Deise Sabbag
Por ser muito branca, a Sofia
recebeu a alcunha de “Barata Descascada”. O Mário - que tem lábios para
dentro -
é mais conhecido como “Chupa Ovo”. O João, que cultiva uma barbicha rala e
besuntada a óleo é chamado “João Melado”. Rita - muito chorona - foi
apelidada de “Manteiga Derretida”. Isso mostra que a maioria das alcunhas
paulistas tem sua razão de ser, um significado que diz respeito a alguma mania
ou característica física da pessoa apelidada. Prova do fato é o resultado da
pesquisa realizada pelo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e da
qual participaram nada menos de 80 alunas. Os informantes foram localizados com
relativa facilidade. Colecionado na ordem alfabética, o trabalho do paciente
grupo trouxe parcela de contribuição aos estudos da literatura oral da classe
média paulistana.
Alcunhas
Selecionamos alguns dos apelidos
usados na cidade de São Paulo e sua explicação, segundo a pesquisa do
Conservatório Dramático e Musical, levada a efeito através da cadeira de
folclore.
Açucareiro: por estar sempre com as mãos na
cintura.
Alfinete Sonoro: locutor muito magro.
Ali-Babá: porque é feliz nos negócios.
Avenca: por gostar de sombra e água fresca.
Bigodinho de Prata: por ser muito convencido de seus bigodes.
Boca Mole: por falar devagar.
Boca Rica: por ter dentes de ouro.
Bola Seis: por ter careca rosada como a sexta bola da sinuca.
Boticão: por ter dentes muito grandes.
Carijó: por ser sardento.
Caxinguelê: por estar sempre bêbado.
Chaminé: por estar sempre fumando.
Chapadão: por ter os pés esparramados.
Cheira Céu: por ser muito alto e ter o nariz arrebitado.
Chico Linguiça: por ser muito alto e vermelho.
Coca-Cola: por ter cara enjoada.
Cochicho: por falar muito alto.
Coringa: por estar em toda parte.
Doce de Leite: por ser muito perfumado e cheio de não me toques.
Dragão Dengosa: por ser muito feia e enfeitada.
Esfinge: por falar pouco.
Esponja: Por beber demais.
Gafanhoto: por comer tudo que encontra.
Gazetinha: por espalhar tudo que sabe.
Jóquei de Elefante: por ser muito grande e gordo.
Leão da Metro: por ter uma enorme cabeleira.
Maria Mole: por ser muito preguiçoso.
Meia-Noite: por ser o último a deixar os bares.
Moringa: por ter o pescoço comprido.
Nanquim: por ser muito preto.
Novelo de lã: por ser gorda e não ter cintura.
Pé Gelado: por não ter sorte.
Pudim: por ser muito delicado e meloso.
Pula Muro: por andar a passos largos.
Semana Santa: por ser excessivamente religioso.
Serpentina: por se requebrar ao andar.
Sim-Sim: por concordar com tudo.
Vassoura de Piaçava: por ter o cabelo duro.
Vinte e Cinco de Março: por ser filhos de Sírios.
Vó de Sarampo: por ser muito amolante.
Zero Um: por ter um olho fechado.
Alfinete Sonoro: locutor muito magro.
Ali-Babá: porque é feliz nos negócios.
Avenca: por gostar de sombra e água fresca.
Bigodinho de Prata: por ser muito convencido de seus bigodes.
Boca Mole: por falar devagar.
Boca Rica: por ter dentes de ouro.
Bola Seis: por ter careca rosada como a sexta bola da sinuca.
Boticão: por ter dentes muito grandes.
Carijó: por ser sardento.
Caxinguelê: por estar sempre bêbado.
Chaminé: por estar sempre fumando.
Chapadão: por ter os pés esparramados.
Cheira Céu: por ser muito alto e ter o nariz arrebitado.
Chico Linguiça: por ser muito alto e vermelho.
Coca-Cola: por ter cara enjoada.
Cochicho: por falar muito alto.
Coringa: por estar em toda parte.
Doce de Leite: por ser muito perfumado e cheio de não me toques.
Dragão Dengosa: por ser muito feia e enfeitada.
Esfinge: por falar pouco.
Esponja: Por beber demais.
Gafanhoto: por comer tudo que encontra.
Gazetinha: por espalhar tudo que sabe.
Jóquei de Elefante: por ser muito grande e gordo.
Leão da Metro: por ter uma enorme cabeleira.
Maria Mole: por ser muito preguiçoso.
Meia-Noite: por ser o último a deixar os bares.
Moringa: por ter o pescoço comprido.
Nanquim: por ser muito preto.
Novelo de lã: por ser gorda e não ter cintura.
Pé Gelado: por não ter sorte.
Pudim: por ser muito delicado e meloso.
Pula Muro: por andar a passos largos.
Semana Santa: por ser excessivamente religioso.
Serpentina: por se requebrar ao andar.
Sim-Sim: por concordar com tudo.
Vassoura de Piaçava: por ter o cabelo duro.
Vinte e Cinco de Março: por ser filhos de Sírios.
Vó de Sarampo: por ser muito amolante.
Zero Um: por ter um olho fechado.
Deise Sabbag. "Apelidos têm
razão de ser". Diário Popular.
São Paulo, 10 de janeiro de 1970)
São Paulo, 10 de janeiro de 1970)
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