segunda-feira, 7 de abril de 2014

Pequenas histórias

Porco

  

Um velho Porco disse um dia à Vaca:
- “A esta vida de suíno vou dar fim.
Para isso já comprei uma casaca,
um auto e um título de conde. E assim
aparelhado, vou para a cidade,
onde me insinuarei no alto escol,
em meio  à nata e flor da sociedade
que isto aqui já não vale um caracol”.

Com tal coisa metida na cabeça,
se bem disse, melhor o Porco fez.
A chá dançante foi de uma condessa,
onde beijou, dançou, falou francês.
Metendo-se no meio da alta roda
E com ela gozando o vinho e o amor,
vários dias o Porco andou na moda,
parecendo um autêntico senhor.

Mas não se sabe que reviravolta
houve, ele regressou um mês.
- “Como?” pergunta a Vaca “já de volta?
Outra vez entre porcos e entre bois?
Que tal a vida na aristocracia?”
- “Pois é”, resmunga , “nem é bom pensar!
Tanta sujeira, tanta porcaria
que não pude lá me acostumar...”

Tradução do italiano por Paulo Duarte, no livro “Poesias de Trilussa”,
Editora Anhembi, 1955, São Paulo.

§ § § § §

Quatro erros em uma palavra de três letras:

- "Tem um prêmio quem cometer 4 erros em uma palavra de três letras”, falou a mestra.

A turma pensou. Olharam-se. Cochicharam no ouvido do vizinho sugerindo ideias tolas que não correspondiam ao enunciado. Terminaram desistindo.

A professora tomou do giz e sm dizer palavra nenhuma, escreveu no quadro-negro:

Çyn. E explicou:

- Escrevendo a partícula afirmativa sim da forma que estão vendo, cometerão 4 erros, a saber: ç em lugar de sy em lugar de i; n em lugar de m, e, aqui o quarto erro, mostraram não saber que em Português nunca se começa uma palavra com o c cedilhado.

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