Porco
Um
velho Porco disse um dia à Vaca:
- “A esta vida de suíno vou dar
fim.
Para isso já comprei uma casaca,
um auto e um título de conde. E
assim
aparelhado, vou para a cidade,
onde me insinuarei no alto escol,
em meio à nata e flor da sociedade
que isto aqui já não vale um
caracol”.
Com tal coisa metida na cabeça,
se bem disse, melhor o Porco fez.
A chá dançante foi de uma
condessa,
onde beijou, dançou, falou
francês.
Metendo-se no meio da alta roda
E com ela gozando o vinho e o
amor,
vários dias o Porco andou na
moda,
parecendo um autêntico senhor.
Mas não se sabe que reviravolta
houve, ele regressou um mês.
- “Como?” pergunta a Vaca “já de
volta?
Outra vez entre porcos e entre
bois?
Que tal a vida na aristocracia?”
- “Pois é”, resmunga , “nem é bom
pensar!
Tanta sujeira, tanta porcaria
que não pude lá me acostumar...”
Tradução do italiano por Paulo
Duarte, no livro “Poesias de Trilussa”,
Editora Anhembi, 1955, São Paulo.
§ § § § §
Quatro erros em uma palavra de
três letras:
- "Tem um prêmio quem cometer 4 erros em uma palavra
de três letras”, falou a mestra.
A turma pensou. Olharam-se.
Cochicharam no ouvido do vizinho sugerindo ideias tolas que não correspondiam
ao enunciado. Terminaram desistindo.
A professora tomou do giz e sm
dizer palavra nenhuma, escreveu no quadro-negro:
Çyn. E explicou:
- Escrevendo a partícula afirmativa sim da
forma que estão vendo, cometerão 4 erros, a saber: ç em lugar de s; y em lugar de i; n em
lugar de m, e, aqui o quarto erro, mostraram não saber que em Português
nunca se começa uma palavra com o c cedilhado.
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