Pequeno conto 1
Ela
se deita com um suspiro... E tenta relaxar suas belas pernas e dobrar os
joelhos que tremem. Começa o movimento... Ela tem medo e não para de dizer a
ele que é a primeira vez. Mas ele a conforta, dizendo que será cuidadoso.
Ela
está deitada, seus olhos brilham e ela se sente pequena sob o peso dele. Os
dedos dele tocam na parte sensível dela...
Ela
treme ao ver o instrumento que ele tem na mão! Mas ele mantém a promessa e
começa com cuidado e doçura.
Ela
se abre o máximo possível para dar espaço a ele. Um arrepio percorre seu corpo
e, subitamente, ela grita:
−
Não! Não! Eu não posso aguentar mais!
Mas
já é tarde... Ela encolhe o corpo, num vão instinto de conservação. E fica
deitada, largada, sem mover um músculo sequer.
Foi assim que o dentista
arrancou seu primeiro dente.
Pequeno conto 2
O
momento no qual estamos juntos é interminável. Nossos corpos estão tão unidos,
que posso sentir as batidas do seu coração! Nossas respirações confundem-se...
Nossos
movimentos são sincronizados... indo e voltando... para frente e para trás...
Às vezes para, e então, quando nos cansamos da mesma posição, nos esforçamos para mudar, mesmo que seja só por pouco tempo.
Às vezes para, e então, quando nos cansamos da mesma posição, nos esforçamos para mudar, mesmo que seja só por pouco tempo.
O
suor de nossos corpos começa a fluir sem nada que possamos fazer. Um calor
enorme parece que nos fará desmaiar... Uma força ainda maior nos faz ficar
ainda mais colados um ao outro. E, quando não aguentamos mais segurar... Uma
voz ecoa em nossos ouvidos:
“Estação Sé, desembarque pelo
lado esquerdo do trem”...
Pequeno conto 3
Satânico
é meu pensamento a teu respeito e ardente é o meu desejo de apertar-te em minha
mão, numa sede de vingança incontestável pelo que me fizeste ontem.
A
noite quente e calma chegara a ser angustiosa. Apareces e, nesta cama, foi que
aconteceu... Sorrateiramente te aproximaste... Sem o mínimo de pudor...
Encostaste
o teu corpo sem roupa no meu corpo nu.
Percebendo
minha aparente indiferença, aconchegaste-te a mim e mordeste-me sem escrúpulos
até os mais íntimos lugares jamais tocados de meu casto corpo. E adormeci...
Hoje,
quando acordei, procurei-te, numa ânsia ardente, mas em vão... Deixaste provas
irrefutáveis do que ocorreu na noite que passou. Grandes manchas no meu corpo e
o alvo lençol salpicado de sangue...
Esta
noite recolho-me mais cedo para, na mesma cama, te esperar. Oh! Quando
chegares, nem quero pensar com que perspicácia, e forca eu quero te pegar para
que não escapes mais de mim. Em minhas mãos quero apertar-te até o fim.
Não
haverá parte do teu corpo que os meus dedos não passarão. Só descansarei quando
ver sair o sangue quente de teu corpo. Só assim, livrar-me-ei de ti, pulga
maldita!
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