Luiz Coronel
Há
um menino
na
sinaleira.
A
idade se conta
nos
dedos das mãos.
(E
sobram dedos
para
apontar os culpados.)
O
menino
tem
um tribunal às costas.
E
um shopping pela frente.
Noite
alta
o
pisca-pisca amarelo
libera
o menino.
Teríamos
prantos
de
lavar o para-brisas
fosse
um só menino
na
sinaleira.
Em
todas as sinaleiras
há
um menino.
O
coração petrifica-se.
O
menino quer comprar
pão
leite
e
cola para cheirar.
Passam
doutos
e
preclaros.
Telefonia
celular
e
som digital.
E
todos sabem
que
não há sinal verde
para
este país
enquanto
houver
um
menino na sinaleira.
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