ Você gosta de quebra-cabeças?  Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está o mundo todo quebrado.  Veja se consegue consertá-lo direitinho! Faça tudo sozinho. 

Calculou que a criança levaria dias para recompor o mapa. Algumas horas depois, ouviu a voz do filho que o chamava calmamente:

‒ Pai, já fiz tudo. Consegui terminar tudinho!

A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade ter conseguido recompor um mapa que jamais havia visto.  Relutante, o cientista levantou os olhos de suas  anotações,  certo  de  que veria um trabalho digno de uma criança. Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível? Como o menino havia sido capaz?

‒ Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?

‒ Pai, eu não sabia como era o mundo, papai, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo. 

Autor Desconhecido

terça-feira, 22 de novembro de 2022

Quem fala o que quer,

 ouve o que não quer.

Que tal essa fala de uma professora gaúcha?

Parabéns à professora pela sua presença de espírito.

Aconteceu na PUC-RS: Uma professora universitária estava acabando de dar as últimas orientações para os alunos acerca da prova final que ocorreria no dia seguinte. Finalizou, alertando que não haveria desculpas para a falta de nenhum aluno, com exceção de um grave ferimento, doença ou a morte de algum parente próximo.

Um engraçadinho, que sentava no fundo da classe, perguntou com aquele velho ar de cinismo:

- Professora, dentre esses motivos justificados, podemos incluir o de extremo cansaço por atividade sexual?

A classe explodiu em gargalhadas, com a professora aguardando pacientemente que o silêncio fosse restabelecido. Tão logo isso ocorreu, ela olhou para  o  palhaço e respondeu:

- Isto não é um motivo justificado. Como a prova será em forma de múltipla escolha, você pode vir para a classe e escrever com a outra mão...  ou, se não puder sentar-se, pode respondê-la em pé...

(Fato Verídico)

O país dos salões

 

(...). A sinuca era a grande diversão do homem do interior. O Bar Íris abria já de manhã pra pegar a rapaziada do Ginásio Caratinga matando aula. Quando, no começo da noite, aparecia no bar um desconhecido com cara de bobo e ficava ali, caladão, palitando seu dentinho e prestando a maior atenção no jogo, todo mundo sabia quem ele era. A turma jogando vida e ele ali, só assuntando. Até que, depois de longo tempo, alguém perguntava se ele não queria jogar. Ele topava todo tímido, meio perguntando pelas regras, olhando se tinha um dinheirim no bolso, lá pela meia-noite já tinha perdido tudo. Então, pegava uma nota toda amarrotada no fundo do bolso da calça, jogava na caçapa e dizia: “Vou jogá a úrtima”. E, antes que a manhã chegasse, já tinha limpado todo mundo. Todos sabiam que era exatamente isso que ia acontecer, mas era um espetáculo que não se podia perder. Na noite seguinte a cidadezinha toda já sabia da história. E havia uma multidão no bar para assistir à nova exibição do forasteiro. Até que Neném, o craque de Caratinga, aparecia na terceira noite. E recuperava o dinheiro que a cidade tinha perdido. Ou não. Às vezes o forasteiro era mesmo imbatível e aí era outro espetáculo. 

(Parte de uma crônica do Ziraldo, na revista Bundas,

novembro de 1999)


segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Provocações

 Luis Fernando Veríssimo*

A primeira provocação ele aguentou calado. Na verdade, gritou e esperneou. Mas todos os bebês fazem assim, mesmo os que nascem em maternidade, ajudados por especialistas. E não como ele, numa toca, aparado só pelo chão. 

A segunda provocação foi a alimentação que lhe deram, depois do leite da mãe. Uma porcaria. Não reclamou porque não era disso. 

Outra provocação foi perder a metade dos seus dez irmãos, por doença e falta de atendimento. Não gostou nada daquilo. Mas ficou firme. Era de boa paz. 

Foram lhe provocando por toda a vida. 

Não pode ir à escola porque tinha que ajudar na roça. Tudo bem, gostava da roça. Mas aí lhe tiraram a roça. 

Na cidade, para aonde teve que ir com a família, era provocação de tudo que era lado. Resistiu a todas. Morar em barraco. Depois perder o barraco, que estava onde não podia estar. Ir para um barraco pior. Ficou firme. 

Queria um emprego, só conseguiu um subemprego. Queria casar, conseguiu uma submulher. Tiveram subfilhos. Subnutridos. Para conseguir ajuda, só entrando em fila. E a ajuda não ajudava. 

Estavam lhe provocando. 

Gostava da roça. O negócio dele era a roça. Queria voltar pra roça. 

Ouvira falar de uma tal reforma agrária. Não sabia bem o que era. Parece que a ideia era lhe dar uma terrinha. Se não era outra provocação, era uma boa. 

Terra era o que não faltava. 

Passou anos ouvindo falar em reforma agrária. Em voltar à terra. Em ter a terra que nunca tivera. Amanhã. No próximo ano. No próximo governo. Concluiu que era provocação. Mais uma. 

Finalmente, ouviu dizer que desta vez a reforma agrária vinha mesmo. Para valer. Garantida. Se animou. Se mobilizou. Pegou a enxada e foi brigar pelo que pudesse conseguir. Estava disposto a aceitar qualquer coisa. Só não estava mais disposto a aceitar provocação. 

Aí ouviu que a reforma agrária não era bem assim. Talvez amanhã. Talvez no próximo ano... Então protestou. 

Na décima milésima provocação, reagiu. E ouviu espantado, as pessoas dizerem, horrorizadas com ele: 

‒ Violência, não! 

******* 

* Luis Fernando Veríssimo nasceu em 26 de setembro 1936, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Filho do grande escritor Érico Veríssimo, iniciou seus estudos no Instituto Porto Alegre (IPA), tendo passado por escolas nos Estados Unidos quando morou lá. 

domingo, 20 de novembro de 2022

Matemática curiosa

 A Matemática tem coisas que nem Pitágoras explicaria

Aí vai uma delas... 

Pegue uma calculadora porque não dá para fazer de cabeça, a não ser que você seja um gênio, ou seja, parecido comigo... 

1 ‒ Digite os 4 primeiros algarismos de seu telefone residencial (não vale número de celular);

2 ‒ multiplique por 80;

3 ‒ some 1;

4 ‒ multiplique por 250;

5 ‒ some com os 4 últimos algarismos do mesmo telefone;

6 ‒ some com os 4 últimos algarismos do mesmo telefone novamente;

7 ‒ diminua250;

8 ‒ divida por 2...

Reconhece o resultado?

Para essa eu tiro o chapéu... 


Coisas que aprendi com você

 

Essa é uma mensagem que todos os pais deveriam ler, porque seus filhos estão olhando você e memorizando o que você faz, não o que você diz

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você pegar o primeiro desenho que fiz e prendê-lo na geladeira, e, imediatamente, eu tive vontade de fazer outro para você. 

 

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando comida a um cachorro de rua, e eu aprendi que é legal tratar bem os animais. 

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazer meu bolo favorito, foi então que eu aprendi que as coisas pequenas podem ser as mais especiais na nossa vida. 

 

 

Quando você pensava que eu não estava olhando, ouvi você fazendo uma oração, e eu aprendi que existe um Deus com quem eu posso sempre falar e em Quem eu posso sempre confiar. 

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você fazendo comida e levando para uma amiga que estava doente, e eu aprendi que todos nós temos que ajudar e tomar conta uns dos outros.

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você dando seu tempo e seu dinheiro para ajudar as pessoas mais necessitadas, e eu aprendi que aqueles que têm alguma coisa devem ajudar a quem nada tem. 

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu senti você me dando um beijo de boa noite e me senti amado e seguro. 

 

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi você tomando conta da nossa casa e de todos nós, e eu aprendi que nós temos que cuidar com carinho daquilo que temos e das pessoas que gostamos. 

 

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi como você cumpria com todas as suas responsabilidades, mesmo quando não estava se sentindo bem, e eu aprendi que também tinha que ser responsável quando eu crescesse. 

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi lágrimas nos seus olhos, e eu aprendi que, às vezes, acontecem coisas que nos machucam, mas que não tem nenhum problema se a gente chorar. 

 

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu vi que você estava preocupado comigo, e eu quis fazer o melhor de mim para ser o que eu quisesse. 

Quando você pensava que eu não estava olhando, foi quando eu aprendi a maior parte das lições de vida que eu precisava para ser uma pessoa boa e produtiva quando eu crescesse. 

 

Quando você pensava que eu não estava olhando, eu olhava para você e queria lhe dizer: Obrigado por todas as coisas que eu vi e aprendi quando você pensava que eu não estava olhando! 

(Autor desconhecido)

Carta ao Inquilino

 

Senhor morador: 

 

Gostaria de informar que o contrato de aluguel que acordamos há bilhões de anos atrás está vencendo. Precisamos renová-lo, porém temos que acertar alguns pontos fundamentais: 

01 - Você precisa pagar a conta de energia. Está muito alta! Como você gasta tanto? 

02 - Antes eu fornecia água em abundância; hoje não disponho mais desta quantidade. Precisamos renegociar o uso. 

03 - Por que alguns na casa comem o suficiente e outros estão morrendo de fome, se o quintal é tão grande? Se cuidar da terra vai ter alimento para todos! 

04 - Você cortou as árvores que dão sombra, ar e equilíbrio. O sol está quente e o calor aumentou. Você precisa replantar novamente! 

05 - Todos os bichos e as plantas do imenso jardim devem ser cuidados e preservados. Procurei alguns animais e não encontrei. Sei que quando aluguei a casa eles existiam... 

06 - Não vi os peixes que moram nos rios e lagos. Você pescou todos? Onde estão?

07 - Precisa verificar que cores estranhas estão no céu! Não vejo o azul! 

08 - Por falar em lixo, que sujeira! Encontrei objetos estranhos pelo caminho... isopor, pneus, plásticos... 

Bom... é hora de conversarmos. Preciso saber se você ainda quer morar aqui. Caso afirmativo, o que você pode fazer para cumprir o contrato? Gostaria de ter você sempre comigo, mas tudo tem um limite. Você pode mudar? Aguardo respostas e atitudes... 

Sua casa, 

A TERRA.


sábado, 19 de novembro de 2022

Neném Prancha

 

O célebre Neném Prancha, treinador dos anos 1950, cujas frases atravessam o tempo, dizia que pênalti é tão importante que deveria ser chutado pelo presidente do clube. 

Antônio Franco de Oliveira nasceu em 1906, em Resende-RJ, e tentou a sorte como jogador no modesto Carioca, do Rio de Janeiro. Sem sucesso, abriu uma escolinha de futebol de areia. O apelido Prancha veio nessa época, graças aos sapatos tamanho 44 e às mãos que mediam 23 cm. 

Morreu em 1976, aos 69 anos, mas o mito continua vivíssimo. 

Certa ocasião, num desses treinos para testar novos jogadores, perguntou a um dos candidatos: 

- Em que posição você joga?

- Eu brinco nas onze, seu Neném. 

- Então pode ir embora, que aqui não é lugar de brincadeira. – respondeu o mestre. 

Frases: 

• Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano terminava empatado.

• Se concentração ganhasse jogo, o time do presídio não perdia uma.

• O goleiro deve dormir com a bola. Se for casado, dorme com as duas.

• Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende. 

• Jogador brasileiro não vai ter problema no México, não. Tudo já morou em favela e não pode se queixar de altitude. 

• Jogador bom é que nem sorveteria: tem várias qualidades.

• O pênalti é tão importante que devia ser cobrado pelo presidente do clube.

• Futebol moderno é que nem pelada. Todo mundo corre e ninguém sabe pra onde.

• Jogador é o Didi, que joga como quem chupa laranja.

• Quem pede tem preferência, quem se desloca recebe. 

• Bola tem que ser rasteira, porque o couro vem da vaca e a vaca gosta de grama. 

• Jogador tem que ir na bola com a mesma disposição de quem vai num prato de comida. 

• O goleiro deve andar sempre com a bola. Se tiver mulher, dorme abraçado com as duas. 

• Jogue a bola pra cima, pois enquanto ela estiver no alto não há perigo de gol. 

• Jogador bom é que nem sorveteria: tem várias qualidades 

• Goleiro é uma posição tão amaldiçoada que onde ele pisa nem grama nasce.