Alçapão
→ qualifica o estádio pequeno, ou acanhado com gramado de dimensões reduzidas,
onde grandes clubes são obrigados a jogar.
Amarelar
→ na rica e imaginosa terminologia das arquibancadas, ganhou sentido de ter medo
ou tremer diante de um adversário, seja em função da partida, da pressão da
torcida ou da violência empregada pela equipe contrária.
Apagar
da luzes → criada pelos locutores, a expressão procura identificar, com certa
dose de dramaticidade, tudo o que ocorre nos instantes finais de uma partida de
futebol.
Armandinho
→ qualificativo pejorativo que costuma designar jogador de meio campo que nem
ataca nem defende.
Arquibaldo
→ termo criado pelo comentarista Washington Rodrigues (Rádio Globo, do Rio) para
designar o torcedor que frequenta as arquibancadas dos estádios.
Arranca-toco
→ time ruim, integrado por jogadores medíocres.
Balançar
a rede → ato ou efeito de marcar um gol, embora nem sempre a bola efetivamente
toque ou balance a rede.
Banheira
→ o mesmo que impedimento.
Banho
de cuia → lençol, chapéu ou qualquer jogada em que um integrante de uma equipe
dribla o adversário, passando-lhe a bola por sobre a cabeça. No Sul é
balãozinho.
Bate-pronto
→ ato ou efeito de chutar a bola no justo instante em que ela toca o gramado.
Bola
cheia → jogador que está bem, vem fazendo boa temporada e ganhando dinheiro,
além de ter cartaz com a torcida.
Bola
murcha → jogador em decadência, eventual ou definitiva, barrado do time,
esquecido pelo treinador abandonado pelos dirigentes.
Cabeça-de-bagre
→ jogador ruim, perna-de-pau.
Cabeça-inchada
→ sentimento de frustração absoluta em razão de uma derrota do clube pelo qual
se torce.
Caneco
→ tratamento íntimo e informal que o torcedor dá a taça e troféus.
Caneta
→ passar a bola entre as pernas do adversário.
Carregador
de piano → designa, geralmente, o jogador que não tem talento, mas esbanja
fôlego na tarefa de fazer a ligação entre a defesa e o ataque.
Chapéu
→ lençol, banho de cuia, quando um jogador passa a bola por cima da cabeça do
adversário. No Sul é dar um balãozinho.
Charanga
→ facção da torcida organizada que leva instrumentos musicais para os estádios.
Chupa-sangue
→ jogador que não se esforça e não sua a camisa em defesa do time.
Chuveirinho
→ centro a esmo em direção à área.
Cintura-dura
→ zagueiro ou marcador de pouca habilidade, sem velocidade e capacidade de
recuperação.
Ciscador
→ jogador, firuleiro, useiro e vezeiro em aplicar dribles inúteis. Aquele que
não dá prosseguimento às jogadas.
Cobra
→ jogador que é craque.
Dente-de-leite
→ categoria que reúne apenas equipes integradas por meninos iniciantes no
futebol.
Drible
da vaca → ocorre quando o jogador dribla o seu adversário tocando a bola por um
lado e passando por ele pelo outro. No Sul é dar uma meia-lua no adversário.
Embaixada
→ ato ou efeito de controlar a bola com os pés (coxas ou cabeça) sem deixar que
ela toque no chão. No Sul é fazer balãozinho com a bola.
Entregar
o ouro → expressão empregada para caracterizar derrota sofrida de maneira
inesperada e sem reação.
Estufar
a rede → marcar um gol.
Feijão-com-arroz
→ futebol medíocre e sem criatividade.
Filó
→ o mesmo que rede, barbante ou véu da noiva.
Finta
→ o mesmo que drible.
Fominha
→ jogador que procura resolver tudo sozinho e não passa a bola para os
companheiros.
Frango
→ trata-se, sem dúvida, de um dos mais curiosos termos surgidos no futebol. A
expressão era cercar um frango, pois
a posição do goleiro abaixado e deixando a bola entrar, passava ideia de um
cidadão tentando capturar um frango que lhe escapava entre as pernas.
Frangueiro
→ goleiro ruim, desastrado, que costuma engolir frangos.
Freguês
de caderno → Time que através da história, tem mais derrotas do que vitórias em
relação a determinado adversário.
Galera
→ O termo foi tomado emprestado do teatro, onde o público pode se acomodar nas
galerias. Por galera, hoje se estende
à torcida, de maneira geral.
Gol
de placa → gol marcado de maneira extraordinária ou inusitada. No Maracanã, há
uma placa comemorativa de um gol assim de Pelé contra o Fluminense, pelo
Torneio Rio-São Paulo de 1961.
Homem-a-homem
→ esquema de marcação em que cada jogador tem um determinado adversário para
marcar, troque ele de posição ou não.
Lanterna
→ lugar ocupado pelo último colocado num campeonato. Dá ideia que o clube está
tão distante dos outros que precisa de uma lanterna para iluminar-lhe o
caminho.
Lençol
→ o mesmo que chapéu, passar a bola por cima do adversário.
Macário
→ cada uma das pessoas que têm a missão de levar de maca os jogadores para fora
de campo.
Marca
da cal → a marca do pênalti.
Marmelada
→ resultado combinado ou acertado entres duas equipes. O mesmo que mutreta.
Mascarado
→ jogador que muda de personalidade ao subir os primeiros degraus da fama.
Matar
a bola → ato ou efeito de dominar a bola, demonstrando habilidade.
Montinho
artilheiro → tragédia dos goleiros e glória dos atacantes, é uma traiçoeira
irregularidade do gramado, quase sempre dentro da pequena área, que desvia a
direção da bola.
Olheiro
→ figura do futebol brasileiro, cuja missão principal era de descobrir, para os
clubes, jogadores de talento nos campos do subúrbio ou do interior.
Oportunista
→ atacante inteligente e sutil, especialista em aproveitar qualquer falha da
defesa ou do goleiro para marcar um gol.
Paredão
→ goleiro em boa forma, que não deixa passar nada.
Patada
→ chute forte, bomba, canhão.
Pé-frio
→ jogador, técnico ou torcedor que não dá sorte a seu clube.
Pegar
na veia → acertar um chute perfeito, batendo, como dizem os jogadores, na cara
da bola.
Peito
e na raça → expressão que procura traduzir uma vitória ou êxito obtido com
esforço, luta ou garra, mais na base do coração do que do talento.
Perna-de-pau
→ jogador ruim, sem qualquer habilidade técnica.
Pisar
na bola → literalmente, é uma jogada errada.
Puxeta
→ jogada ofensiva (ou defensiva) realizada com o jogador de costas para o gol
ou campo do adversário.
Retranca
→ sistema de jogo fechado, que acumula jogadores com função estritamente
defensivas.
Retranqueiro
→ diz-se do técnico ou treinador que é adepto fervoroso de sistemas defensivos.
Rosca
→ chute de efeito.
Salto
alto → pejorativo. Qualifica a equipe que, por excesso de elogios ou por
exagerada autoconfiança, entra em campo para se exibir, esquecendo-se de que
futebol é competição.
Secar
→ torcer contra, de maneira ardilosa ou silenciosa, para que dê errado para um
determinado time ou clube.
Sem-pulo
→ jogada de habilidade que o chute é emendado de primeira, sem que a bola toque
no chão.
Suar
a camisa → demonstrar esforço, garra e luta para conquistar uma vitória ou
amenizar uma derrota.
Tabelinha
→ toques curtos e rápidos entre dois atacantes, com o intuito de iludir os
zagueiros contrários.
Tapetão
→ apelido dado ao tribunal da federação, onde algumas partidas têm seus
resultados confirmados, anulados ou alterados.
Tocar
de primeira → estilo de jogo que consiste em passar a bola ao companheiro,
evitando dribles desnecessários, com o intuito de dar velocidade às jogadas.
Trombador
→ diz-se, geralmente, do centroavante grosso, sem habilidade, que vive dando
trombadas nos zagueiros adversários.
Urucubaca
→ falta de sorte, azar de um time sempre que enfrenta o outro.
Vareio
→ baile, passeio, chocolate de um time bom dá num time mais fraco.
Xerife
→ jogador, geralmente da defesa, que comanda os companheiros.
Zebra
→ termo criado pelo antigo técnico Gentil Cardoso para explicar um resultado
inesperado, baseado no jogo do bicho, do qual a zebra não consta.
Zona
do agrião → expressão criada por João Saldanha, com a intenção de caracterizar
a grande área, onde as partidas são decididas.
(Do livro “Gírias & Verbetes futebolísticos, da Rede
Globo)