O programa Balança-Mas-Não-Cai, veiculado pela Rádio Nacional, e depois exibido pela TV Globo, tinha no quadro Primo Rico-Primo Pobre uma das maiores audiências da época. Com texto de Max Nunes, tinha a interpretação de Paulo Gracindo (Primo Rico) e Brandão Filho (Primo Pobre). O Balança foi o primeiro programa de humor a utilizar quadros isolados sem nenhuma interligação. O único elo entre eles era o próprio edifício onde se desenrolavam as cenas. Apresentava um humor de características bem cariocas, mas acabou impondo em quase todos os grandes centros radiofônicos do país.
Primo Pobre e Primo Rico
Pobre:
– Lá em casa há muito que a gente deixou de comer.
Rico:
Rico:
– Ora, façam uma sopa. Quando tudo falta, a hora é de
se tomar uma sopa.
Pobre:
Pobre:
– Que sopa, primo?
Nem osso pra
sopa a gente pode comprar. O osso
que entra lá em casa é só o do corpo da gente.
Rico:
Rico:
– Que
graça, que humor,
primo! Vamos, deixe de tragédias. Eu vou resolver o seu problema. A partir de
hoje, todos os ossos da minha casa irão para a casa do primo. A partir de hoje os meus cães entram no
sacrifício: somente comerão filé.
Pobre:
– Primo, você é ótimo!
Rico:
Rico:
– Ótimos são os meus cães de raça, primo. Os
pobrezinhos vão ficar sem ver ossos.
Pobre:
Pobre:
– Mas o primo é ainda melhor que um pastor alemão.
Rico:
– Primo, você é ótimo!
Num dos
episódios, os primos conversavam sobre a fome: o Primo Rico dizia:
– Olha
aqui, primo, de uma coisa eu me orgulho. Nesta casa ninguém passa fome.
E o Pobre respondia:
E o Pobre respondia:
– Mas eu
estou passando.
O Rico,
então, enchia o primo de esperanças:
– Mas será
por pouco tempo. Principalmente você, que é meu primo, não vai passar fome aqui
em casa, e chamava o mordomo, Charles.
– Leva o primo lá para fora. Aqui em
casa você não passa fome. Vai passar fome na sua, ordenava o Rico.
E o Pobre,
então:
– Primo,
você é ótimo!
O Rico se
despedia:
– Primo,
você também é ótimo!
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