domingo, 13 de abril de 2014

Hino da Bandeira



Viva a bandeira! O símbolo nacional nasceu em 1889, pouco depois da Proclamação da República. A obra não se deve a um só homem. Vários brasileiros ajudaram na tarefa. Raimundo Teixeira Mendes e Miguel Lemos se encarregaram do projeto. Décio Valadares, da arte. Desenhou o retângulo verde, o losango amarelo, o círculo azul e a faixa branca.

O hino veio mais tarde. O prefeito do Rio de Janeiro Francisco Pereira Passos teve a ideia. Convidou o poeta Olavo Bilac para compor a letra. E Francisco Braga, professor da Escola Nacional de Música, para bolar a música. Em 1906, a prefeitura adotou a canção. A meninada das escolas a interpretava. Todos aplaudiam.  Aos poucos, a moda pegou. Os militares aderiram. Os estados também.

Hoje o hino enfrenta dois problemas. Um deles: poucos o cantam. O outro: poucos o entendem. É natural. Ele completa um século daqui a poucos meses. Em 100 anos, a língua muda. Palavras se aposentam. Gostos se alteram. A ordem inversa, antes o chique do chique, perdeu prestígio. Cedeu lugar à ordem direta.

E daí? Nada de reclamações estéreis. O jeito é dar um jeito. Qual? Ganhar intimidade com estrofes & cia. Em homenagem ao pendão verde-amarelo, a coluna dá uma ajudinha a escolas, professores e curiosos. Põe os versos em ordem direta. E, de quebra, troca os vocábulos metidos a besta por outros mais simples. Resultado: o leão é manso como o gatinho lá de casa.

Hino da Bandeira

Salve, lindo pendão da esperança,
Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança
A grandeza da pátria nos traz.

(Salve, linda bandeira da esperança, salve símbolo majestoso da paz, tua nobre presença nos traz à lembrança a grandeza da pátria.)

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil,
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.

(Recebe o carinho guardado em nosso peito jovem, querido símbolo da terra, da amada terra do Brasil.)

Em teu seio formoso retratas
Este céu de puríssimo azul,
A verdura sem par destas matas
E o esplendor do Cruzeiro do Sul.

(Tu retratas este céu de azul puríssimo, o verdor ímpar destas matas e o esplendor do Cruzeiro do Sul em teu interior formoso.)

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil*
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.

Contemplando o teu vulto sagrado,
Compreendemos o nosso dever;
E o Brasil por seus filhos amado,
Poderoso e feliz há de ser.

(Compreendemos o nosso dever ao olhar o teu vulto sagrado. E o Brasil, amado pelos filhos, poderoso e feliz há de ser.)

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.

Sobre a imensa nação brasileira,
Nos momento de festa ou de dor,
Paira sempre, sagrada bandeira,
Pavilhão da justiça e do amor.

(Sagrada bandeira, bandeira da justiça e do amor, esteja sempre sobre a enorme nação brasileira nos momentos de festa ou de dor.)

Recebe o afeto que se encerra
Em nosso peito juvenil
Querido símbolo da terra,
Da amada terra do Brasil.

*Há quem cante: Em nosso peito varonil, de varão, homem.

Os autores

Versos de Olavo Bilac – Música de Francisco Braga



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