Arthur Azevedo
1855-1908
Ao som do “Danúbio Azul”
“‒ Valsemos? ‒ O
seu nome? ‒ Elisa. ‒ Elisa?
Que lindo nome tem! ‒ Acha? ‒ Pudera!
‒ Acerte o passo... ‒ Assim? ‒ Mas
não precisa
Apertar-me... É formosa! ‒ Ai,
que exagera!
‒ Oh, não cores: eu amo-te! ‒ Quem
dera
Fosse verdade... ‒ Tenho-a
por divisa...
‒ Acha-me leve? ‒ Eu? ‒ Vejo
que me pisa!
‒ Parece-me valsar é uma
quimera!
‒ Dá-me esse cravo? ‒ Aqui? ‒ Se
lh´o não desse?
‒ Eu vou tirar-lhe da sedosa
trança...
Agora um beijo! ‒ Ai,
mau! ‒ Se lhe parece...
‒ Que fez... Um beijo?! ‒ Agora,
uma esperança...
... Mas felizmente a música
emudece.
Se alguns momentos mais dura esta
dança!...”
Que dramalhão! Um intrigante
ousado,
Vendo chegar da Palestina o conde,
Diz-lhe que a pobre da condessa
esconde
No seio o fruto de um amor
culpado.
Naturalmente o conde ficou irado.
‒ O pai quem é? ‒ pergunta. ‒ Eu! ‒ lhe
responde
Um pajem que entra. ‒ Um
duelo! ‒ Sim. Quando? Onde?
No encontro morre o amante
desgraçado.
Folga o intrigante... Porém surge
um mano,
E vendo morto o irmão, perde a
cabeça:
Crava um punhal no peito do
tirano.
E preso o mano, mata-se a
condessa,
Endoidece o marido... e cai o
pano,
Antes que outra catástrofe aconteça.
Antes que outra catástrofe aconteça.
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