quarta-feira, 14 de julho de 2021

Paródias da Baixada

 

Devem ser cantadas com a mesma carga de emoção que o distinto leitor experimentaria caso fosse um popular atingido na região glútea. 

Músicas de Dorival Caymmi e Ary Barroso 

Você já foi à Baixada? 

Você já foi à Baixada, nega?

Não?

Pois não vá! 

Quem chega até lá, minha nega,

capaz de não voltar.

Muita sorte teve,

muita tem,

muita sorte terá. 

Você já foi à Baixada, nega?

Não?

Pois não vá! 

Lá tem bafafá!

Lá não vá!

Lá tem sururu!

Lá não vá!

Vão te metralhar!

Lá não vá!

Se quiser sambar,

então vá. 

Tiroteio na Baixada

faz inveja ao Peckinpah.*

Tem pau pra consumo interno

e ainda sobra pra exportar.

Tudo, tudo na Baixada

faz a gente querer mal.

A Baixada é feito filha

de piranha com anormal. 

* David Samuel Peckinpah, mais conhecido como Sam Peckinpah (Fresno, califórnia 21 de fevereiro de 1925 − Inglewood, 28 de dezembro de 1984) foi um diretor, produtor e roteirista de cinema estadunidense. Recebeu uma indicação ao Oscar de melhor roteiro original, por Meu Ódio Será Sua Herança (1969). 

Foi chamado de o “poeta da violência”, devido ao seu modo peculiar de filmar em câmera lenta as cenas mais violentas, que em seus filmes são inúmeras, mas sempre dentro de um contexto estético. 

O que é que a Baixada tem? 

O que é que a Baixada tem?

O que é que a Baixada tem? 

Batismo de fogo, tem!

Tem bala perdida, tem!

Chincheiro no talco, tem!

Batida nas boca, tem (ou num tem?)

Algemas nos pulsos, tem!

E tem equimose, tem!

Caroço na testa, tem!

Formiga na boca, tem!

Presunto como ninguém!

Como ela empacota bem! 

Quando o malandro te alvejar

não caia em cima de mim,

não caia em cima de mim,

não caia em cima de mim. 

O que é que a Baixada tem?

O que é que a Baixada tem? 

Tem cuspe no olho, tem!

Cigarro na cara, tem!

Tem choque e sarrafo, tem!

E tem pau-de-arara, tem!

Passeio de carro, tem!

Mergulho no rio, tem!

Bandido de luxo, tem!

Estoque no bucho, tem! 

Quem vai pra Baixada tem,

quem vai pra Baixada tem

duas quarenta e cinco

e um punhal assim.

Quem não tem seu pistolão,

Ô, não vai ter bom fim,

Ô, não vai ter bom fim... 

As baixas da baixada 

Ah, o arrego, ai, ai.

Arrego, aperto que nem agulha entra.

Ai, ai.

Dá um friozinho, ôi.

Fico impressionado, ôi.

Hiii, tô todo molhado

e a fim de correr,

o lá lá, o lê lê. 

Oi, Baixada, ai, ai.

Coitada da peça que andar sem documento:

Vai sem testamento, ôi,

de calção de banho, ôi,

com O Dia na cara

e a manchete é que não,

não existe

e Esquadrão... 

As Baixadas lá da Baixada

eu contei um dia:

mais de vinte de uma vez,

Virgem Maria!

Um puxador enforcado

amarrado a um punguista,

um não-identificado

de lado... 

Baixada, embaixada do “sossego”,

refresca, que ando louco de arrego.

Ou esses crimes têm fim

ou compro uma parabelum

carregada pra mim. 

Ai, o arrego, ai, ai... 

***** 

(Do livro “Rua dos Artistas e arredores”, de Aldir Blanc) 

Baixada Fluminense é uma região geográfica do Rio de Janeiro, pertencente a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, chamado de Grande Rio. As cidades que formam a região são: Belford Roxo, Seropédica , Duque de Caxias, Guapimirim, Japeri, Queimados, Magé, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu e São João de Meriti.

No se´culo XIX era uma região única, pertencente à Vila Iguassu, também conhecida como Iguaçu Velho, atual Nova Iguaçu. 

Hoje a Baixada Fluminense apresenta duas definições: Uma em sentido estrito, outra em sentido amplo. Segundo a definição em sentido estrito, que é a mais utilizada atualmente, abrange, dessa região, somente os municípios que se localizam ao norte do município do Rio de Janeiro, sendo eles Duque de Caxias, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Nilópolis, Belford Roxo, Queimados, Japeri,  Magé, Guapimirim e Mesquita, municípios esses que ficam localizado na região antigamente conhecida como Baixada da Guanabara. 

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