Devem ser cantadas com a mesma carga de emoção que o distinto leitor experimentaria caso fosse um popular atingido na região glútea.
Músicas de Dorival Caymmi e Ary Barroso
Você já foi à Baixada?
Você
já foi à Baixada, nega?
Não?
Pois não vá!
Quem
chega até lá, minha nega,
capaz
de não voltar.
Muita
sorte teve,
muita
tem,
muita sorte terá.
Você
já foi à Baixada, nega?
Não?
Pois não vá!
Lá
tem bafafá!
Lá
não vá!
Lá
tem sururu!
Lá
não vá!
Vão
te metralhar!
Lá
não vá!
Se
quiser sambar,
então vá.
Tiroteio
na Baixada
faz
inveja ao Peckinpah.*
Tem
pau pra consumo interno
e
ainda sobra pra exportar.
Tudo,
tudo na Baixada
faz
a gente querer mal.
A
Baixada é feito filha
de piranha com anormal.
* David Samuel Peckinpah, mais conhecido como Sam Peckinpah (Fresno, califórnia 21 de fevereiro de 1925 − Inglewood, 28 de dezembro de 1984) foi um diretor, produtor e roteirista de cinema estadunidense. Recebeu uma indicação ao Oscar de melhor roteiro original, por Meu Ódio Será Sua Herança (1969).
Foi chamado de o “poeta da violência”, devido ao seu modo peculiar de filmar em câmera lenta as cenas mais violentas, que em seus filmes são inúmeras, mas sempre dentro de um contexto estético.
O que é que a Baixada tem?
O
que é que a Baixada tem?
O que é que a Baixada tem?
Batismo
de fogo, tem!
Tem
bala perdida, tem!
Chincheiro
no talco, tem!
Batida
nas boca, tem (ou num tem?)
Algemas
nos pulsos, tem!
E
tem equimose, tem!
Caroço
na testa, tem!
Formiga
na boca, tem!
Presunto
como ninguém!
Como ela empacota bem!
Quando
o malandro te alvejar
não
caia em cima de mim,
não
caia em cima de mim,
não caia em cima de mim.
O
que é que a Baixada tem?
O que é que a Baixada tem?
Tem
cuspe no olho, tem!
Cigarro
na cara, tem!
Tem
choque e sarrafo, tem!
E
tem pau-de-arara, tem!
Passeio
de carro, tem!
Mergulho
no rio, tem!
Bandido
de luxo, tem!
Estoque no bucho, tem!
Quem
vai pra Baixada tem,
quem
vai pra Baixada tem
duas
quarenta e cinco
e
um punhal assim.
Quem
não tem seu pistolão,
Ô,
não vai ter bom fim,
Ô, não vai ter bom fim...
As baixas da baixada
Ah,
o arrego, ai, ai.
Arrego,
aperto que nem agulha entra.
Ai,
ai.
Dá
um friozinho, ôi.
Fico
impressionado, ôi.
Hiii,
tô todo molhado
e
a fim de correr,
o lá lá, o lê lê.
Oi,
Baixada, ai, ai.
Coitada
da peça que andar sem documento:
Vai
sem testamento, ôi,
de
calção de banho, ôi,
com
O Dia na cara
e
a manchete é que não,
não
existe
e Esquadrão...
As
Baixadas lá da Baixada
eu
contei um dia:
mais
de vinte de uma vez,
Virgem
Maria!
Um
puxador enforcado
amarrado
a um punguista,
um
não-identificado
de lado...
Baixada,
embaixada do “sossego”,
refresca,
que ando louco de arrego.
Ou
esses crimes têm fim
ou
compro uma parabelum
carregada pra mim.
Ai, o arrego, ai, ai...
*****
(Do livro “Rua dos Artistas e arredores”, de Aldir Blanc)
Baixada
Fluminense é uma região geográfica do Rio de Janeiro, pertencente a Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, chamado de Grande Rio. As
cidades que formam a região são: Belford Roxo, Seropédica , Duque de Caxias,
Guapimirim, Japeri, Queimados, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu e São
João de Meriti.
No se´culo XIX era uma região única, pertencente à Vila Iguassu, também conhecida como Iguaçu Velho, atual Nova Iguaçu.
Hoje a Baixada Fluminense apresenta duas definições: Uma em sentido estrito, outra em sentido amplo. Segundo a definição em sentido estrito, que é a mais utilizada atualmente, abrange, dessa região, somente os municípios que se localizam ao norte do município do Rio de Janeiro, sendo eles Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Queimados, Japeri, Magé, Guapimirim e Mesquita, municípios esses que ficam localizado na região antigamente conhecida como Baixada da Guanabara.
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