sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Quem não arrisca...

 (Ferenc Molnàr, no livro The Captain of St. Margaret´s)

Um oficial húngaro, precisando de dinheiro para pagar as suas dívidas de jogo, decidiu vender um velho anel de família. Colocou-o no estojo de couro vermelho e mandou-o, pelo correio, a um negociante de joias de sua cidade natal, um velho chamado Schurz. Sabendo que o negociante era muito “apertado”, o oficial enviou-lhe, com o anel, a seguinte nota: 

«Se quiser pagar 3.000 coroas por este anel, fique com ele. Caso contrário, devolva-me a joia imediatamente. Não o vendo absolutamente por menos.» 

Mas o negociante, desdenhando a advertência do oficial, respondeu-lhe, por telegrama: 

«Anel não vale 3.00 coroas. Ofereço duas mil.» 

O oficial, furioso, replicou: 

«Nada de regateios. Três mil.» 

O negociante não se deu por achado, e tornou a telegrafar: 

«Ofereço 2.500 coroas. Positivamente, nem uma coroa a mais.» 

A essa altura, o oficial perdeu a paciência, e telegrafou: 

«Preço 3 mil. Devolva-me o anel imediatamente.» 

Poucos dias depois, o oficial recebeu um pacote registrado, em que encontrou o estojo de couro cuidadosamente amarrado, acompanhado de uma nota: 

«Como perito, afirmo-lhe que o anel não vale 3 mil coroas. Ninguém lhe dará tanto, mas, como sou seu amigo, ofereço-lhe 2.800. É minha oferta final. Se quiser vender o anel por esse preço, não abra o estojo; basta que torne a enviá-lo como está. Caso contrário, fique com o anel, que não me interessa.» 

O oficial, exasperado, decidiu que só venderia o anel pelas 3 mil coroas a outro comprador qualquer, e abriu o estojo. E lugar do anel, encontrou outra nota que dizia: 

«Está bem, está bem, não se exalte. Eu pago as 3 mil coroas.»  

(Seleções do Reader´s Digest, de dezembro de 1945)

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