Luís Vaz de Camões
(1524 ou 1525 – 1580)
Resumo de “Os Lusíadas”
Escrito por Celso Pedro Luft
CANTO I
Proposição: (estrofes 1 a 3) Intenção do
poema: celebrar os feitos lusitanos, navegações e conquistas.
Invocação: (estrofes 4 e 5)
às ninfas do Tejo (Tágides) para que deem inspiração.
Dedicatória: (estrofes 6 a 18) ao rei D.
Sebastião.
Narração: a partir da estrofe 19. Concílio
dos deuses sobre a ousada decisão dos portugueses: devem favorecê-los ou
impedi-los? Júpiter é favorável; Baco, ferrenhamente contrário; também são a
favor Marte e Vênus, esta nos Portugueses vendo a raça latina descendente de
seu filho Enéias. Baco, derrotado na assembléia divina, põe em ação a sua
hostilidade contra os lusos, procurando impedir que cheguem à sua Índia, e para
isto se valendo da gente africana, que lhes arma ciladas.
CANTO II
Chegada
a Mombaça, onde continuam as hostilidades de Baco na traição dos Mouros: os
navegadores seriam sacrificados se acedessem ao pérfido convite do rei para
desembarcarem. Vênus, porém, de novo os salva, intercedendo junto a Júpiter.
Retrato de Vênus [36. "Os crespos fios d'ouro se esparziam / pelo colo
(...)"]. Júpiter profetiza os gloriosos feitos lusíadas no Oriente (44 e
ss.) e envia Mercúrio a Melinde, a fim de predispor os naturais desta cidade a
bem acolherem os Portugueses, o que se cumpre.
O rei de Melinde pede ao Gama lhe narre a história
de Portugal.
CANTO III
Invocação
à musa da eloqüência e da epopéia, Calíope, e logo a narração do Gama
("Entre a Zona que o Cancro senhoreia..."): geografia e história de
Portugal (destaque para a batalha de Ourique, a guerra contra os mouros, a
batalha do Salado e, sobretudo, o episódio de Inês de Castro "Que depois
de ser morta foi Rainha" — 118-35).
CANTO IV
Prossegue
a narração do Gama, com relevo para Nuno Álvares Pereira e as batalhas contra
os castelhanos, sobretudo a de Aljubarrota (28. "Deu sinal a trombeta
Castelhana, / Horrendo, fero, ingente e temeroso"), as conquistas na
África, a batalha de Toro, o reinado de D. Manuel e seu sonho do domínio das
Índias, a partida para o Oriente e as famosas imprecações do Velho do Restelo
(95. "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça"),
94-104, que em clímax inspirado encerram o canto.
CANTO V
Partida
da expedição do Gama. A tromba marinha (19-23). Na Ilha de Santa Helena; aventura
de Fernão Veloso. O gigante Adamastor (38-60). Conclusão da narração do Gama.
CANTO VI
Festas
aos Lusos em Melinde e partida da frota para Calecute. Novas insídias de Baco,
junto a Netuno, no fundo dos mares. Descrição do reino de Netuno (8-14). Fernão
Veloso narra o episódio dos Doze de Inglaterra (42-69) para distrair a
monotonia de bordo. Tempestade provocada pelo insidioso Baco (70 e ss.), com
nova intervenção de Vênus (85 e ss.), que amaina o furor dos ventos. Chegada a
Calecute (92), ação de graças do Gama (93-4) e elogio da verdadeira glória — a
dos que enfrentam "trabalhos graves e
temores", " tempestades e ondas cruas".
CANTO VII
Chegada
à Índia. Elogio de Portugal pelo Poeta. Descrição da Índia. Encontro com o
mouro Monçaide, que descreve a Índia (31-41). Portugueses recebidos pelo
regente dos reinos — O Catual, o Samorim. Troca de gentilezas e informações. O
Poeta novamente invoca as musas (78 e ss.) para,
inspirado, prosseguir no canto.
CANTO VIII
Paulo
da Gama, irmão de Vasco, narra ao Catual a história dos heróis portugueses
(Luso, Ulisses, Viriato, Sertório, D. Henrique, Afonso Henriques, Egas Moniz,
etc.). Baco insiste na perseguição, instigando em sonhos os chefes dos nativos.
Hostilidades, retenção do Gama em terra, que só se liberta a poder de dinheiro
(93-6): o poder corruptor do vil metal (96-9).
CANTO IX
Retenção
de Álvaro e Diogo, portadores da "fazenda", mero pretexto para
deterem-se os descobridores europeus. Por fim, libertados, recolhem às naus que
preparam a volta à pátria. Vênus resolve premiar os heróis (18 e ss.) com
prazeres divinos: a Ilha dos Amores
(51-87) e seu simbolismo (88-95).
CANTO X
Banquete
de Tétis aos Portugueses, na Ilha dos Amores. Canta uma ninfa profecias de
Proteu. Nova invocação do Poeta a Calíope (8-9), que permita condigna conclusão
do poema. Relembrança das profecias da Ninfa; glórias futuras de Portugal no
Oriente (10-73). Tétis mostra ao Gama a máquina do Mundo, como a viu Ptolomeu
(76-142) — céus e terras, com destaque para a Ilha de São Tomé (109-19).
Partida da Ilha dos Amores e regresso a Portugal. Desalento do Poeta (145.
"No mais, Musa, no mais, que a Lira tenho / Destemperada, e a voz
enrouquecida") por "cantar a gente surda e endurecida". Fala
final a D. Sebastião e conclusão do poema.
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