A cada quinze anos, o Brasil esquece os últimos quinze anos.
Sorrir é sempre uma forma de se lidar com simpatia com a realidade.
Quando a ditadura militar criou o slogan 'Brasil: ame-o ou deixe-o', Ivan Lessa publicou a resposta: O último a sair apague luz do aeroporto.
O Sol nasce para todos. Já o crepúsculo é meio classe média.
Brasileiro não estaciona carro; é retirado das ferragens.
Apanhei-te horóscopo! Pura enganação!
Custou, mas estou acima de qualquer lei que vocês bolarem aí.
Consegui preservar o mistério sempre girando em meu torno.
Na verdade, nunca me senti à vontade nessa posição incômoda de cidadão do mundo.
Ei, juventude, pode vir que pelo menos uma vaga está aberta.
Intelectual não vai à praia! Intelectual bebe!
A cor? Nada de timidez. Verde pálido, nem pensar. Bom pepino mesmo só o bem escuro.
A capital do Brasil é o Rio de Janeiro (no verão), Buenos Aires (no inverno).
Declaração de Independência: E algum de nós é verdadeiramente livre?
Principais exportações brasileiras: música, borracha, álibis, bauxita, panfletos explicando o que é a bauxita.
Principais importações brasileiras: fugitivos, peças de Volkswagen.
Zé Carioca é um dos mais famosos cáftens brasileiros.
O leitor não tem que escrever, o leitor tem que ler.
Só se escreve para provocar um amigo, comer alguma mulher ou ganhar muito dinheiro...
Três entre quatro políticos não sabem que país é este. O quarto acha que é a Suíça.
Sincretismo religioso é quando um padre não passa debaixo de uma escada.
Baiano não nasce, estreia.
Todo brasileiro vivo é uma espécie de milagre.
Na hora em que você acha que um bruto de um ano está domado e seguro em nossas mãos, ele corcoveia, relincha e nos joga no chão.
As pessoas que se acham por cima da carne-seca correm o risco de ser confundidas com abóboras.
As pessoas que dividem o mundo em dois tipos de pessoas dividem-se em dois outros tipos de pessoas: as pessoas que não gostam dos outros tipos de pessoas e as que gostam dos outros tipos de pessoas.
Basta!
Basta
de homofobia!
Basta
de sobrevalia!
Basta
de canalhice!
Basta de bandalhice!
Basta
de altibaixo!
Basta
de só-pra-baixo!
Basta
de dessentir!
Basta de sem-porvir!
Basta
de avareza!
Basta
de amareleza!
Soou a Hora! É Hora!
Basta
de reclamar!
Basta
de desandar!
Soou a Hora! É agora!
Ivan Lessa
* Ivan Pinheiro Themudo Lessa (São Paulo, 9 de maio, de 1935 − Londres, 8 de junho de 2012) foi um jornalista e escritor brasileiro. Filho do escritor Orígenes Lessa e da jornalista e cronista Elsie Lessa.
Bem Brasil!
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