(O recado safado do sertão)
Um dos melhores exemplos de pornocordel, obra-prima de duplo sentido, é Histórias de João Tampinha e Maria Temperada, de José Severino Costa, no qual o autor descreve uma briga infernal num linguajar que pode denunciar outra coisa:
(...)
Ali foi largando as armas
E
agarrou um cacete
Que
tinha dentro da venda
Em cima
dum tamborete
E se
botou pra Maria
Pra
fazer dela sorvete.
Ela
puxou um facão
Que
consigo conduzia
E partiu
pra cima dele
Com toda
selvageria
João
Tampinha no cacete
Muito
bem se defendia.
E lhe
socava o pau
Pra
deixar desmantelada
Metia de
todo jeito
Mas ela
já bem melada
Com o
facão rebatia
O peso
da cacetada.
E lhe
botava o aço
Pra
partir de meio a meio
Porém
ela rebatia
No corpo
dando volteio
Ela só
dava o talho
Pra ver
o serviço feio.
João
Tampinha sacudia
O pau
pelas pernas dela
Mas a
negra boa no ferro
Nunca vi
igual aquela
O cacete
descascou
Mas nem
sequer feriu ela.
(...)
João Tampinha se zangou
Meteu a
madeira nela
Aprumou
bem o cacete
Dizendo
vou lascar ela
Porém
quase perde o pau
Na boca
do facão dela. (...)
(Revista
“Isto É”, de 28.06.1978)
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