O que você faria se, de repente, numa
festa, dois sujeitinhos estranhos se postassem ao seu lado e o descascasse como
uma banana ali mesmo, em público? O que você diria se dois baixinhos estranhos,
em apenas 15 minutos de conversa, conseguissem arrancar lá do fundo do seu ser
tudo aquilo que você, a duras penas, tenta esconder? Essa gosma nojenta
composta de distorções de personalidade, pequenas vergonhas, defeitos
irremediáveis, travas, taras, invejas e um monte de histeria típicas de nós
humanos. Na certa, você ficaria um tanto incomodado. Falando português claro,
se sentiria mal pra cacete. Acharia aqueles dois baixinhos estranhos uns
tremendos escrotos. Pois é isso mesmo. Acertou em cheio.
Os Skrotinhos não são mau caráter,
muito menos bons. Eles simplesmente não têm caráter algum. Nem um pingo sequer.
Talvez por isso transitem livremente tanto pela esquerda, quanto pela direita e
caminham com incrível desenvoltura por cima do muro. Afinal, eles têm lama para
todo mundo. Homem, mulher, artista, criancinha, banqueiro, cachorrinho,
yuppiezinho... qualquer um pode ser a próxima vitima.
Idades indefinidas, filiação
desconhecida. Não se sabe se são irmãos gêmeos, primos em 1º grau ou apenas
bons amigos. São o resultado de alguma experiência genética mal sucedida ou
frutos rebeldes do excesso de seriedade que a humanidade atravessa? O mais
certo é afirmar que são dois pequenos, como Átila, o bárbaro, por onde passam,
não nasce grama.
(Texto de Angeli para
o “Chiclete com Banana”, junho de 1991)
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