Chegar junto
(História adaptada de uma crônica de Stu Weber)
Corríamos todos os dias; mas aquela
corrida foi especial.
Estávamos transpirando desde o
momento em saímos da cama, antes do amanhecer, mas agora o suor gotejava por
todos os poros de nossos corpos. Evidentemente, tratava-se de um treinamento
físico na escola de soldados da tropa de fuzileiros paraquedistas do exército,
e esperávamos que o esforço fosse enorme. Até mesmo que chegasse à exaustão.
Mas, naquela manhã, não estávamos correndo de camiseta.
Estávamos correndo com a farda
completa. Como de costume, a palavra de ordem era: “Saiam juntos, corram
juntos, trabalhem juntos e cheguem juntos. Se vocês não chegarem juntos, nem
precisam se preocupar em chegar!”
Em algum lugar, ao longo da corrida, em meio ao esforço, à sede e ao
cansaço, meu cérebro registrou alguma coisa estranha em nossa formação. Notei
que, duas fileiras adiante de mim, um soldado corria fora do compasso.
Ele era um rapaz grandalhão, ossudo e
ruivo, chamado Anderson. Suas pernas movimentavam-se com rapidez, mas suas
passadas estavam desencontradas das nossas. De repente, a cabeça dele começou a
pender para um lado e para outro. O rapaz estava se esforçando demais. Quase a
ponto de perder o equilíbrio.
Sem perder o passo, o soldado à
direita de Anderson esticou o braço e pegou o fuzil do companheiro exausto.
Agora, um dos soldados estava carregando dois fuzis nas costas. O dele e o de Anderson.
O grandalhão ruivo conseguiu correr mais um pouco. Mas, enquanto o pelotão
continuava a avançar, a mandíbula do rapaz arriou, seus olhos ficaram vidrados
e as pernas movimentavam-se como pistões. Em seguida, sua cabeça começou a
pender novamente.
Desta vez, o soldado à sua esquerda
esticou o braço, retirou o capacete de Anderson, colocou-o debaixo do braço e
continuou a correr. O pelotão prosseguiu. Nossos butes batiam na trilha de
terra com som cadenciado. Toc-toc-toc-toc-toc-toc.
Anderson estava passando mal. Muito
mal. Estava arqueado, prestes a cair. Mas não caiu. Dois soldados atrás dele
levantaram a mochila de suas costas, e cada um segurou uma alça com a mão
livre. Anderson reuniu as forças que ainda lhe restavam. Endireitou os ombros.
E o pelotão continuou a correr. Sempre em frente, até a linha de chegada.
Saímos juntos. Retornamos juntos. E
todos nós no fortalecemos com isso.
Sou Paraquedista e devo agradecer ao honrado "Chipanik" por ter pensado nesse simples mas, essencial dispositivo de segurança para a segurança de nossas vidas.
ResponderExcluirPqdt Portela.
Agradeço o comentário do amigo Soane Portela do Nascimento, Pqdt 43164 do 1986/2. São pequenos detalhes, como um pequeno pino, que fazem a nossa história. (Nilo da Silva Moraes)
ResponderExcluirEU ACREDITO QUE TODOS OS PARAQUEDISTAS DEVERIAM AGRADECER AO 44 POR ATERRAR EM SEGURANÇA
ResponderExcluirConcordo plenamente com a observação do amigo.
Excluir( BRASIL ACIMA DE TUDO ), ARISTIDES PQDT 21735, ANO 1971, 2BIAET, CCSV2,SD 2312, PELOTÃO DE MRT 4.2.SENSACIONAL ESSE ESCLARECIMENTO.
ResponderExcluirAmigo Aristides, obrigado pelo comentário.
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